Sustentabilidade X Compra por impulso. O que a sua empresa quer?
Estimular a compra por impulso, vender com sustentabilidade ou o equilíbrio entre as duas coisas?
Marcio Oliveira
Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 10h00.
Última atualização em 11 de dezembro de 2017 às 10h00.
Fim de ano costuma ser uma loucura para muitas empresas, principalmente para as indústrias e varejistas em geral, que tentam vender agora tudo o que não venderam durante todo o ano (e bater metas, ganhar bônus etc). Por isso, qualquer oportunidade que parece ajudar no aumento das vendas é agarrada com unhas e dentes por elas.
Mal acabamos de passar pelo Black Friday e já mudamos o foco para o Natal e fico me perguntando se as pessoas, vulgo consumidores, tem realmente tanto dinheiro para gastar num período tão curto. Mas, para as empresas, o importante mesmo é vender e todas as oportunidades devem ser aproveitadas. Mas, assistindo o que vem acontecendo a cada ano, me pergunto o quanto isso é sustentável para as próprias empresas.
Obviamente, sabemos que o dinheiro dos consumidores não é infinito (pelo menos o meu não é), ou seja, se gastar demais, vai faltar. Aula básica de economia. Mas, com cada empresa olhando apenas para o seu quadrado na hora de vender e apostando principalmente nas compras por impulso e puramente emocionais, que no fim acabam sendo o que realmente alavancam as vendas de Natal e Black Friday, vejo que todo o discurso de economia sustentável que muitas delas pregam durante o ano todo de nada vale.
E sim, economia sustentável não combina com venda por impulso e, deixando a ingenuidade de lado, sei que muitos negócios sobrevivem exatamente apostando na compra por impulso e que nós, consumidores, somos muito suscetíveis a isso. E as empresas também sabem, por isso um dos principais objetivos do marketing e da comunicação é conseguir ligar exatamente esta “chave” no consumidor, que faz ele comprar primeiro e pensar depois. Então, como chegar a um equilíbrio que fique bom para ambas as partes?
Uma pesquisa divulgada pelo SPC em maio deste ano, mostrava que 37% das pessoas entrevistadas haviam feito ao menos uma compra por impulso nos últimos 30 dias e que, normalmente, uma compra por impulso acabava sendo uma experiência ruim para os clientes, principalmente se for feita num ambiente de muita pressão de vendas. Fico imaginando qual o resultado da pesquisa se ela fosse feita no fim de dezembro.
Então este equilíbrio seria apenas saber dosar esta pressão de vendas? Entendo que sim, mas num mercado tão competitivo será que as empresas terão coragem de diminuir esta pressão e se contentar com um resultado de vendas um pouco menor talvez?
Na minha opinião, enquanto cada empresa olhar para o seu quadrado, apenas querendo vender cada vez mais, sem se preocupar de verdade com o seu consumidor e com o quanto ela tem o poder de interferir na vida dele, forçando-o, muitas vezes, a inconscientemente tomar decisões erradas (e nem vou entrar nos aspectos psicológicos das compras por impulso), mais insatisfação e frustração será gerada, a começar pelos próprios profissionais e executivos destas empresas se perguntando: por que é que eles acordam todos os dias mesmo?
E para exemplificar isso, destaco a postura da Insecta Shoes, uma pequena empresa que vende calçados e que fez exatamente o que eu gostaria de ver em mais empresas, principalmente nas gigantes, que foi não entrar na onda da Black Friday, fazendo já há alguns anos uma campanha ao contrário dela, chamada de Green Friday, que você pode conhecer mais aqui.
Fim de ano costuma ser uma loucura para muitas empresas, principalmente para as indústrias e varejistas em geral, que tentam vender agora tudo o que não venderam durante todo o ano (e bater metas, ganhar bônus etc). Por isso, qualquer oportunidade que parece ajudar no aumento das vendas é agarrada com unhas e dentes por elas.
Mal acabamos de passar pelo Black Friday e já mudamos o foco para o Natal e fico me perguntando se as pessoas, vulgo consumidores, tem realmente tanto dinheiro para gastar num período tão curto. Mas, para as empresas, o importante mesmo é vender e todas as oportunidades devem ser aproveitadas. Mas, assistindo o que vem acontecendo a cada ano, me pergunto o quanto isso é sustentável para as próprias empresas.
Obviamente, sabemos que o dinheiro dos consumidores não é infinito (pelo menos o meu não é), ou seja, se gastar demais, vai faltar. Aula básica de economia. Mas, com cada empresa olhando apenas para o seu quadrado na hora de vender e apostando principalmente nas compras por impulso e puramente emocionais, que no fim acabam sendo o que realmente alavancam as vendas de Natal e Black Friday, vejo que todo o discurso de economia sustentável que muitas delas pregam durante o ano todo de nada vale.
E sim, economia sustentável não combina com venda por impulso e, deixando a ingenuidade de lado, sei que muitos negócios sobrevivem exatamente apostando na compra por impulso e que nós, consumidores, somos muito suscetíveis a isso. E as empresas também sabem, por isso um dos principais objetivos do marketing e da comunicação é conseguir ligar exatamente esta “chave” no consumidor, que faz ele comprar primeiro e pensar depois. Então, como chegar a um equilíbrio que fique bom para ambas as partes?
Uma pesquisa divulgada pelo SPC em maio deste ano, mostrava que 37% das pessoas entrevistadas haviam feito ao menos uma compra por impulso nos últimos 30 dias e que, normalmente, uma compra por impulso acabava sendo uma experiência ruim para os clientes, principalmente se for feita num ambiente de muita pressão de vendas. Fico imaginando qual o resultado da pesquisa se ela fosse feita no fim de dezembro.
Então este equilíbrio seria apenas saber dosar esta pressão de vendas? Entendo que sim, mas num mercado tão competitivo será que as empresas terão coragem de diminuir esta pressão e se contentar com um resultado de vendas um pouco menor talvez?
Na minha opinião, enquanto cada empresa olhar para o seu quadrado, apenas querendo vender cada vez mais, sem se preocupar de verdade com o seu consumidor e com o quanto ela tem o poder de interferir na vida dele, forçando-o, muitas vezes, a inconscientemente tomar decisões erradas (e nem vou entrar nos aspectos psicológicos das compras por impulso), mais insatisfação e frustração será gerada, a começar pelos próprios profissionais e executivos destas empresas se perguntando: por que é que eles acordam todos os dias mesmo?
E para exemplificar isso, destaco a postura da Insecta Shoes, uma pequena empresa que vende calçados e que fez exatamente o que eu gostaria de ver em mais empresas, principalmente nas gigantes, que foi não entrar na onda da Black Friday, fazendo já há alguns anos uma campanha ao contrário dela, chamada de Green Friday, que você pode conhecer mais aqui.