Exame Logo

21 mil km na estrada do Relacionamento com Clientes

A estrada do Relacionamento com Clientes pode ser pedregosa, mas aqueles com coragem e determinação de encartar o cliente tem maiores chances

(Designed by Freepik/Creative Commons)
LB

Leonardo Barci

Publicado em 28 de setembro de 2020 às 04h00.

Com, estimados, mais de 200 milhões de canais no Youtube, às vezes é difícil certificar o quanto um canal é relevante para o público em geral.

Dentro deste mar de conteúdo, uma gota chamada Fully Charged Show intitula-se como o canal #1 sobre Energia Limpa e Veículos Elétricos.

Estrelado por Robert Llewellyn, ator e apresentador britânico que decidiu largar sua carreira regular e dedicar-se a produção e apresentação de conteúdo focado em difundir para o seus público temas ligados a energia limpa.

Em um de seus episódios recentes Robert entrevistou Charley Boorman, também ator e apresentador Inglês, a respeito de sua viagem de mais de 21 mil quilômetros do Ushuaia até Los Angeles.

O episódio teria passado despercebido para mim, não fosse o fato de poucos dias depois a Apple+ ter me oferecido como lançamento o documentário Long Way Up estrelado por Charley e seu grande amigo, o ator Ewan McGregor que protagonizou Obi Wan Kenobi na segunda geração da saga Guerra nas Estrelas.

Escrevemos muito aqui no blog sobre propósito e como isso pode ser relevante no Relacionamento com Clientes. O que nem sempre é tão claro é como isso pode se ligar ao dia-a-dia das empresas.

Com 3 episódios já disponíveis na plataforma de streaming, o documentário em sua primeira hora, apresenta a saga dos dois viajantes (Charley e Ewan) para organizar sua aventura de 100 dias.

Embora seja uma aventura com um certo grau de suporte logístico e de produção, o desafio não deixa de ser menor ou menos arriscado por conta disso.

Seria um entre uma infinidade de corridas de aventura estreladas por atores e gente comum de todo quilate, não fosse por um fato peculiar: tanto as motos - que são uma estrela à parte - como os carros que suportam todo o trajeto, são elétricos. Não apenas isso, mas tanto os carros como as motos, são protótipos!

Pelo simples fato que o tema de energia alternativa chama minha atenção, venho acompanhando este mercado já há algum tempo. Tenho a referência de que casas, carros e bicicletas (além dos famosos patinetes), evoluíram bastante nestes anos recentes, e em alguns lugares já se tornaram populares, ao ponto de países como a Costa Rica se comprometerem com a meta de utilizar somente energia limpa até 2030.

Por outro lado, motocicletas convencionais são as que estão mais atrás nesta corrida pela energia limpa. Na média um veículo deste tipo não roda hoje mais do que 100 a 120 km por carga. O que é, de partida, algo impraticável para um trajeto de mais de 20 mil km.

Mesmo com estes desafios os atores, o diretor e o produtor resolveram comprar a briga para realizar o percurso somente com energia elétrica.

Tratando-se de um documentário com um alto grau de produção e preparo é difícil separar o que é disponibilidade voluntária, o que é investimento de marketing e o que é pura sorte. Seja lá como for, duas marcas resolveram comprar a briga. A primeira, alguém com quase 120 anos de existência, a emblemática Harley Davidson. A outra, a estreante Rivian, com pouco mais de 10 anos de estrada na produção de carros e utilitários elétricos.

Havia dois principais desafios: o primeiro, veículos que tivessem autonomia para percorrer pelo menos 300 km por dia; o segundo com relação a facilidade e disponibilidade de energia elétrica ao longo do percurso.

Se você tem alguns anos de estrada no marketing, em especial marketing direto ou de relacionamento, deve se lembrar que houve marcas que foram referência neste mercado por sua capacidade de se conectar verdadeiramente com seus clientes. Algumas que me lembro, além da própria Harley, foram cases de sucesso como Greatful Dead, o supermercado Tesco, entre outras que legaram histórias de sucesso sobre o que mais recentemente Simon Sinek denominou como o Porquê das marcas.

