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A disputa agora é pelo tempo do cliente

Seu cliente passa boa parte do tempo conectado fazendo de tudo. Como tornar a marca relevante para que ele gaste parte deste tempo se relacionando com ela?

 (Gerd Altmann por Pixabay/Divulgação)
(Gerd Altmann por Pixabay/Divulgação)
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Relacionamento antes do Marketing

Publicado em 23 de agosto de 2021 às, 09h45.

Última atualização em 23 de agosto de 2021 às, 16h18.

Este mundo cada vez mais digital em que vivemos está mudando o modelo de consumo de praticamente tudo muito rapidamente e muitas empresas estão ficando para trás, presas a velhos conceitos e paradigmas.

Um destes paradigmas que costumo sempre falar é sobre a definição de concorrência. Toda empresa acredita que sabe quem são os seus concorrentes diretos e indiretos, mas isso só vale se ela olhar apenas para os seus produtos ou serviços e atualmente, olhar apenas para isso só não basta para traçar todas as estratégias.

Como disse no primeiro parágrafo, o mundo digital e o acesso à tecnologia de maneira mais simplificada por boa parte das pessoas, trouxe uma outra variável muito importante, se não for a mais importante de todas por enquanto. É a variável do tempo, não o meteorológico, mas o tempo que a pessoa tem disponível para se relacionar com marcas durante as 24 horas do dia.

Este tempo dela que é disputado por todas as marcas com as quais ela se relaciona, e o principal canal para isso atualmente tem sido os smartphones, que chamo de concentradores de concorrentes. Uma pesquisa deste ano conduzida pela FGV mostrou que o Brasil mais de 234 milhões de smartphones, o que dá mais de 1 smartphone por habitante. Outra pesquisa interessante também recente, feita pelo App Anie, mostrou que o Brasil está em primeiro lugar no ranking global de tempo gasto apenas em aplicativos de celular, com mais de 5 horas diárias, e vejo que a tendência é crescer ainda mais.

Agora, junte os dados destas duas pesquisas que você vai entender o que quero dizer quando falo que a concorrência agora é pelo tempo do cliente e que ele gasta boa parte deste seu tempo conectado. Este cenário trouxe novos concorrentes para sua empresa e que podem ser quem você menos imagina porque eles também podem estar ao seu lado (ícone ao lado de ícone) no smartphone do seu cliente disputando a atenção e, consequentemente, o tempo dele?

E como lidar com isso?

Entendo que aqui entra também a reflexão sobre um novo conceito para a discussão dos atributos que diferenciam uma marca de seu concorrente, porque se sua empresa agora concorre também não apenas com outras de produtos ou serviços semelhantes, mas com qualquer outra empresa que estiver no celular do seu cliente, por exemplo, por isso é necessário se tornar relevante o suficiente para seu cliente criando diferenciais únicos para assim conquistar a atenção e o tempo dele.

E conquistar a relevância para o cliente atual que é também muito mais crítico, não será uma tarefa fácil, porque necessitará inicialmente que a empresa mude seu modelo mental para conseguir caminhar por estes três passos iniciais:

Passo 1 – Tenha clareza do propósito da empresa (aquele que vai além do lucro)

Passo 2 – Este propósito tem que ser refletido na cultura da empresa

Passo 3 – O propósito precisa ser comunicado ao cliente e não apenas na propaganda, mas também nas atitudes da empresa para ser sentido pelo cliente na sua experiência de relacionamento e consumo.

Como referência, deixo aqui também um outro artigo mais antigo que coloquei aqui neste blog falando sobre a Atmosfera da Marca.