Quando propósito e dia-a-dia se tocam
Por que, mesmo utilizando exatamente as mesmas ferramentas, algumas empresas não chegam ao mesmo sucesso que os líderes de mercado?
Leonardo Barci
Publicado em 29 de junho de 2020 às 04h00.
Às vezes parece difícil codificar a missão de uma empresa ou mesmo seu propósito nobre.
Mais difícil ainda é como colocar isso em prática nas tarefas e trabalhos diários.
O desafio é que quando uma missão ou propósito são bem desenhados eles trazem mais perguntas e desafios do que respostas para quem está na direção da empresa.
Mais ainda, mesmo com um excelente “plano de navegação” em mãos, tem-se a impressão de que a cada passo se está mais longe de concluir a missão.
Para tentar auxiliar nesta trajetória, compartilho neste post algumas referências que acredito possam contribuir para esta compreensão.
Na prática diária de uma empresa importa mais o como ela realiza suas tarefas (através das pessoas) do que o que ela faz.
Este como é difícil de se traduzir em palavras. Eu colocaria o como dentro da dimensão espiritual da relação com o cliente. É algo de que se fala, até se dá exemplos, mas na prática não se vê concretamente, e ele nunca se repete da mesma forma.
Dois exemplos que estão fora do âmbito empresarial, mas que me chamaram a atenção nestes últimos dias vem do cenário político-social internacional.
Embora eu tenha colocado que o como é mais importante do que o que, quando este último está em sintonia com a missão da empresa ele ‘faz todo o sentido do mundo’.
Foi o que aconteceu com a Índia em 2014. Como referência, neste último 21 de junho comemorou-se pela 6ª vez o dia anual da Yoga instituído pela ONU em dezembro 2014. A Índia é conhecida por sua tradição espiritual com visões de apreciação e crítica, mas indiscutivelmente um local de profundos e antigos estudos sobre a temática. A iniciativa nasceu em 2014 através da proposição do Primeiro Ministro Narendra Modi junto a ONU e endossado naquele mesmo ano por 175 nações.
Com isso quero colocar que quando uma empresa (ou pessoa, ou mesmo uma nação) compreendem sua ‘função no mundo’ a conexão com a realidade e o apoio passam a ser algo natural. Seria o equivalente ao Brasil propor o dia internacional da biodiversidade – isso simplesmente faz parte de nossa realidade diária.
O segundo exemplo vem de nossa pátria irmã, Portugal, através de um vídeo ( https://www.youtube.com/watch?v=BptdR-W893o ) feito pelo Presidente Marcelo Rebelo Sousa para a rede estatal de televisão de uma ‘aula’ sobre as lições da pandemia.
O que me chamou a atenção neste vídeo foi que Sousa se fez valer de sua experiência como professor para literalmente dar uma aula para os alunos do 1º ao 9º ano sobre a pandemia.
Estas duas dimensões (o o que e o como ) quando se tocam são como um eixo vertical e um horizontal formando um único ponto com a precisão da ponta de uma agulha fazendo com que naquele instante a missão da empresa se realize através de uma determinada ação concreta.
Dei exemplos superlativos buscando chamar a atenção de formas com que esta missão pode se concretizar se a empresa souber olhar para si e para o entorno (em especial seus clientes) para realizar suas tarefas diárias.
Para finalizar o texto de hoje deixo um exemplo prático.
Pense na seguinte situação, você faz uma compra através do site de uma empresa que confia.
Um bom e-commerce provavelmente irá te mostrar ao final uma tela de confirmação com o número do pedido e eventualmente o link de um aplicativo para você acompanhar sua compra. Se a empresa captar seu celular ela possivelmente vai te mandar, além do e-mail de confirmação, uma mensagem de WhatsApp e/ou SMS a cada passo relevante no processo de entrega.
Isso tudo (o e-mail, WhatsApp, aplicativo) são o o que nesta via de comunicação. O timming e a qualidade de comunicação visual (texto, imagem, iconografia e navegação) de cada um destes passos são o como se faz. Se a empresa está realmente interessada em prestar um bom serviço ela irá naturalmente se atentar para que cada comunicação chegue na hora certa, com o conteúdo e visual de forma a gerar a melhor experiência possível para o cliente.
Assim como Modi propôs algo que é imemorial na história da Índia e rapidamente teve apoio de outras nações, o segredo em cada negócio está em escolher sabiamente este o que, isto é, quais ferramentas utilizar para se relacionar com o cliente.
Da mesma forma que Sousa, saber valer-se deste como, isto é, de suas habilidades e experiência são fundamentais para que a comunicação tenha ‘a cara da empresa’ e faça sentido também para o cliente.
