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Qual tamanho sua empresa deve ter?

Quatro perguntas que nos ajuda a entender qual o real tamanho que uma empresa deve ter e o motivo disso

A provocação é sobre se existe um limite para o tamanho da empresa, ou aquele ponto onde ela deve parar de crescer. (AdobeStock/Reprodução)

Publicado em 26 de junho de 2023 às 14h02.

Você já se fez esta pergunta alguma ver? E veja, não uso o verbo querer, porque a provocação aqui não é para o desejo do empreendedor/empresário, já que entendo que obviamente todos que empreendem querem que o seu negócio cresça. Penso assim sobre a minha empresa também. A provocação é sobre se existe um limite para o tamanho da empresa, ou aquele ponto onde ela deve parar de crescer.

Agora me deixe explicar melhor o que quero dizer com isso. Se tem uma coisa que em algumas situações me gera um certo incômodo em uma grande empresa é exatamente o fato de ela ser muito grande, às vezes enorme, podendo ser inclusive financeiramente maior do que muitos países. Isso porque entendo que o gigantismo das empresas muitas vezes pode atrapalhar mais do que ajudar, tanto os seus próprios colaboradores, como seus clientes, a cadeia de distribuição do seu produto ou serviço e até mesmo a sociedade.

Como assim? Você pode estar pensando. Afinal, o mind set estabelecido em nós nos faz acreditar que ter uma empresa grande, reconhecida, que vende muito, tem altos lucros e domina o mercado é o sinônimo de sucesso e o desejo principal de qualquer empresário ou empreendedor, certo? Mas será que esta realmente é a fórmula para todas as empresas? Será que isso realmente é possível e sustentável?

Pensando nisso, tentei fazer um exercício comigo mesmo a partir de algumas perguntas bem diretas, afinal, quero também, como já falei, que a minha empresa cresça mais.

Basicamente me fiz quatro perguntas diretas com apenas duas opções de resposta em cada uma e eu tinha que ser muito sincero nestas respostas. Na verdade foi fácil ser sincero, afinal, as respostas foram apenas para mim mesmo e acredito que me conheço o suficiente para saber quando eu mesmo estou tentando me enganar.

Teste

Convido você também para fazer este teste abaixo, respondendo de maneira sincera consigo mesmo (e sei que você também se conhece bem para fazer isso).

1 – Minha empresa tem que gerar lucros cada vez maiores.

(  ) Sim, isso é o que importa no fim das contas.

(  ) Não, lucro não é importante, mas é consequência. Podemos abrir mão de uma venda ou diminuir o lucro em prol de uma causa, de valores ou de crenças.

2 – Se nós, como empresa, falássemos de maneira muito clara para nossos clientes e fornecedores que nosso objetivo é dominar totalmente o mercado, como ele se sentiria?

(   ) Ele teria confiança em minha empresa e seria um cliente fiel

(   ) Ele teria desconfiança e se afastaria

(  ) Quero conseguir controlar a relação para conseguir convencer o cliente a comprar de mim sempre que eu quiser vender. Esta é a principal atribuição do meu marketing.

(  ) Quero me relacionar buscando sempre uma forma íntegra, equilibrada e transparente nesta relação. Quero falar, mas também ouvir meus clientes sinceramente.

(  ) Para gerar lucro para os acionistas em primeiro lugar.

( ) Para cumprir um propósito social maior. Ganhar muito dinheiro será consequência disso.

Se você foi sincero nas respostas, tenho certeza de que em todas as perguntas você ficou tentado a escolher sempre a primeira opção, por mais que a segunda opção parecesse mais nobre ou até mais “politicamente correta”. A primeiras opções de respostas são um caminho mais fácil, na verdade.

Mas por mais incomodado que eu fique com o gigantismo das empresas, o fato de algumas delas serem enormes, como por exemplo a Apple, Amazon e Microsoft que valem mais do que o PIB do Brasil, não é realmente um problema em si.

Entendo que o problema, no final, está na clareza e consciência para se responder a quarta pergunta – Porque a minha empresa existe mesmo?

Se uma empresa tem consciência do seu propósito e encara o lucro como consequência, então conseguir se manter sempre no seu propósito é que será a condição limitante para definir o limite do seu crescimento. Em muitos casos inclusive, a necessidade de cumprir o seu propósito vai exigir que ela cresça cada vez mais. E isso será reconhecido, valorizado e desejado pelos seus clientes que conscientemente ou não, são atraídos por este propósito.

Mas se a empresa existe apenas para gerar cada vez mais dinheiro e virar gigante para dominar o mercado é encarada como a única forma possível para isso, pode até ser que durante muito tempo isso funcione, mas acredito que em algum momento na sua trajetória, que será mais rápida para algumas e mais demoradas para outras, esta escolha também cobrará o seu preço de alguma forma e o caso recente da Americanas que tinha como um valor ser “obcecada por resultados”, nos deixa uma grande lição.

