Abrindo a caixa de Pandora
Razão ou emoção? Qual a melhor forma de chegar até seu cliente? Como atingir este equilíbrio? O que a música e os aplicativos nos ensinam sobre isso.
Leonardo Barci
Publicado em 27 de março de 2017 às 08h00.
Última atualização em 27 de março de 2017 às 10h34.
Se você é aficionado por música como eu, este artigo é para você.
Para quem acompanha o mundo digital, nomes como Spotify, Deezer, Google Music, já são velhos conhecidos.
Embora não tão novo, mas provavelmente pouco conhecido no Brasil é o site e aplicativo Pandora – o site existe desde 2000 nos Estados Unidos.
Sou um antigo fã do site por muitos motivos. Descobri com grata surpresa esta semana que o site está novamente disponível no Brasil. Por questões de direitos autorais e liberações legais, o site esteve bloqueado por muito tempo para o nosso País.
O site nasceu a partir do que é chamado Music Genome Project ®, idealizado por Tim Westergren, um dos fundadores do Pandora e idealizador do projeto Genoma.
A ideia original era ‘picotar’ cada música em milhares de pequenos pedaços de informação e criar uma ‘mega indexação’.
A proposição era juntar estes pedaços de informações à interação do usuário, tudo isso orquestrado por complexos aplicativos matemáticos com a responsabilidade de responder a uma simples pergunta: ‘ Qual a melhor próxima (nova) música para esse usuário’
Todo trabalho era criar um modelo que fosse capaz de sugerir músicas fora do catálogo básico das gravadoras, mas que agradasse o ouvinte comum.
Diferente de aplicativos como Spotify e Deezer ou mesmo Last FM, o Pandora surgiu a partir de um extenso trabalho manual. No início do projeto Genoma, o grupo varreu os Estados Unidos em busca de aficionados por música, formando grupos de músicos que estivessem dispostos a ouvir músicas e classificá-las em uma infinidade de atributos como por exemplo: música ao vivo/estúdio, vocal feminino/masculino/banda, BPM etc.
Até que o site fosse bloqueado no Brasil, ouvi por muito tempo a diversidade de músicas que o Pandora disponibilizava, às vezes tendo a impressão de que havia um programador musical ao meu lado observando meu humor e selecionando a melhor próxima música.
A ideia do site - embora começasse de forma complexa, com a indexação manual das músicas – era estupidamente simples, sugerir a próxima música.
Ela tinha um segredo de estado tão bem guardado quanto aberto: ela incluía a interação do usuário como parte da matemática de sugestão de músicas. Algo que o Spotify ainda pena para conseguir fazer funcionar.
Uma infinidade de aplicativos e serviços web tem surgido, e acredito que continuem surgindo e evoluindo, com o objetivo de colocar a matemática à serviço do servir ao cliente.
Eu diria que este é o lado esquerdo do cérebro, a capacidade de traduzir padrões em números e fórmulas.
A beleza do projeto Pandora é que ele nasceu do lado direito do cérebro. Foi o amor de seus fundadores à musica, e o desejo de levar este amor e paixão ao maior número de pessoas que fez surgir uma ideia tão maluca quanto desafiadora – que foi o de indexar manualmente as músicas.
Busca-se hoje, através da inteligência artificial, chegar o mais próximo do pensamento humano. O que, na minha opinião, a IA nunca será capaz de reproduzir é o amor. Algo tão desafiador de definir que um programador provavelmente nunca será capaz de codificar.
Enquanto o Spotify nadou de braçada utilizado uma das maiores bases de dados de música do planeta e oferecendo ao preço de meia assinatura de telefone pré-pago por mês, o Pandora tentou ao máximo segurar seu modelo original.
Olhando hoje no site vejo que a quantidade de atributos por música diminuiu sobremaneira. O que é citado do projeto Genoma, já não é mais o que fora no passado.
Embora a qualidade da sugestão de músicas ainda seja superior, o desafio de manter um modelo escalável e economicamente viável parece que sobrepôs o amor à música.
Como cliente aguardo o dia onde terei à disposição um equilíbrio entre o lado esquerdo e direito do cérebro algo como um Spotify powered by Pandora!
