Desigualdade social em tempos de pandemia
O Brasil ocupa um dos piores lugares em rankings mundiais de aprendizagem e, na pandemia, desmantelou um remédio contra o abismo social: a educação
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2021 às 15h17.
Durante a pandemia de Covid-19, ficou claro que as pessoas com maior dificuldade de enfrentar o Coronavírus são aquelas que já faziam parte das camadas mais vulneráveis da sociedade. Isso porque, na ausência de vacinas, as medidas para combater o vírus são justamente as que pessoas nas camadas mais pobres da sociedade têm dificuldade em adotar.
Estratégias como: o distanciamento social; o trabalho remoto; a aquisição de produtos de higiene; a testagem frequente e a utilização de máscaras mais seguras, são as mais eficazes, porém, as mais custosas. Isso sem contar o acesso desigual aos serviços de saúde, visto que, em algumas regiões do país, é necessário que se percorra centenas de quilômetros para ter acesso a um hospital.
A desigualdade social também pode ser sentida por meio da precarização na educação. De acordo com o 2º Relatório Anual de Acompanhamento do Educação Já, o fechamento das escolas aumentará as perdas de aprendizagem e evasão escolar, sobretudo entre os estudantes da rede pública.
O país, que ocupa um dos piores lugares nos rankings internacionais de avaliação de aprendizagem, como o PISA (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes), viu na pandemia, o desmantelamento de um dos mais efetivos remédios para a redução do abismo social histórico no país: a educação.
Somado a isso, o impacto econômico da pandemia também foi muito nocivo. O desemprego no país, de acordo com projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), deve atingir no ano de 2021, a 14ª maior taxa do mundo.
O recorde de quase 14,5 milhões de desempregados no Brasil teve como uma de suas causas o fechamento de estabelecimentos comerciais. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apenas em 2020, 75 mil estabelecimentos comerciais foram fechados no Brasil. Somente no estado de São Paulo, 50 mil bares e restaurantes deixaram de existir. Segundo a Abrasel-SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).
Se a pandemia acentuou alguns parâmetros pelos quais o Brasil não se destacava pelo bom desempenho, em paralelo, um dos grandes debates mundiais atuais se resume à busca por soluções para o desemprego, que deve aumentar em todo o planeta, e que no Brasil foi exacerbado durante a pandemia.
Com isso, o país, que está de volta ao Mapa da Fome, parece ter antecipado uma indesejável tendência mundial do aumento do desemprego. De acordo com o relatório internacional The Future of Jobs Report 2020, do Fórum Econômico Mundial, 43% das empresas pesquisadas irão reduzir a força de trabalho por conta da integração tecnológica.
Os “empregos do amanhã”, como é chamada a categoria de empregos que ainda não foi criada, passarão a existir, contudo, o receio é que isso ocorra em uma velocidade menor do que a extinção dos empregos atuais. Com a automatização desses cargos, haverá um aumento da (já existente) desigualdade entre os trabalhadores, tendo em vista que os mais afetados serão os que requerem menor qualificação.
Políticas que impeçam o retrocesso de décadas de conquistas serão fundamentais para garantir um futuro mais equitativo e próspero no pós-crise e, certamente, elas passam pela educação. Estudos do Fórum Econômico Mundial apontam que o setor público precisará criar incentivos para que os “empregos do amanhã” comecem a ser criados desde já. Isso pode ser levado a cabo por meio da educação, que deve ter início desde a primeira infância, quando são formadas algumas habilidades básicas, e continuado até o ensino superior ou técnico.
Os governos, em parceria com organizações privadas ou da sociedade civil, precisam fortalecer as políticas de reinserção no mercado de trabalho, algo cada vez mais importante. Paralelamente, as legislações trabalhistas devem ser atualizadas para que se adaptem às novas modalidades de trabalho.
O alastramento da Covid-19 em nosso país, o interrompimento das aulas por conta do fechamento das escolas, deixou sequelas que perdurarão anos. Mas é preciso, também, vislumbrar que a crise trouxe a oportunidade de a educação ser um projeto de nação, que possa acelerar o desenvolvimento de nosso país. Não resta dúvida de que ela é o principal pilar para acabar com a desigualdade social do país, junto a uma melhor geração de empregos e um planejamento voltado para o crescimento sustentável do país.
