Nós ferramos tudo!
A fraude da Volkswagen pela ótica do relacionamento com clientes.
Marcio Oliveira
Publicado em 28 de setembro de 2015 às 12h02.
Última atualização em 5 de abril de 2017 às 10h53.
O recente caso da fraude, em escala mundial, na manipulação dos dados de controle de emissão de poluentes da Volkswagen, fartamente divulgado e explorado na mídia, me fez pensar no que se passou na mente dos líderes da empresa para deixar isso acontecer. Mas a frase que usei no título deste artigo, dita pelo presidente da Volkswagen nos EUA, resume bem o que com certeza deve estar passando na mente deles agora. Veja o vídeo abaixo:
Estima-se que mais de 11 milhões de carros da Volkswagen tiveram o controle de emissão de poluentes adulterado e o mercado começa a estimar também os valores das multas e indenizações, que já estão na casa das dezenas de bilhões de dólares. Questiona-se agora a quanto tempo esta prática acontece e se outras montadoras teriam agido da mesma forma.
A pergunta que sempre me faço em situações como esta é: Por que mesmo?
Obviamente, não deve ser para ferrar tudo, como disse este executivo, nem para ver as ações da empresa despencar, seus carros proibidos de serem vendidos, a imagem da marca manchada, fora os prejuízos bilionários e os empregos perdidos.
Talvez a resposta fosse: Para aumentar os lucros. Mas será que os lucros a mais com a fraude justificavam o risco a qual a marca e os próprios executivos foram submetidos? E as consequências que virão a partir de agora, que ainda são imensuráveis?
Mas vamos agora trazer este problema para a ótica do relacionamento.
Costumo falar que o “gigantismo” de algumas empresas, como é o caso da Volkswagen, pode, muitas vezes, mais atrapalhar do que ajudar no relacionamento com os clientes e com a sociedade como um todo.
A empresa acaba sendo tão grande que, para se manter assim ou crescer ainda mais, os interesses de acionistas e principais executivos, que buscam altos lucros no curto prazo, acabam direcionando os objetivos e se transformam no sentido da existência e das decisões diárias de todos eles. E isso cega!
Nesta equação de busca incessante pelo lucro, os clientes acabam invariavelmente sendo considerados apenas como pessoas que devem ser convencidas pelo marketing a consumir os produtos da empresa em todo momento e, se possível, sem ter que pensar muito. Acredito e defendo que isso não é sustentável e quando este comportamento se mantém durante muito tempo, uma hora a casa cai! Como o que aconteceu com a Volkswagen.
Vender e lucrar são importantes, claro. Nenhuma empresa sobrevive muito tempo sem ter lucro. Também o busco na minha empresa. E também é importante para os clientes e a para a sociedade que as empresas tenham lucro, pois assim, elas conseguirão evoluir seus produtos e serviços. É um ciclo que, se não houvesse a ganância no meio, seria virtuoso e traria benefícios para todos.
Está na hora das empresas e dos executivos começarem a mudar este pensamento do lucro. E, para isso, tenho para você que é empreendedor, acionista ou executivo de uma grande empresa, três sugestões poderia chamar também de desafios:
- O lucro deve ser conquistado sempre de maneira íntegra, ou seja, não deve ser conquistado ou aumentado em função de um prejuízo do cliente, do concorrente ou da sociedade em geral.
- O lucro deve ser sustentável. E sustentável, neste caso, significa que muitas vezes ele deverá ser menor no curto prazo para ser maior no longo prazo.
- Reflita bem antes de recusar as duas primeiras sugestões. Pense que talvez um dia seja você que tenha que falar para a imprensa, para seus familiares e amigos ou mesmo para si próprio no espelho: “Eu ferrei tudo”!
O recente caso da fraude, em escala mundial, na manipulação dos dados de controle de emissão de poluentes da Volkswagen, fartamente divulgado e explorado na mídia, me fez pensar no que se passou na mente dos líderes da empresa para deixar isso acontecer. Mas a frase que usei no título deste artigo, dita pelo presidente da Volkswagen nos EUA, resume bem o que com certeza deve estar passando na mente deles agora. Veja o vídeo abaixo:
Estima-se que mais de 11 milhões de carros da Volkswagen tiveram o controle de emissão de poluentes adulterado e o mercado começa a estimar também os valores das multas e indenizações, que já estão na casa das dezenas de bilhões de dólares. Questiona-se agora a quanto tempo esta prática acontece e se outras montadoras teriam agido da mesma forma.
A pergunta que sempre me faço em situações como esta é: Por que mesmo?
Obviamente, não deve ser para ferrar tudo, como disse este executivo, nem para ver as ações da empresa despencar, seus carros proibidos de serem vendidos, a imagem da marca manchada, fora os prejuízos bilionários e os empregos perdidos.
Talvez a resposta fosse: Para aumentar os lucros. Mas será que os lucros a mais com a fraude justificavam o risco a qual a marca e os próprios executivos foram submetidos? E as consequências que virão a partir de agora, que ainda são imensuráveis?
Mas vamos agora trazer este problema para a ótica do relacionamento.
Costumo falar que o “gigantismo” de algumas empresas, como é o caso da Volkswagen, pode, muitas vezes, mais atrapalhar do que ajudar no relacionamento com os clientes e com a sociedade como um todo.
A empresa acaba sendo tão grande que, para se manter assim ou crescer ainda mais, os interesses de acionistas e principais executivos, que buscam altos lucros no curto prazo, acabam direcionando os objetivos e se transformam no sentido da existência e das decisões diárias de todos eles. E isso cega!
Nesta equação de busca incessante pelo lucro, os clientes acabam invariavelmente sendo considerados apenas como pessoas que devem ser convencidas pelo marketing a consumir os produtos da empresa em todo momento e, se possível, sem ter que pensar muito. Acredito e defendo que isso não é sustentável e quando este comportamento se mantém durante muito tempo, uma hora a casa cai! Como o que aconteceu com a Volkswagen.
Vender e lucrar são importantes, claro. Nenhuma empresa sobrevive muito tempo sem ter lucro. Também o busco na minha empresa. E também é importante para os clientes e a para a sociedade que as empresas tenham lucro, pois assim, elas conseguirão evoluir seus produtos e serviços. É um ciclo que, se não houvesse a ganância no meio, seria virtuoso e traria benefícios para todos.
Está na hora das empresas e dos executivos começarem a mudar este pensamento do lucro. E, para isso, tenho para você que é empreendedor, acionista ou executivo de uma grande empresa, três sugestões poderia chamar também de desafios:
- O lucro deve ser conquistado sempre de maneira íntegra, ou seja, não deve ser conquistado ou aumentado em função de um prejuízo do cliente, do concorrente ou da sociedade em geral.
- O lucro deve ser sustentável. E sustentável, neste caso, significa que muitas vezes ele deverá ser menor no curto prazo para ser maior no longo prazo.
- Reflita bem antes de recusar as duas primeiras sugestões. Pense que talvez um dia seja você que tenha que falar para a imprensa, para seus familiares e amigos ou mesmo para si próprio no espelho: “Eu ferrei tudo”!