Para quem não teve acesso, a Harley chegou perto da total falência quando identificou sabiamente que o segredo de seu sucesso, além da ‘patente’ do som da moto (sim, isso é real), havia um legado de fãs que formam o chamado HOG (Harley Davidson Owners Group).

Este profundo amor pela marca por parte de seus clientes foi o que permitiu que a marca se reinventasse e voltasse a ser uma referência americana e posteriormente mundial de motos de estrada.

O desafio, que não apenas a Harley mas qualquer marca que já percorreu a trilha do sucesso tem, é o de se manter atual e em conexão constante como cada nova geração.

Se não fosse pelas referências históricas e de estudo que tenho da marca, uma rápida cena onde as motos são entregues pelos funcionários da empresa talvez tivesse passado despercebida. Falo do momento onde o responsável da Harley entrega as chaves e fala para Charley e Ewan de que: “o projeto de construção das motos foi feito por funcionários apaixonados pela marca e que dedicaram suas horas livres no projeto.”

Como citei, é preciso tirar um pouco da ‘purpurina do marketing’ desta história toda, mas em essência, não se entrega um projeto desta envergadura sem suporte, tanto da empresa, quanto dos valores e missão da marca, das diversas áreas da empresa que vibram em sintonia com o objetivo comum de encantar seus clientes, e principalmente de funcionários que amam o que fazem.

Guardadas as devidas proporções, a Rivian não ficou para traz. Novamente isso não surge naturalmente da cabeça “do pessoal do marketing”. No site a empresa se pronuncia da seguinte foram: “ Rivian is on a mission to keep the world adventurous forever. We believe there is a more responsible way to explore the world and are determined to make the transition to sustainable transportation an exciting one. We designed our emissions-free Electric Adventure Vehicles to challenge what’s possible. We hope they inspire you to do the same.

Bem, depois desta frase acho que fica claro que dedicação, sucesso, uma escolha de propósito nobre, e uma pitada de sorte andam juntos.

O texto que trago hoje talvez seja superlativo para a média dos profissionais de marketing, mas busquei algo que possa servir de inspiração para este momento onde temos mais pedras do que asfalto abaixo de nós.

Veja também

Com, estimados, mais de 200 milhões de canais no Youtube, às vezes é difícil certificar o quanto um canal é relevante para o público em geral.

Dentro deste mar de conteúdo, uma gota chamada Fully Charged Show intitula-se como o canal #1 sobre Energia Limpa e Veículos Elétricos.

Estrelado por Robert Llewellyn, ator e apresentador britânico que decidiu largar sua carreira regular e dedicar-se a produção e apresentação de conteúdo focado em difundir para o seus público temas ligados a energia limpa.

Em um de seus episódios recentes Robert entrevistou Charley Boorman, também ator e apresentador Inglês, a respeito de sua viagem de mais de 21 mil quilômetros do Ushuaia até Los Angeles.

O episódio teria passado despercebido para mim, não fosse o fato de poucos dias depois a Apple+ ter me oferecido como lançamento o documentário Long Way Up estrelado por Charley e seu grande amigo, o ator Ewan McGregor que protagonizou Obi Wan Kenobi na segunda geração da saga Guerra nas Estrelas.

Escrevemos muito aqui no blog sobre propósito e como isso pode ser relevante no Relacionamento com Clientes. O que nem sempre é tão claro é como isso pode se ligar ao dia-a-dia das empresas.

Com 3 episódios já disponíveis na plataforma de streaming, o documentário em sua primeira hora, apresenta a saga dos dois viajantes (Charley e Ewan) para organizar sua aventura de 100 dias.

Embora seja uma aventura com um certo grau de suporte logístico e de produção, o desafio não deixa de ser menor ou menos arriscado por conta disso.

Seria um entre uma infinidade de corridas de aventura estreladas por atores e gente comum de todo quilate, não fosse por um fato peculiar: tanto as motos - que são uma estrela à parte - como os carros que suportam todo o trajeto, são elétricos. Não apenas isso, mas tanto os carros como as motos, são protótipos!