Durante a pandemia de Covid-19, ficou claro que as pessoas com maior dificuldade de enfrentar o Coronavírus são aquelas que já faziam parte das camadas mais vulneráveis da sociedade. Isso porque, na ausência de vacinas, as medidas para combater o vírus são justamente as que pessoas nas camadas mais pobres da sociedade têm dificuldade em adotar.
Estratégias como: o distanciamento social; o trabalho remoto; a aquisição de produtos de higiene; a testagem frequente e a utilização de máscaras mais seguras, são as mais eficazes, porém, as mais custosas. Isso sem contar o acesso desigual aos serviços de saúde, visto que, em algumas regiões do país, é necessário que se percorra centenas de quilômetros para ter acesso a um hospital.
A desigualdade social também pode ser sentida por meio da precarização na educação. De acordo com o 2º Relatório Anual de Acompanhamento do Educação Já, o fechamento das escolas aumentará as perdas de aprendizagem e evasão escolar, sobretudo entre os estudantes da rede pública.
O país, que ocupa um dos piores lugares nos rankings internacionais de avaliação de aprendizagem, como o PISA (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes), viu na pandemia, o desmantelamento de um dos mais efetivos remédios para a redução do abismo social histórico no país: a educação.
Somado a isso, o impacto econômico da pandemia também foi muito nocivo. O desemprego no país, de acordo com projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), deve atingir no ano de 2021, a 14ª maior taxa do mundo.
O recorde de quase 14,5 milhões de desempregados no Brasil teve como uma de suas causas o fechamento de estabelecimentos comerciais. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apenas em 2020, 75 mil estabelecimentos comerciais foram fechados no Brasil. Somente no estado de São Paulo, 50 mil bares e restaurantes deixaram de existir. Segundo a Abrasel-SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).
Se a pandemia acentuou alguns parâmetros pelos quais o Brasil não se destacava pelo bom desempenho, em paralelo, um dos grandes debates mundiais atuais se resume à busca por soluções para o desemprego, que deve aumentar em todo o planeta, e que no Brasil foi exacerbado durante a pandemia.
Com isso, o país, que está de volta ao Mapa da Fome, parece ter antecipado uma indesejável tendência mundial do aumento do desemprego. De acordo com o relatório internacional The Future of Jobs Report 2020, do Fórum Econômico Mundial, 43% das empresas pesquisadas irão reduzir a força de trabalho por conta da integração tecnológica.
Os “empregos do amanhã”, como é chamada a categoria de empregos que ainda não foi criada, passarão a existir, contudo, o receio é que isso ocorra em uma velocidade menor do que a extinção dos empregos atuais. Com a automatização desses cargos, haverá um aumento da (já existente) desigualdade entre os trabalhadores, tendo em vista que os mais afetados serão os que requerem menor qualificação.
Políticas que impeçam o retrocesso de décadas de conquistas serão fundamentais para garantir um futuro mais equitativo e próspero no pós-crise e, certamente, elas passam pela educação. Estudos do Fórum Econômico Mundial apontam que o setor público precisará criar incentivos para que os “empregos do amanhã” comecem a ser criados desde já. Isso pode ser levado a cabo por meio da educação, que deve ter início desde a primeira infância, quando são formadas algumas habilidades básicas, e continuado até o ensino superior ou técnico.
Os governos, em parceria com organizações privadas ou da sociedade civil, precisam fortalecer as políticas de reinserção no mercado de trabalho, algo cada vez mais importante. Paralelamente, as legislações trabalhistas devem ser atualizadas para que se adaptem às novas modalidades de trabalho.
O alastramento da Covid-19 em nosso país, o interrompimento das aulas por conta do fechamento das escolas, deixou sequelas que perdurarão anos. Mas é preciso, também, vislumbrar que a crise trouxe a oportunidade de a educação ser um projeto de nação, que possa acelerar o desenvolvimento de nosso país. Não resta dúvida de que ela é o principal pilar para acabar com a desigualdade social do país, junto a uma melhor geração de empregos e um planejamento voltado para o crescimento sustentável do país.