E na sua empresa é possível visualizar estes pontos onde o o que e o como se tocam?
Às vezes parece difícil codificar a missão de uma empresa ou mesmo seu propósito nobre.
Mais difícil ainda é como colocar isso em prática nas tarefas e trabalhos diários.
O desafio é que quando uma missão ou propósito são bem desenhados eles trazem mais perguntas e desafios do que respostas para quem está na direção da empresa.
Mais ainda, mesmo com um excelente “plano de navegação” em mãos, tem-se a impressão de que a cada passo se está mais longe de concluir a missão.
Para tentar auxiliar nesta trajetória, compartilho neste post algumas referências que acredito possam contribuir para esta compreensão.
Na prática diária de uma empresa importa mais o como ela realiza suas tarefas (através das pessoas) do que o que ela faz.
Este como é difícil de se traduzir em palavras. Eu colocaria o como dentro da dimensão espiritual da relação com o cliente. É algo de que se fala, até se dá exemplos, mas na prática não se vê concretamente, e ele nunca se repete da mesma forma.
Dois exemplos que estão fora do âmbito empresarial, mas que me chamaram a atenção nestes últimos dias vem do cenário político-social internacional.
Embora eu tenha colocado que o como é mais importante do que o que, quando este último está em sintonia com a missão da empresa ele ‘faz todo o sentido do mundo’.
Foi o que aconteceu com a Índia em 2014. Como referência, neste último 21 de junho comemorou-se pela 6ª vez o dia anual da Yoga instituído pela ONU em dezembro 2014. A Índia é conhecida por sua tradição espiritual com visões de apreciação e crítica, mas indiscutivelmente um local de profundos e antigos estudos sobre a temática. A iniciativa nasceu em 2014 através da proposição do Primeiro Ministro Narendra Modi junto a ONU e endossado naquele mesmo ano por 175 nações.
Com isso quero colocar que quando uma empresa (ou pessoa, ou mesmo uma nação) compreendem sua ‘função no mundo’ a conexão com a realidade e o apoio passam a ser algo natural. Seria o equivalente ao Brasil propor o dia internacional da biodiversidade – isso simplesmente faz parte de nossa realidade diária.
O segundo exemplo vem de nossa pátria irmã, Portugal, através de um vídeo ( https://www.youtube.com/watch?v=BptdR-W893o ) feito pelo Presidente Marcelo Rebelo Sousa para a rede estatal de televisão de uma ‘aula’ sobre as lições da pandemia.
O que me chamou a atenção neste vídeo foi que Sousa se fez valer de sua experiência como professor para literalmente dar uma aula para os alunos do 1º ao 9º ano sobre a pandemia.
Estas duas dimensões (o o que e o como ) quando se tocam são como um eixo vertical e um horizontal formando um único ponto com a precisão da ponta de uma agulha fazendo com que naquele instante a missão da empresa se realize através de uma determinada ação concreta.
Dei exemplos superlativos buscando chamar a atenção de formas com que esta missão pode se concretizar se a empresa souber olhar para si e para o entorno (em especial seus clientes) para realizar suas tarefas diárias.
Para finalizar o texto de hoje deixo um exemplo prático.
Pense na seguinte situação, você faz uma compra através do site de uma empresa que confia.
Um bom e-commerce provavelmente irá te mostrar ao final uma tela de confirmação com o número do pedido e eventualmente o link de um aplicativo para você acompanhar sua compra. Se a empresa captar seu celular ela possivelmente vai te mandar, além do e-mail de confirmação, uma mensagem de WhatsApp e/ou SMS a cada passo relevante no processo de entrega.
Isso tudo (o e-mail, WhatsApp, aplicativo) são o o que nesta via de comunicação. O timming e a qualidade de comunicação visual (texto, imagem, iconografia e navegação) de cada um destes passos são o como se faz. Se a empresa está realmente interessada em prestar um bom serviço ela irá naturalmente se atentar para que cada comunicação chegue na hora certa, com o conteúdo e visual de forma a gerar a melhor experiência possível para o cliente.
Assim como Modi propôs algo que é imemorial na história da Índia e rapidamente teve apoio de outras nações, o segredo em cada negócio está em escolher sabiamente este o que, isto é, quais ferramentas utilizar para se relacionar com o cliente.
Da mesma forma que Sousa, saber valer-se deste como, isto é, de suas habilidades e experiência são fundamentais para que a comunicação tenha ‘a cara da empresa’ e faça sentido também para o cliente.
E na sua empresa é possível visualizar estes pontos onde o o que e o como se tocam?