Pelo simples fato que o tema de energia alternativa chama minha atenção, venho acompanhando este mercado já há algum tempo. Tenho a referência de que casas, carros e bicicletas (além dos famosos patinetes), evoluíram bastante nestes anos recentes, e em alguns lugares já se tornaram populares, ao ponto de países como a Costa Rica se comprometerem com a meta de utilizar somente energia limpa até 2030.

Por outro lado, motocicletas convencionais são as que estão mais atrás nesta corrida pela energia limpa. Na média um veículo deste tipo não roda hoje mais do que 100 a 120 km por carga. O que é, de partida, algo impraticável para um trajeto de mais de 20 mil km.

Mesmo com estes desafios os atores, o diretor e o produtor resolveram comprar a briga para realizar o percurso somente com energia elétrica.

Tratando-se de um documentário com um alto grau de produção e preparo é difícil separar o que é disponibilidade voluntária, o que é investimento de marketing e o que é pura sorte. Seja lá como for, duas marcas resolveram comprar a briga. A primeira, alguém com quase 120 anos de existência, a emblemática Harley Davidson. A outra, a estreante Rivian, com pouco mais de 10 anos de estrada na produção de carros e utilitários elétricos.

Havia dois principais desafios: o primeiro, veículos que tivessem autonomia para percorrer pelo menos 300 km por dia; o segundo com relação a facilidade e disponibilidade de energia elétrica ao longo do percurso.

Se você tem alguns anos de estrada no marketing, em especial marketing direto ou de relacionamento, deve se lembrar que houve marcas que foram referência neste mercado por sua capacidade de se conectar verdadeiramente com seus clientes. Algumas que me lembro, além da própria Harley, foram cases de sucesso como Greatful Dead, o supermercado Tesco, entre outras que legaram histórias de sucesso sobre o que mais recentemente Simon Sinek denominou como o Porquê das marcas.

Para quem não teve acesso, a Harley chegou perto da total falência quando identificou sabiamente que o segredo de seu sucesso, além da ‘patente’ do som da moto (sim, isso é real), havia um legado de fãs que formam o chamado HOG (Harley Davidson Owners Group).

Este profundo amor pela marca por parte de seus clientes foi o que permitiu que a marca se reinventasse e voltasse a ser uma referência americana e posteriormente mundial de motos de estrada.

O desafio, que não apenas a Harley mas qualquer marca que já percorreu a trilha do sucesso tem, é o de se manter atual e em conexão constante como cada nova geração.

Se não fosse pelas referências históricas e de estudo que tenho da marca, uma rápida cena onde as motos são entregues pelos funcionários da empresa talvez tivesse passado despercebida. Falo do momento onde o responsável da Harley entrega as chaves e fala para Charley e Ewan de que: “o projeto de construção das motos foi feito por funcionários apaixonados pela marca e que dedicaram suas horas livres no projeto.”

Como citei, é preciso tirar um pouco da ‘purpurina do marketing’ desta história toda, mas em essência, não se entrega um projeto desta envergadura sem suporte, tanto da empresa, quanto dos valores e missão da marca, das diversas áreas da empresa que vibram em sintonia com o objetivo comum de encantar seus clientes, e principalmente de funcionários que amam o que fazem.

Guardadas as devidas proporções, a Rivian não ficou para traz. Novamente isso não surge naturalmente da cabeça “do pessoal do marketing”. No site a empresa se pronuncia da seguinte foram: “ Rivian is on a mission to keep the world adventurous forever. We believe there is a more responsible way to explore the world and are determined to make the transition to sustainable transportation an exciting one. We designed our emissions-free Electric Adventure Vehicles to challenge what’s possible. We hope they inspire you to do the same.

Bem, depois desta frase acho que fica claro que dedicação, sucesso, uma escolha de propósito nobre, e uma pitada de sorte andam juntos.

O texto que trago hoje talvez seja superlativo para a média dos profissionais de marketing, mas busquei algo que possa servir de inspiração para este momento onde temos mais pedras do que asfalto abaixo de nós.

Acompanhe tudo sobre:Atendimento a clientescultura-de-empresasEmpresasestrategias-de-marketinggestao-de-negociosmarketing-digital

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se