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M.Officer nos ensina que não existem atalhos para lucros rápidos

Ganhar muito dinheiro e rápido: é esse o principal motivo para abrir e forma de gerir uma empresa?

(Divulgação)
MO

Marcio Oliveira

Publicado em 13 de novembro de 2017 às 11h57.

Última atualização em 14 de novembro de 2017 às 18h49.

Uma das piores coisas que pode acontecer para uma empresa com uma marca forte, é ver esta marca estampada de maneira negativa em vários veículos de comunicação. Mas, quando a notícia diz que a empresa será impedida de vender no seu principal mercado, fico imaginando então o que deve passar na cabeça dos funcionários e dos clientes.

E é isso que está acontecendo agora com a M.Officer, uma marca já consagrada principalmente no mercado de moda paulista, onde agora ela pode ser proibida de atuar pelos próximos 10 anos em função de uma condenação na justiça sobre o uso de trabalho análogo a escravidão para produção de seus produtos, conforme a matéria que você pode ler aqui. E, além disso, também arcar com uma multa de R$ 6 milhões.

Aliás, este problema tem parecido ser muito mais o padrão do que a exceção quando falamos na indústria de moda no Brasil; uma rápida busca aqui no Google mostra a quantidade de marcas famosas envolvidas nisso.

Sempre falo que uma empresa nunca controla o seu faturamento, porque ele depende das vendas e as vendas dependem dos seus clientes quererem comprar. A única coisa que a empresa controla 100% são as suas despesas, inclusive os pagamentos de impostos. Afinal, uma empresa pode escolher não pagar impostos e embolsar este dinheiro, certo? Claro que isso trará consequências ruins para ela e seus sócios, mas ainda assim é uma escolha.

Da mesma forma uma empresa (e seus donos) pode escolher ganhar mais piorando a qualidade do seu produto ou serviço, ou fazendo como a M.Officer, que tentou diminuir ao máximo os custos de produção sem se importar com as consequências.

Mas as consequências com a qual o dono da M.Officer não se importou vão além destas tangíveis da justiça e penso imediatamente em duas. Claro que apenas a condenação, se realmente efetivada, proibindo a empresa de atuar em São Paulo por 10 anos, já é por si própria suficiente para fazer a empresa fechar.

Mas a primeira consequência intangível é a da percepção do cliente, uma vez que seria o primeiro caso de uma condenação como esta, o que faz ser impossível prever como o mercado reagiria. Apenas imagino que abriria um precedente enorme e seria um prato cheio para os consumidores ativistas, por isso as outras marcas que se cuidem.

E a segunda é a frustração do empresário. Aquela frustração de ver algo que você criou, depois de tantos anos, morrer única e exclusivamente por conta de suas escolhas erradas e pela ganância de achar que ganhar muito dinheiro tinha sido o único motivo para a empresa ter sido aberta. Esta é a hora em que muitos empresários (nem todos, infelizmente) entendem que ganhar muito dinheiro rápido nunca deveria ser o principal motivo para abrir uma empresa, e que atalhos para este fim nunca chegarão a bons lugares, definitivamente.

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Uma das piores coisas que pode acontecer para uma empresa com uma marca forte, é ver esta marca estampada de maneira negativa em vários veículos de comunicação. Mas, quando a notícia diz que a empresa será impedida de vender no seu principal mercado, fico imaginando então o que deve passar na cabeça dos funcionários e dos clientes.

E é isso que está acontecendo agora com a M.Officer, uma marca já consagrada principalmente no mercado de moda paulista, onde agora ela pode ser proibida de atuar pelos próximos 10 anos em função de uma condenação na justiça sobre o uso de trabalho análogo a escravidão para produção de seus produtos, conforme a matéria que você pode ler aqui. E, além disso, também arcar com uma multa de R$ 6 milhões.

Aliás, este problema tem parecido ser muito mais o padrão do que a exceção quando falamos na indústria de moda no Brasil; uma rápida busca aqui no Google mostra a quantidade de marcas famosas envolvidas nisso.

Sempre falo que uma empresa nunca controla o seu faturamento, porque ele depende das vendas e as vendas dependem dos seus clientes quererem comprar. A única coisa que a empresa controla 100% são as suas despesas, inclusive os pagamentos de impostos. Afinal, uma empresa pode escolher não pagar impostos e embolsar este dinheiro, certo? Claro que isso trará consequências ruins para ela e seus sócios, mas ainda assim é uma escolha.

Da mesma forma uma empresa (e seus donos) pode escolher ganhar mais piorando a qualidade do seu produto ou serviço, ou fazendo como a M.Officer, que tentou diminuir ao máximo os custos de produção sem se importar com as consequências.

Mas as consequências com a qual o dono da M.Officer não se importou vão além destas tangíveis da justiça e penso imediatamente em duas. Claro que apenas a condenação, se realmente efetivada, proibindo a empresa de atuar em São Paulo por 10 anos, já é por si própria suficiente para fazer a empresa fechar.

Mas a primeira consequência intangível é a da percepção do cliente, uma vez que seria o primeiro caso de uma condenação como esta, o que faz ser impossível prever como o mercado reagiria. Apenas imagino que abriria um precedente enorme e seria um prato cheio para os consumidores ativistas, por isso as outras marcas que se cuidem.

E a segunda é a frustração do empresário. Aquela frustração de ver algo que você criou, depois de tantos anos, morrer única e exclusivamente por conta de suas escolhas erradas e pela ganância de achar que ganhar muito dinheiro tinha sido o único motivo para a empresa ter sido aberta. Esta é a hora em que muitos empresários (nem todos, infelizmente) entendem que ganhar muito dinheiro rápido nunca deveria ser o principal motivo para abrir uma empresa, e que atalhos para este fim nunca chegarão a bons lugares, definitivamente.

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