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4 motivos para empreender na crise

Tem um monte de gente precisando da solução que só você pode dar e a vida não espera!

Crise pode ser uma grande oportunidade para novos negócios (Shutterstock/Shutterstock)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de junho de 2020 às 09h38.

Última atualização em 14 de junho de 2020 às 09h39.

Tenho conversado bastante com potenciais empreendedores que compartilham suas angústias sobre o momento que vivemos, suas questões sobre a vida pós pandemia e a dúvida cruel de qual o momento certo para empreender.

Aos mais jovens costumo dizer duas coisas: uma crença e uma constatação empírica. A crença é que esperar um momento apropriado para empreender no Brasil é como esperar por Godot! A constatação empírica é que os períodos mais rentáveis nos meus empreendimentos foram em anos de crises.

Insisto que é uma constatação apenas! Não realizei nenhum estudo científico que comprove minha percepção mas variações patrimoniais positivas e consistentes ao longo do tempo (e das crises) costumam ser um indicador confiável.

Procurando me aprofundar sobre as possíveis causas desses resultados ou fatores a eles correlacionados, consigo identificar alguns elementos presentes nas oportunidades que tive, empreendendo em crises.

1 - Start-up Costs mais reduzidos

Em uma economia deprimida os custos para começar um negócio tendem a ser bem menores, do aluguel do imóvel aos equipamentos necessários, até a maior oferta de mão de obra por salários e benefícios menores. Nada como uma recessão para exercitar sua capacidade de negociação e a disposição de quem precisa vender. Existem também muitos ativos baratinhos de quem ficou pelo caminho.

2 - As sábias palavras de Warren Buffett

"Seja ganancioso quando os outros estiverem com medo e medroso quando os outros forem gananciosos".

A frase originariamente se aplicava ao mercado financeiro e à bolsa de valores mas vale também para você, empreendedor.

No meio da crise o medo paralisa as pessoas e as empresas que, preocupadas intensamente com a própria sobrevivência, dificilmente estarão atentas às oportunidades que se apresentem, ou dispostas a correr riscos e inovar. Eu sei que deveria ser o oposto mas não é. Em terra arrasada a concorrência é menor, mais lenta e menos determinada.

3 - Clientes valorizam soluções inteligentes, ainda mais durante crises

Quando dirigi um fundo de investimento em empresas de internet recebia cerca de 100 planos de negócio por mês. Um grande número deles apresentava soluções em busca de um problema e, provavelmente, nunca saíram do papel.

Em crises as empresas precisam se concentrar em seu negócio e se livrar de qualquer processo que signifique perda de tempo (ou de receita).

Empreendedores que mostrem a capacidade de retirar um fardo dos ombros de seus potenciais clientes têm mais chances de serem ouvidos que em tempos de bonança, e também de serem bem remunerados.

Solução, no sentido estrito e profundo da palavra, soa como música aos ouvidos de empresas que atravessaram cortes de pessoal e têm gestores assoberbados e correndo contra o tempo.

4 - O famoso custo de oportunidade

A Pandemia deixou absolutamente claro que a icônica estabilidade no emprego é apenas um conceito histórico na iniciativa privada. Ela simplesmente deixou de existir como os equipamentos de fax e os pagers.

Consciente dessa dura realidade, o empreendedor entende que o trade-off estabilidade versus potencial de enriquecimento é apenas uma construção mental.

O fato é que ele sabe que terá que inventar, desenvolver e implementar empregos para si e para outras pessoas através do seu negócio.

Como nação já passamos por crises imensas e duradouras, nunca tão grandes e de tamanha amplitude como essa - é verdade - , mas o fato é que sobrevivemos. O país continua imenso, o mercado de duzentos e dez milhões se mantém (apesar de mais empobrecido e cheio de problemas com a cultura da transgressão e do jeitinho), mas o PIB de quase 2 trilhões de dólares não pode ser desconsiderado.

Se alguém dissesse em 15 de maio que o Índice Bovespa passaria de 97.000 pontos na primeira semana de junho, provavelmente seria motivo de piada, acusado de uso de substâncias proibidas ou de otimismo insano. Mas aconteceu.

Isso não significa que o empreendedor deve contar apenas com a sorte ou boas surpresas. Nada substitui uma boa ideia bem implementada e muito trabalho.

