Privacidade de Dados e Relacionamento com Clientes
Saiba qual a importância da Privacidade de Dados para sua empresa e para seus negócios neste artigo de Leonardo Barci.
Leonardo Barci
Publicado em 16 de novembro de 2015 às 10h00.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h50.
Há pelo menos dez anos o Brasil vem tentando emplacar uma lei que trate exclusivamente de Privacidade de Dados.
Algumas destas iniciativas acabaram por legislar certa ‘faceta’ da comunicação entre Empresa e Cliente. Cito algumas que me lembro agora como, por exemplo, a Lei do SAC, Marco Civil da Internet e o Cadastro Positivo.
Nos últimos anos as associações ligadas à comunicação também se mobilizaram, bem como a recente Secretaria do Consumidor. Caso você se interesse, isso tudo pode ser visto em mais detalhes no site da ABEMD.
E no que isso é importante para o Relacionamento entre Empresa e Cliente?
Começo com um exemplo bastante simples: é notório que alguns estados do Brasil já contam com a devolução dos impostos através da informação do CPF ou CNPJ. O conhecido ‘CPF na nota? ’. Imagine que você costume fazer compras na padaria da esquina da sua casa e peça sempre sua nota com CPF. Com esta simples informação é possível chegar até o seu nome diretamente no site da receita ou mesmo consultando seu cadastro junto a alguma empresa de crédito. O que era uma compra não identificada agora virou um histórico de consumo de um cliente.
Imagine, porém, que o dono da padaria decida comercializar este cadastro de CPF + data da compra + produtos + valores? Aquilo que era apenas um registro em banco de dados agora recebeu pelo menos mais duas camadas: a primeira ética e a segunda legal. Isto apenas para citar um exemplo simples.
Vejo o fato de ainda não termos no Brasil uma lei abrangente quando se fala de Bancos de Dados de Clientes sob a seguinte perspectiva:
- Pouca consciência por parte dos clientes do que significa deixar seus dados registrados em um banco de dados. Não falo sobre informar o e-mail em uma ficha de loja. Este me parece o aspecto mais visível da relação. Falo sobre informações que acompanham o cadastro como data, local, valor, quantidade, forma de pagamento – se você nunca se atentou, todos estes dados e muitos outros ficam registrados quando você faz uma compra em uma loja qualquer, tendo ou não deixado seu cadastro. Se você pagou com algo diferente de dinheiro, a empresa tem condições de saber quem é você. Talvez por isso tenham surgido movimentos radicais de pessoas que não tem conta em banco, só usam dinheiro e não fornecem nenhum tipo de informação para nenhuma empresa;
Com exceção de empresas de cartão de crédito e de assinaturas, a organização dos dados de clientes para continuar algum tipo de relacionamento ainda é, de forma geral, precária, o que acaba por gerar pouco incômodo para os clientes e, consequentemente, pouca mobilização para algum tipo de melhoria. Em mercados onde isso já é mais evoluído, as empresas começam a perguntar para o cliente sobre como o cliente quer se relacionar. Na imagem ao lado, deixei um exemplo da Amazon.com que me chamou a atenção;
- Os canais de contato que começaram a gerar mais incômodo para os clientes (telefone e e-mail) foram aqueles que tiveram algum tipo de mobilização do legislativo. Os dois projetos de lei acabaram aprovados no calor da discussão ou do interesse político;
- De forma geral, a busca pela próxima venda imediata ainda supera o interesse em estabelecer algum tipo de relacionamento com clientes. É a mudança da simples necessidade de gerar vendas para a ‘entrega de felicidade’. Marcio falou sobre isto na semana passada;
Privacidade de dados tem a ver com respeito à relação. Se você tem algum tipo de relação estável é provável que não fique contando sobre o que acontece em sua relação ou mesmo fornecendo os dados de contato da pessoa amada. Bem, é mais ou menos isso o que a legislação está tentando evitar!
