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A Lava-Jato acabou. O combate à corrupção, não

A polêmica da fundação que seria criada pelo MPF para receber parte do dinheiro que a Petrobras deve por seus atos corruptos foi a gota d’água para muita gente

O PROCURADOR DELTAN DALLAGNOL: soberba de criar fundo para gerir recursos devolvidos de corrupção / Marcelo Camargo/ Agência Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2019 às 19h43.

Nesta semana chegou a fatura do cartão de crédito para a equipe da Operação Lava-Jato no Ministério Público. Não, Deltan Dallagnol e parceiros não “são” a Lava-Jato. A enorme operação de combate à corrupção no Brasil foi formada pelo Ministério Público Federal, a Polícia Federal e o Judiciário. Desde o início, os procuradores do MPF, liderados pelo ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, colocam-se como os principais investigadores e defensores da operação. Honestos acima de qualquer suspeita, ignoram qualquer informação que mostre que membros do Ministério Público são humanos. Um dos membros da equipe de Janot, Marcelo Miller, foi acusado de fornecer informações confidenciais da investigação a Joesley Batista. Nem um pio dos Robespierres sobre isso.

A estratégia de centralizar todo o prestigio decorrente da operação funcionou por um tempo. O famoso power point de Dallagnol, colocando Lula como centro do esquema de corrupção na Petrobras, foi injusto com o ex-presidente – que pouco tem de honesto, mas merecia dividir os slides com muitos tucanos e emedebistas. Dallagnol foi mais aplaudido do que criticado, na ocasião. Nesta semana, a polêmica da fundação que seria criada pelo MPF para receber parte do dinheiro que a Petrobras deve por seus atos corruptos foi a gota d’água para muita gente.

Os argumentos de Dallagnol e companheiros para defender a “solução nova para um problema novo” são pífios. O principal é que se a grana fosse destinada ao orçamento do governo federal, teria que ir para uma rubrica (“Fundo de Defesa de Direitos Difusos”) que costuma ter seu dinheiro bloqueado pelos presidentes. Ora, então bastaria pressionar o presidente e o Congresso Nacional para manter os recursos intactos. A facilidade com que colocam hashtags entre os principais assuntos do Twitter mostra que os procuradores não teriam dificuldade com isso. Preferiram comprar a briga e acabaram perdendo, por 6 votos a 5 no STF, as atribuições para investigar e julgar casos de corrupção eleitoral. A Lava Jato acabou? Sim. O combate à corrupção não.

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A estratégia de centralizar todo o prestigio decorrente da operação funcionou por um tempo. O famoso power point de Dallagnol, colocando Lula como centro do esquema de corrupção na Petrobras, foi injusto com o ex-presidente – que pouco tem de honesto, mas merecia dividir os slides com muitos tucanos e emedebistas. Dallagnol foi mais aplaudido do que criticado, na ocasião. Nesta semana, a polêmica da fundação que seria criada pelo MPF para receber parte do dinheiro que a Petrobras deve por seus atos corruptos foi a gota d’água para muita gente.

Os argumentos de Dallagnol e companheiros para defender a “solução nova para um problema novo” são pífios. O principal é que se a grana fosse destinada ao orçamento do governo federal, teria que ir para uma rubrica (“Fundo de Defesa de Direitos Difusos”) que costuma ter seu dinheiro bloqueado pelos presidentes. Ora, então bastaria pressionar o presidente e o Congresso Nacional para manter os recursos intactos. A facilidade com que colocam hashtags entre os principais assuntos do Twitter mostra que os procuradores não teriam dificuldade com isso. Preferiram comprar a briga e acabaram perdendo, por 6 votos a 5 no STF, as atribuições para investigar e julgar casos de corrupção eleitoral. A Lava Jato acabou? Sim. O combate à corrupção não.

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