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Você já se fez esta pergunta alguma ver? E veja, não uso o verbo querer, porque a provocação aqui não é para o desejo do empreendedor/empresário, já que entendo que obviamente todos que empreendem querem que o seu negócio cresça. Penso assim sobre a minha empresa também. A provocação é sobre se existe um limite para o tamanho da empresa, ou aquele ponto onde ela deve parar de crescer.

Agora me deixe explicar melhor o que quero dizer com isso. Se tem uma coisa que em algumas situações me gera um certo incômodo em uma grande empresa é exatamente o fato de ela ser muito grande, às vezes enorme, podendo ser inclusive financeiramente maior do que muitos países. Isso porque entendo que o gigantismo das empresas muitas vezes pode atrapalhar mais do que ajudar, tanto os seus próprios colaboradores, como seus clientes, a cadeia de distribuição do seu produto ou serviço e até mesmo a sociedade.

Como assim? Você pode estar pensando. Afinal, o mind set estabelecido em nós nos faz acreditar que ter uma empresa grande, reconhecida, que vende muito, tem altos lucros e domina o mercado é o sinônimo de sucesso e o desejo principal de qualquer empresário ou empreendedor, certo? Mas será que esta realmente é a fórmula para todas as empresas? Será que isso realmente é possível e sustentável?

Pensando nisso, tentei fazer um exercício comigo mesmo a partir de algumas perguntas bem diretas, afinal, quero também, como já falei, que a minha empresa cresça mais.

Basicamente me fiz quatro perguntas diretas com apenas duas opções de resposta em cada uma e eu tinha que ser muito sincero nestas respostas. Na verdade foi fácil ser sincero, afinal, as respostas foram apenas para mim mesmo e acredito que me conheço o suficiente para saber quando eu mesmo estou tentando me enganar.

Teste

Convido você também para fazer este teste abaixo, respondendo de maneira sincera consigo mesmo (e sei que você também se conhece bem para fazer isso).

1 – Minha empresa tem que gerar lucros cada vez maiores.

(  ) Sim, isso é o que importa no fim das contas.

(  ) Não, lucro não é importante, mas é consequência. Podemos abrir mão de uma venda ou diminuir o lucro em prol de uma causa, de valores ou de crenças.

2 – Se nós, como empresa, falássemos de maneira muito clara para nossos clientes e fornecedores que nosso objetivo é dominar totalmente o mercado, como ele se sentiria?

(   ) Ele teria confiança em minha empresa e seria um cliente fiel

(   ) Ele teria desconfiança e se afastaria

(  ) Quero conseguir controlar a relação para conseguir convencer o cliente a comprar de mim sempre que eu quiser vender. Esta é a principal atribuição do meu marketing.

(  ) Quero me relacionar buscando sempre uma forma íntegra, equilibrada e transparente nesta relação. Quero falar, mas também ouvir meus clientes sinceramente.

(  ) Para gerar lucro para os acionistas em primeiro lugar.

( ) Para cumprir um propósito social maior. Ganhar muito dinheiro será consequência disso.

Se você foi sincero nas respostas, tenho certeza de que em todas as perguntas você ficou tentado a escolher sempre a primeira opção, por mais que a segunda opção parecesse mais nobre ou até mais “politicamente correta”. A primeiras opções de respostas são um caminho mais fácil, na verdade.

Mas por mais incomodado que eu fique com o gigantismo das empresas, o fato de algumas delas serem enormes, como por exemplo a Apple, Amazon e Microsoft que valem mais do que o PIB do Brasil, não é realmente um problema em si.

Entendo que o problema, no final, está na clareza e consciência para se responder a quarta pergunta – Porque a minha empresa existe mesmo?

Se uma empresa tem consciência do seu propósito e encara o lucro como consequência, então conseguir se manter sempre no seu propósito é que será a condição limitante para definir o limite do seu crescimento. Em muitos casos inclusive, a necessidade de cumprir o seu propósito vai exigir que ela cresça cada vez mais. E isso será reconhecido, valorizado e desejado pelos seus clientes que conscientemente ou não, são atraídos por este propósito.

Mas se a empresa existe apenas para gerar cada vez mais dinheiro e virar gigante para dominar o mercado é encarada como a única forma possível para isso, pode até ser que durante muito tempo isso funcione, mas acredito que em algum momento na sua trajetória, que será mais rápida para algumas e mais demoradas para outras, esta escolha também cobrará o seu preço de alguma forma e o caso recente da Americanas que tinha como um valor ser “obcecada por resultados”, nos deixa uma grande lição.

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