O resumo da ópera é que a hora é agora! Tem um monte de gente precisando da solução que só você empreendedor pode dar e a vida não espera!

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Tenho conversado bastante com potenciais empreendedores que compartilham suas angústias sobre o momento que vivemos, suas questões sobre a vida pós pandemia e a dúvida cruel de qual o momento certo para empreender.

Aos mais jovens costumo dizer duas coisas: uma crença e uma constatação empírica. A crença é que esperar um momento apropriado para empreender no Brasil é como esperar por Godot! A constatação empírica é que os períodos mais rentáveis nos meus empreendimentos foram em anos de crises.

Insisto que é uma constatação apenas! Não realizei nenhum estudo científico que comprove minha percepção mas variações patrimoniais positivas e consistentes ao longo do tempo (e das crises) costumam ser um indicador confiável.

Procurando me aprofundar sobre as possíveis causas desses resultados ou fatores a eles correlacionados, consigo identificar alguns elementos presentes nas oportunidades que tive, empreendendo em crises.

1 - Start-up Costs mais reduzidos

Em uma economia deprimida os custos para começar um negócio tendem a ser bem menores, do aluguel do imóvel aos equipamentos necessários, até a maior oferta de mão de obra por salários e benefícios menores. Nada como uma recessão para exercitar sua capacidade de negociação e a disposição de quem precisa vender. Existem também muitos ativos baratinhos de quem ficou pelo caminho.

2 - As sábias palavras de Warren Buffett

"Seja ganancioso quando os outros estiverem com medo e medroso quando os outros forem gananciosos".

A frase originariamente se aplicava ao mercado financeiro e à bolsa de valores mas vale também para você, empreendedor.

No meio da crise o medo paralisa as pessoas e as empresas que, preocupadas intensamente com a própria sobrevivência, dificilmente estarão atentas às oportunidades que se apresentem, ou dispostas a correr riscos e inovar. Eu sei que deveria ser o oposto mas não é. Em terra arrasada a concorrência é menor, mais lenta e menos determinada.

3 - Clientes valorizam soluções inteligentes, ainda mais durante crises

Quando dirigi um fundo de investimento em empresas de internet recebia cerca de 100 planos de negócio por mês. Um grande número deles apresentava soluções em busca de um problema e, provavelmente, nunca saíram do papel.

Em crises as empresas precisam se concentrar em seu negócio e se livrar de qualquer processo que signifique perda de tempo (ou de receita).

Empreendedores que mostrem a capacidade de retirar um fardo dos ombros de seus potenciais clientes têm mais chances de serem ouvidos que em tempos de bonança, e também de serem bem remunerados.

Solução, no sentido estrito e profundo da palavra, soa como música aos ouvidos de empresas que atravessaram cortes de pessoal e têm gestores assoberbados e correndo contra o tempo.

4 - O famoso custo de oportunidade

A Pandemia deixou absolutamente claro que a icônica estabilidade no emprego é apenas um conceito histórico na iniciativa privada. Ela simplesmente deixou de existir como os equipamentos de fax e os pagers.

Consciente dessa dura realidade, o empreendedor entende que o trade-off estabilidade versus potencial de enriquecimento é apenas uma construção mental.

O fato é que ele sabe que terá que inventar, desenvolver e implementar empregos para si e para outras pessoas através do seu negócio.

Como nação já passamos por crises imensas e duradouras, nunca tão grandes e de tamanha amplitude como essa - é verdade - , mas o fato é que sobrevivemos. O país continua imenso, o mercado de duzentos e dez milhões se mantém (apesar de mais empobrecido e cheio de problemas com a cultura da transgressão e do jeitinho), mas o PIB de quase 2 trilhões de dólares não pode ser desconsiderado.

Se alguém dissesse em 15 de maio que o Índice Bovespa passaria de 97.000 pontos na primeira semana de junho, provavelmente seria motivo de piada, acusado de uso de substâncias proibidas ou de otimismo insano. Mas aconteceu.

Isso não significa que o empreendedor deve contar apenas com a sorte ou boas surpresas. Nada substitui uma boa ideia bem implementada e muito trabalho.

O resumo da ópera é que a hora é agora! Tem um monte de gente precisando da solução que só você empreendedor pode dar e a vida não espera!

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