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É hora de criar redes para a solução de problemas do país

Aqui, meu convite para que este seja um espaço de cocriação, no qual possamos pensar juntos na construção coletiva de soluções eficientes para o país

JR

Janaína Ribeiro

Publicado em 25 de setembro de 2020 às 14h44.

Última atualização em 23 de outubro de 2024 às 17h04.

Atuação de impacto: era isso que eu buscava quando, lá atrás, troquei a iniciativa privada pela administração pública. Fui entendendo, no entanto, que as transformações na sociedade só aconteceriam de fato se todos os setores fossem mobilizados, se todo mundo se engajasse.

Nos anos de 1990, começávamos a pensar em maneiras de estabelecer parcerias entre a iniciativa privada e a administração pública que beneficiassem o cidadão. Na década seguinte, veio a responsabilidade social, com a criação das fundações e, consequentemente, a institucionalização das ações das empresas em prol do desenvolvimento sustentável.

Agora, vejo um novo ciclo. Os diferentes segmentos querem mais do que ter uma participação social, precisam ser coautores das mudanças. As causas não podem mais ser individuais e sim servirem a um propósito comum.

Vou usar aqui o exemplo da nossa atuação durante a pandemia. Tudo começou quase que como um instinto de sobrevivência porque era necessário agir, mobilizar as pessoas para obter recursos e ajudar a rede pública de saúde a se estruturar o mais rápido possível.

O engajamento foi acontecendo de tal forma que resultou no maior projeto de captação de recursos da história da Comunitas: mais de R$ 150 milhões para a doação de equipamentos, transferência de renda e, também, para a construção da fábrica de vacinas contra a covid-19 do Instituto Butantan.  A iniciativa já não pertencia a ninguém e se tornou uma rede de cooperação coletiva.

Aliás, a atuação integrada entre a iniciativa privada e a gestão pública durante a pandemia nos mostra um caminho muito interessante a ser seguido. Não me refiro ao apoio financeiro e sim ao trabalho conjunto nos comitês de saúde, nos grupos de planejamento para a reabertura da economia, enfim, em todas as atividades que permitiram o aporte de know-how. Por que, então, não fazer com que essa governança compartilhada seja uma prática recorrente e não apenas para situações emergenciais?

Claro, há muitos desafios para que isso aconteça. Precisamos começar inovando nos protocolos para institucionalizar parcerias público-privadas a favor do interesse coletivo. Hoje, temos políticas públicas analógicas para atender demandas digitais. Isso não apenas em relação ao uso de tecnologia, mas à estrutura dos governos que não integram as diferentes “caixinhas” do social, da saúde, da educação, da economia... Dá para mudar isso? A resposta é sim, como vem acontecendo durante a pandemia.

Contudo, isso exige engajamento de todos, incluindo você! Por isso, fiquei tão feliz em ter este novo espaço de cocriação, no qual possamos pensar juntos na construção coletiva de soluções eficientes para o país. Espero provocar aqui discussões que nos levem a uma única atuação verdadeiramente de impacto: a atuação conjunta!

Regina Esteves Empreendedora social e diretora-Presidente da Comunitas

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Atuação de impacto: era isso que eu buscava quando, lá atrás, troquei a iniciativa privada pela administração pública. Fui entendendo, no entanto, que as transformações na sociedade só aconteceriam de fato se todos os setores fossem mobilizados, se todo mundo se engajasse.

Nos anos de 1990, começávamos a pensar em maneiras de estabelecer parcerias entre a iniciativa privada e a administração pública que beneficiassem o cidadão. Na década seguinte, veio a responsabilidade social, com a criação das fundações e, consequentemente, a institucionalização das ações das empresas em prol do desenvolvimento sustentável.

Agora, vejo um novo ciclo. Os diferentes segmentos querem mais do que ter uma participação social, precisam ser coautores das mudanças. As causas não podem mais ser individuais e sim servirem a um propósito comum.

Vou usar aqui o exemplo da nossa atuação durante a pandemia. Tudo começou quase que como um instinto de sobrevivência porque era necessário agir, mobilizar as pessoas para obter recursos e ajudar a rede pública de saúde a se estruturar o mais rápido possível.

O engajamento foi acontecendo de tal forma que resultou no maior projeto de captação de recursos da história da Comunitas: mais de R$ 150 milhões para a doação de equipamentos, transferência de renda e, também, para a construção da fábrica de vacinas contra a covid-19 do Instituto Butantan.  A iniciativa já não pertencia a ninguém e se tornou uma rede de cooperação coletiva.

Aliás, a atuação integrada entre a iniciativa privada e a gestão pública durante a pandemia nos mostra um caminho muito interessante a ser seguido. Não me refiro ao apoio financeiro e sim ao trabalho conjunto nos comitês de saúde, nos grupos de planejamento para a reabertura da economia, enfim, em todas as atividades que permitiram o aporte de know-how. Por que, então, não fazer com que essa governança compartilhada seja uma prática recorrente e não apenas para situações emergenciais?

Claro, há muitos desafios para que isso aconteça. Precisamos começar inovando nos protocolos para institucionalizar parcerias público-privadas a favor do interesse coletivo. Hoje, temos políticas públicas analógicas para atender demandas digitais. Isso não apenas em relação ao uso de tecnologia, mas à estrutura dos governos que não integram as diferentes “caixinhas” do social, da saúde, da educação, da economia... Dá para mudar isso? A resposta é sim, como vem acontecendo durante a pandemia.

Contudo, isso exige engajamento de todos, incluindo você! Por isso, fiquei tão feliz em ter este novo espaço de cocriação, no qual possamos pensar juntos na construção coletiva de soluções eficientes para o país. Espero provocar aqui discussões que nos levem a uma única atuação verdadeiramente de impacto: a atuação conjunta!

Regina Esteves Empreendedora social e diretora-Presidente da Comunitas

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