PS: Enquanto faço a edição final deste artigo, descubro que o serviço da Pandora ainda permanece bloqueado para o Brasil. Provavelmente alguma instabilidade no bloqueio permitiu acessar o serviço localmente. Que pena!
Se você é aficionado por música como eu, este artigo é para você.
Para quem acompanha o mundo digital, nomes como Spotify, Deezer, Google Music, já são velhos conhecidos.
Embora não tão novo, mas provavelmente pouco conhecido no Brasil é o site e aplicativo Pandora – o site existe desde 2000 nos Estados Unidos.
Sou um antigo fã do site por muitos motivos. Descobri com grata surpresa esta semana que o site está novamente disponível no Brasil. Por questões de direitos autorais e liberações legais, o site esteve bloqueado por muito tempo para o nosso País.
O site nasceu a partir do que é chamado Music Genome Project ®, idealizado por Tim Westergren, um dos fundadores do Pandora e idealizador do projeto Genoma.
A ideia original era ‘picotar’ cada música em milhares de pequenos pedaços de informação e criar uma ‘mega indexação’.
A proposição era juntar estes pedaços de informações à interação do usuário, tudo isso orquestrado por complexos aplicativos matemáticos com a responsabilidade de responder a uma simples pergunta: ‘ Qual a melhor próxima (nova) música para esse usuário’
Todo trabalho era criar um modelo que fosse capaz de sugerir músicas fora do catálogo básico das gravadoras, mas que agradasse o ouvinte comum.
Diferente de aplicativos como Spotify e Deezer ou mesmo Last FM, o Pandora surgiu a partir de um extenso trabalho manual. No início do projeto Genoma, o grupo varreu os Estados Unidos em busca de aficionados por música, formando grupos de músicos que estivessem dispostos a ouvir músicas e classificá-las em uma infinidade de atributos como por exemplo: música ao vivo/estúdio, vocal feminino/masculino/banda, BPM etc.
Até que o site fosse bloqueado no Brasil, ouvi por muito tempo a diversidade de músicas que o Pandora disponibilizava, às vezes tendo a impressão de que havia um programador musical ao meu lado observando meu humor e selecionando a melhor próxima música.
A ideia do site - embora começasse de forma complexa, com a indexação manual das músicas – era estupidamente simples, sugerir a próxima música.
Ela tinha um segredo de estado tão bem guardado quanto aberto: ela incluía a interação do usuário como parte da matemática de sugestão de músicas. Algo que o Spotify ainda pena para conseguir fazer funcionar.
Uma infinidade de aplicativos e serviços web tem surgido, e acredito que continuem surgindo e evoluindo, com o objetivo de colocar a matemática à serviço do servir ao cliente.
Eu diria que este é o lado esquerdo do cérebro, a capacidade de traduzir padrões em números e fórmulas.
A beleza do projeto Pandora é que ele nasceu do lado direito do cérebro. Foi o amor de seus fundadores à musica, e o desejo de levar este amor e paixão ao maior número de pessoas que fez surgir uma ideia tão maluca quanto desafiadora – que foi o de indexar manualmente as músicas.
Busca-se hoje, através da inteligência artificial, chegar o mais próximo do pensamento humano. O que, na minha opinião, a IA nunca será capaz de reproduzir é o amor. Algo tão desafiador de definir que um programador provavelmente nunca será capaz de codificar.
Enquanto o Spotify nadou de braçada utilizado uma das maiores bases de dados de música do planeta e oferecendo ao preço de meia assinatura de telefone pré-pago por mês, o Pandora tentou ao máximo segurar seu modelo original.
Olhando hoje no site vejo que a quantidade de atributos por música diminuiu sobremaneira. O que é citado do projeto Genoma, já não é mais o que fora no passado.
Embora a qualidade da sugestão de músicas ainda seja superior, o desafio de manter um modelo escalável e economicamente viável parece que sobrepôs o amor à música.
Como cliente aguardo o dia onde terei à disposição um equilíbrio entre o lado esquerdo e direito do cérebro algo como um Spotify powered by Pandora!
PS: Enquanto faço a edição final deste artigo, descubro que o serviço da Pandora ainda permanece bloqueado para o Brasil. Provavelmente alguma instabilidade no bloqueio permitiu acessar o serviço localmente. Que pena!