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Quero pedir demissão do marketing

Você já pensou em pedir demissão de um emprego antes mesmo de ser contratado? Bem, parece que é isto que o novo profissional de marketing está fazendo.

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Relacionamento antes do Marketing

Publicado em 12 de julho de 2015 às, 19h24.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h00.

Fico intrigado com o fato de uma pessoa, próxima ou distante, fazer uma mudança de curso em sua profissão. Segundo Sidnei Oliveira, nosso colega do blog “ao lado” e estudioso da questão das gerações, será algo cada vez mais natural, termos mais de uma profissão ao longo da vida. Isto, pelo simples fato de que a idade cronológica de aposentadoria não significa mais o fim da idade produtiva na vida.

O que me chama a atenção cada vez mais é ver colegas de profissão na área de marketing ainda jovens, questionando sensivelmente o seu próprio propósito como profissionais.

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Tive tempo e oportunidade nestes últimos anos para investigar mais profundamente este tema através de conversas pessoais com um relativo número de pessoas que, simplesmente entrou em crise em suas profissões ou queria mudar sensivelmente de direção.

Acredito que tenha sido procurado por muitas delas talvez pelo fato de eu mesmo ter mudado de curso -  saindo de uma sólida carreira como funcionário em agências para abrir minha própria empresa no segmento.

Destas conversas, duas, em especial, foram muito marcantes para mim.

A primeira, foi com um colega de empresa concorrente que conheço há muitos anos. Eu havia desenhado um propósito que considerava ter significado para a empresa que estava começando, e decidi convidar algumas pessoas no mercado para apoiarem as iniciativas que fossem comuns a todos. O retorno dele foi que seu objetivo era apenas ampliar os negócios, ganhar mais dinheiro e que, embora ele mesmo tivesse objetivos digamos, mais nobres no início de sua carreira, hoje ele simplesmente não acreditava mais que isto fosse possível de se realizar.

A segunda conversa foi com uma gerente de marketing de uma empresa de cartões, que disse estar cansada de contribuir com ferramentas de segmentação e comunicação para que os clientes gastassem até o seu limite financeiro sem quebrar pessoalmente, mas mantendo um fluxo de dinheiro contínuo para a empresa.

Sem sombra de dúvida nos tornamos uma sociedade de consumo. Sem nenhuma crítica a isto. O único problema é que estamos levando nosso planeta, nossas vidas, nosso tempo e disposição junto com isto.

Quando se fala de relacionamento, a pergunta não é “o que eu posso tirar do outro?”, mas “o como eu posso contribuir para a felicidade alheia?”. Como posso, a partir de minhas habilidades, tornar a vida das pessoas melhor?

Todos nós temos necessidades de consumo que, segundo o dicionário, significa: utilizar, para satisfação das próprias necessidades ou desejos, comida, bebida, vestuário, habitação e correlatos. Segundo Maslow, estas necessidades são apenas a base da pirâmide.

Na minha visão, o consumo “tapa um buraco”, satisfaz a fome, a necessidade de se proteger do frio etc. Venho notando, porém, que temos utilizado o consumo também para tapar os buracos emocionais.

Em contrapartida, experiência é: o ato ou efeito de experimentar; conhecimento adquirido graças aos dados fornecidos pela própria vida; conhecimento das coisas pela prática ou observação.

Minha proposta é que, como profissionais de marketing, busquemos proporcionar experiências para nossos clientes. Que a primeira pergunta seja: “O que posso oferecer? ”, e não o que “posso retirar desta relação?”

Você Concorda? Pensa diferente? Deixe o seu recado. Deixe sua Opinião.