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Como o varejo pode conquistar a fidelidade do cliente?

A fidelidade do cliente que é baseada apenas nos descontos não será sustentável para nenhuma empresa

Female customer with cart in food store. Woman shopping in grocery, buyer in market
Female customer with cart in food store. Woman shopping in grocery, buyer in market

O Think Consumer Goods, um estudo feito pela Offerwise e divulgado pelo Google em 2023, mostrou que 64% dos consumidores brasileiros não tem mais marcas preferidas e, fazendo o recorte da geração Z, aqueles nascidos após 1995, o percentual passa para 65%. 

Este dado poder deixar muitos varejistas e talvez tenham que ficar mesmo, mas longe de ser o fim para eles, vejo neste cenário uma grande oportunidade para mudanças de alguns paradigmas do varejo. 

O fato é que o comportamento do consumidor já mudou bastante e existem vários fatores que influenciam uma decisão de compra, como preço, disponibilidade, variedade, indicação etc. Na verdade, a decisão de compra acaba sendo definida por um mix de fatores que pesam na mente do cliente e direcionam o seu comportamento e escolha, sendo que a fidelidade aqui pode ou não ser uma consequência deste mix. 

A experiência como diferencial competitivo 

A tendência quando falamos de fidelidade no varejo é logo pensar nos programas de pontos ou descontos, principalmente porque estes programas estão ligados diretamente a vantagens financeiras, como o cash back que está em moda hoje me dia. 

Mas se a motivação do cliente para se mostrar fiel e comprar for apenas o desconto, o que acontecerá quando a empresa não puder sustentar isso? Costumo falar que cliente conquistado pelo bolso, também é perdido pelo bolso. Ou seja, a fidelidade conquistada nestes casos não é sustentável para nenhuma empresa. 

Claro que estes programas de descontos são válidos e os indico para as empresas quando entendo que fazem sentido dentro de uma estratégia maior de relacionamento e experiência, onde eles são apenas uma parte mais tática e com uma finalidade específica e pontual. 

Mas o grande diferencial para a fidelização do cliente no varejo está na construção estratégica de boas experiências de compra. Como assim construção estratégica de boas experiências? Você pode estar se perguntando. 

Se hoje em dia a decisão de compra é baseada em um mix de fatores e estes fatores não são mais diferenciais competitivos relevante para os varejistas, principalmente porque todos eles podem ser copiados, então mais do que nunca a experiência planejada do cliente ganha força e pode ser o grande diferencial competitivo para as empresas. 

É preciso quebrar alguns paradigmas 

Isso significa que a boa experiência do cliente passa a ser o principal direcionador dos comportamentos, escolhas e processos das empresas. Claro que isso não é simples, mas ninguém disse que seria e por isso eu expliquei no segundo parágrafo que essa é uma oportunidade para mudança de paradigmas.  

Na prática, cada empresa deve estudar e planejar qual experiência ela quer que os seus clientes tenham, usando como norteador o propósito da empresa, mas algumas coisas básicas precisam ser observadas, por isso deixo 4 dicas que podem ser os primeiros passos para esta mudança: 

1 – Problemas e reclamações não devem ser apenas resolvidos com agilidade, mas é necessário que os causadores dos problemas sejam compreendidos e corrigidos para que não mais ocorram. 

2 – O cliente não tem sempre razão, mas isso não significa que a empresa tem. Escutar de verdade o cliente é o primeiro passo construir um relacionamento forte. 

3 – O cliente quer se sentir único. E esta não é apenas uma questão tecnológica de super personalização através dos dados, é também uma questão de atitude nos contatos pessoais. Por exemplo, de olhar os clientes nos olhos, ouvi-lo atentamente e querer ser prestativo. A palavra-chave aqui é intencionalidade. 

4 – A boa experiência do cliente acaba sendo natural quando a cultura da empresa trabalha em prol disso. Em outras palavras, isso é papel de todos dentro da empresa, a começar no CEO.