E agora? Parte 2
O momento atual pede mudanças rápidas em todos os sentidos. Mas a essência do relacionamento entre empresa e clientes deve sobreviver a qualquer crise.
Publicado em 27 de abril de 2020 às, 10h48.
Vivemos tempos estranhos. Muito rapidamente tudo mudou para todo mundo, literalmente. E agora em meio à esta pandemia, muita gente fica tentando prever como as coisas ficarão quando ela acabar.
Opinar sobre o futuro é relativamente fácil, principalmente quando projetamos nossas vontades e desejos nestas opiniões. Particularmente, venho tentando adotar pensamentos e decisões de curto prazo; afinal, não sabemos com certeza nem quando esta pandemia vai realmente acabar. Também não quero ficar prevendo ou chegando em certezas absolutas (com perdão pela redundância) quando falamos do futuro das interações humanas e das relações entre empresas e pessoas.
O “novo normal” e “nada mais será como antes” são duas das expressões que mais tenho ouvido ultimamente, mas não tenho certeza de que realmente estamos em um momento de ruptura tão grande e tão ampla em todos os aspectos de comportamento da sociedade como está sendo falado. Claro que essa experiência que estamos vivendo causará impactos e algumas mudanças de comportamentos que serão percebidos principalmente num curto e, talvez, médio prazo dependendo da situação, mas alguns comportamentos extremos que somos obrigados a ter agora creio que tendem a recuar para algo mais parecido do que era antes disso tudo, a depender da situação.
Muito do que direciona a maioria das ações tomadas atualmente, seja de governo, empresas ou mesmo individuais, tem como pano de fundo o medo, seja o medo de ficar doente, de perder o emprego, de não vender ou qualquer outro. E entendo que quando a sociedade se seguir mais segura, a maioria das pessoas esquecerá muitos dos hábitos que temos que praticar agora de maneira forçada. Mas posso estar errado, claro.
E a relação entre empresa e pessoas então, como fica e como deverá ficar?
Sinceramente, na minha opinião, não deveria mudar em nada. Por que penso assim? Simplesmente porque busco sempre olhar o relacionamento entre uma empresa e uma pessoa muito além apenas da relação no momento do consumo, que entendo ser apenas a milha final do caminho deste relacionamento. E, como já venho escrevendo neste blog há muito tempo, o relacionamento é algo muito mais profundo, é direcionado por um propósito muito maior da empresa (e que ela deve ter e reconhecer), do que apenas o “agradar para vender”. Se agora a empresa precisa buscar novas formas de vender por conta da pandemia, por exemplo, isso não significará deixar o propósito de lado e nem o objetivo principal no relacionamento com seus clientes. Sim, os canais podem até mudar, a comunicação também e até a quantidade de interações, mas nunca a essência deste relacionamento, que deve sobreviver sempre a qualquer tipo de crise, mesmo quando escolhas difíceis precisarem ser feitas.