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Life as a service? Qual será o limite?

Estamos evoluindo rapidamente para a mudança dos modelos de consumo e propriedade, mas qual será o limite aceitável?

 (divulgação/Divulgação)
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Relacionamento antes do Marketing

Publicado em 19 de abril de 2021 às, 09h25.

A pandemia acelerou várias mudanças no mercado e em muitos modelos de negócios e minha sensação é que despertou também de maneira muito mais forte, a consciência de que talvez não devamos comprar efetivamente tudo o que iremos consumir e que alugar pode sim ser uma boa.

Não posso dizer que já fico totalmente confortável com esta ideia, mas não dá para deixar de concordar que estamos seguindo rapidamente por este caminho. Mas qual será o limite aceitável? O que poderemos consumir em um formato diferente de como fazemos hoje?

Quando falamos de bens duráveis ou imóveis, talvez isso fique mais fácil de compreender ou mesmo de aceitar. Por isso inclusive que negócios como Airbnb e UBER já consolidaram alguns comportamentos neste sentido. Gerando inclusive outros formatos de negócios dentro da mesma ideia, por exemplo com as montadoras de veículos começando a investir fortemente no aluguel de carros ao invés da venda tradicional.

Mas e quando falamos de bens com um valor agregado bem menor ou mesmo de uso de itens pessoais, será que tem espaço para este pensamento também? Imagino que para itens que são de uso específico talvez seja mais fácil algum modelo de negócio neste sentido, como por exemplo ferramentas ou equipamentos como uma furadeira. Mas e itens de uso contínuo ou até mesmo pessoais? Será que conseguiremos alugar roupas (que não para festas), eletrodomésticos ou mesmo móveis para usarmos em nossa casa por longos períodos?

São várias perguntas até agora e quase nenhuma resposta talvez porque não seja ainda o momento de dar resposta nenhuma, afinal, este é um assunto ainda muito complexo, em evolução e com uma grande implicação em vários mercados, à medida que uma mudança para este modelo pode significar o desaparecimento ou o encolhimento de muitas empresas, mesmo que outras sejam criadas para novos atividades que surgiriam.

Creio que o momento ainda é de experimentação e neste sentido, esta matéria aqui mesmo na Exame sobre um caso de economia colaborativa pode ilustrar bem o cenário que estamos vivendo e as alternativas que podem surgir.

Outra referência interessante para pensarmos sobre isso é um antigo TEDx do Murilo Gun, mas que traz também uma boa ideia de caminho para achar as respostas, definindo uma  matriz com 4 grupos de produtos - 1 - Baixo custo e baixa utilização, 2 – Baixo custo e alta utilização, 3 – Alto custo e baixa utilização e 4 – Alto custo e alta utilização -, e a adequação de cada um deles em um modelo de economia de acesso ao invés de propriedade.

Mas a grande pergunta ainda fica e deve servir de alerta. Qual será o limite aceitável?