Se você quer estar em linha com o que deve se tornar uma lei em breve, sugiro rever sua política de relacionamento com cliente, dando uma passada no número e forma de contatos, bem como o respeito ao opt-in (sim, somente opt-in) de seus clientes.
Há pelo menos dez anos o Brasil vem tentando emplacar uma lei que trate exclusivamente de Privacidade de Dados.
Algumas destas iniciativas acabaram por legislar certa ‘faceta’ da comunicação entre Empresa e Cliente. Cito algumas que me lembro agora como, por exemplo, a Lei do SAC, Marco Civil da Internet e o Cadastro Positivo.
Nos últimos anos as associações ligadas à comunicação também se mobilizaram, bem como a recente Secretaria do Consumidor. Caso você se interesse, isso tudo pode ser visto em mais detalhes no site da ABEMD.
E no que isso é importante para o Relacionamento entre Empresa e Cliente?
Começo com um exemplo bastante simples: é notório que alguns estados do Brasil já contam com a devolução dos impostos através da informação do CPF ou CNPJ. O conhecido ‘CPF na nota? ’. Imagine que você costume fazer compras na padaria da esquina da sua casa e peça sempre sua nota com CPF. Com esta simples informação é possível chegar até o seu nome diretamente no site da receita ou mesmo consultando seu cadastro junto a alguma empresa de crédito. O que era uma compra não identificada agora virou um histórico de consumo de um cliente.
Imagine, porém, que o dono da padaria decida comercializar este cadastro de CPF + data da compra + produtos + valores? Aquilo que era apenas um registro em banco de dados agora recebeu pelo menos mais duas camadas: a primeira ética e a segunda legal. Isto apenas para citar um exemplo simples.
Vejo o fato de ainda não termos no Brasil uma lei abrangente quando se fala de Bancos de Dados de Clientes sob a seguinte perspectiva:
- Pouca consciência por parte dos clientes do que significa deixar seus dados registrados em um banco de dados. Não falo sobre informar o e-mail em uma ficha de loja. Este me parece o aspecto mais visível da relação. Falo sobre informações que acompanham o cadastro como data, local, valor, quantidade, forma de pagamento – se você nunca se atentou, todos estes dados e muitos outros ficam registrados quando você faz uma compra em uma loja qualquer, tendo ou não deixado seu cadastro. Se você pagou com algo diferente de dinheiro, a empresa tem condições de saber quem é você. Talvez por isso tenham surgido movimentos radicais de pessoas que não tem conta em banco, só usam dinheiro e não fornecem nenhum tipo de informação para nenhuma empresa;
Com exceção de empresas de cartão de crédito e de assinaturas, a organização dos dados de clientes para continuar algum tipo de relacionamento ainda é, de forma geral, precária, o que acaba por gerar pouco incômodo para os clientes e, consequentemente, pouca mobilização para algum tipo de melhoria. Em mercados onde isso já é mais evoluído, as empresas começam a perguntar para o cliente sobre como o cliente quer se relacionar. Na imagem ao lado, deixei um exemplo da Amazon.com que me chamou a atenção;
- Os canais de contato que começaram a gerar mais incômodo para os clientes (telefone e e-mail) foram aqueles que tiveram algum tipo de mobilização do legislativo. Os dois projetos de lei acabaram aprovados no calor da discussão ou do interesse político;
- De forma geral, a busca pela próxima venda imediata ainda supera o interesse em estabelecer algum tipo de relacionamento com clientes. É a mudança da simples necessidade de gerar vendas para a ‘entrega de felicidade’. Marcio falou sobre isto na semana passada;
Privacidade de dados tem a ver com respeito à relação. Se você tem algum tipo de relação estável é provável que não fique contando sobre o que acontece em sua relação ou mesmo fornecendo os dados de contato da pessoa amada. Bem, é mais ou menos isso o que a legislação está tentando evitar!
Se você quer estar em linha com o que deve se tornar uma lei em breve, sugiro rever sua política de relacionamento com cliente, dando uma passada no número e forma de contatos, bem como o respeito ao opt-in (sim, somente opt-in) de seus clientes.