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Black Friday: menos propaganda, mais entretenimento

Porque o novembro deste ano vai ser diferente de tudo o que já vimos até hoje em termos de compras online

Entregar entretenimento em 2020 é a única forma de bater recordes de vendas (Paulo Pinto/Fotos Públicas)
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isabelarovaroto

Publicado em 5 de outubro de 2020 às 12h43.

Todo ano, quando chega novembro, é aquela correria. Empresas anunciam seus descontos de Black Friday a torto e a direito e consumidores se aglomeram na porta dos grandes magazines em busca de boas ofertas. Este ano, com a pandemia do coronavírus, não vai dar para deixar consumidor se amontoar na frente das lojas. Mais que nunca, as estratégias digitais serão fundamentais para quem quiser bater recordes de vendas no dia 27 de novembro. E já não basta apenas anunciar desconto de 10% no e-commerce.

Claro que todo mundo aguarda a data em busca de promoções, e os bons negócios devem ser ofertados pelas marcas. Mas com todo mundo trancado em casa, por que não oferecer mais que um produto em conta? A data é a grande chance de entrar na casa das pessoas pela porta da frente, oferecendo algo além do produto em si. Entregar entretenimento em 2020 é a única forma de bater recordes de vendas, é a melhor estratégia que uma empresa pode ter na Black Friday. Bem melhor que aquele velho e chato comercial que te interrompe na TV aberta para anunciar o saldão da linha branca.

As lives, formato que cresceu e apareceu justamente por causa da pandemia, são a grande aposta nesse sentido. Os espectadores poderão assistir seus shows favoritos de graça, na segurança de suas casas, e ainda terão acesso às promoções das marcas anunciantes. A depender da tecnologia investida, é possível até comprar o produto enquanto se assiste ao show. Por exemplo, a Ivete Sangalo está ali cantando e você clica na roupa dela, uma aba abre na tela e você tem a chance de comprar um vestido igual ao que ela está usando naquele mesmo momento.

Compras feitas pela internet enquanto se assiste alguma coisa é um comportamento que tem crescido cada vez mais e tem até nome: shopstreaming. É uma mistura de redes sociais, entretenimento e comércio eletrônico que os chineses conhecem e dominam muito bem. Tanto que a plataforma chinesa de e-commerce mais conhecida no mundo, Alibaba, pegou uma data inventada por estudantes universitários chineses e fez dela o dia no qual o shopstreaming bomba na China: o Single’s Day, também celebrado em novembro (11/11). No Singles Day do ano passado, foram US$ 38 bilhões em vendas em único dia. Você não leu errado. É mais de três vezes o valor arrecadado pelo e-commerce brasileiro durante todo o ano de 2019.

O entretenimento na Black Friday não precisa estar restrito às lives. Ele pode estar nas múltiplas redes sociais em seus diversos formatos - textos, memes, vídeos curtos de rápido consumo -, em podcasts e nos games, que já estão mais avançados no shopstreaming. As marcas só precisam saber onde está a atenção dos seus consumidores em potencial.

Tem para todo mundo

Black Friday, ao contrário do que se imagina, não é interessante apenas para quem vende produtos como geladeira e carro. É uma data para todas as marcas. Até para quem vende item de valor baixo como chiclete e desodorante. Mais que dar 10% em cima do valor tradicional, é uma oportunidade para se fazer presente na vida do consumidor. Se uma grande fabricante de chocolate patrocina uma live ou uma pequena série de humor, a marca entrará para o coração de quem assistir, criando uma relação de longo prazo - muito mais interessante que o saldo da venda daquele dia.

Uma rede de fast-food, por sua vez, que sabe que as pessoas estão saindo menos de casa para comer fora na longa quarentena, pode oferecer um voucher a ser usado ao longo de um ano. Fabricantes de produtos de grande valor agregado e sem muito sex appeal para o mercado - como vendedores de persiana ou box de banheiro - têm a grande chance de usar a data para aparecer de uma forma diferente. Pode ser numa esquete de humor no Instagram de um humorista com muitos seguidores, por exemplo. Garanto que as vendas do dia vão dobrar em relação ao padrão.

Por fim, Black Friday é a oportunidade para as categorias que querem virar o cliente por um longo prazo, como telefonia, banco, seguro e outras que não costumamos mudar com frequência. Se a empresa de telefonia celular oferece um ótimo negócio, capaz de roubar o cliente da concorrente, ela provavelmente terá aquela pessoa por um bom tempo. É questão de fazer a oferta certa no dia certo.

Todos os exemplos que eu dei acima têm menos a ver com a venda do dia e mais com mudança de comportamento: estar presente na vida das pessoas na Black Friday de uma forma marcante aumenta as chances de estar na vida desses consumidores para sempre. O objetivo é impactar no longo prazo e fidelizar a clientela.

Criatividade, flexibilidade e entretenimento são as palavras-chave para a Black Friday deste ano que, se bem aproveitada, tem de tudo para se tornar o nosso Single’s Day e bater todos os recordes de venda em um único dia.

 

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Todo ano, quando chega novembro, é aquela correria. Empresas anunciam seus descontos de Black Friday a torto e a direito e consumidores se aglomeram na porta dos grandes magazines em busca de boas ofertas. Este ano, com a pandemia do coronavírus, não vai dar para deixar consumidor se amontoar na frente das lojas. Mais que nunca, as estratégias digitais serão fundamentais para quem quiser bater recordes de vendas no dia 27 de novembro. E já não basta apenas anunciar desconto de 10% no e-commerce.

Claro que todo mundo aguarda a data em busca de promoções, e os bons negócios devem ser ofertados pelas marcas. Mas com todo mundo trancado em casa, por que não oferecer mais que um produto em conta? A data é a grande chance de entrar na casa das pessoas pela porta da frente, oferecendo algo além do produto em si. Entregar entretenimento em 2020 é a única forma de bater recordes de vendas, é a melhor estratégia que uma empresa pode ter na Black Friday. Bem melhor que aquele velho e chato comercial que te interrompe na TV aberta para anunciar o saldão da linha branca.

As lives, formato que cresceu e apareceu justamente por causa da pandemia, são a grande aposta nesse sentido. Os espectadores poderão assistir seus shows favoritos de graça, na segurança de suas casas, e ainda terão acesso às promoções das marcas anunciantes. A depender da tecnologia investida, é possível até comprar o produto enquanto se assiste ao show. Por exemplo, a Ivete Sangalo está ali cantando e você clica na roupa dela, uma aba abre na tela e você tem a chance de comprar um vestido igual ao que ela está usando naquele mesmo momento.

Compras feitas pela internet enquanto se assiste alguma coisa é um comportamento que tem crescido cada vez mais e tem até nome: shopstreaming. É uma mistura de redes sociais, entretenimento e comércio eletrônico que os chineses conhecem e dominam muito bem. Tanto que a plataforma chinesa de e-commerce mais conhecida no mundo, Alibaba, pegou uma data inventada por estudantes universitários chineses e fez dela o dia no qual o shopstreaming bomba na China: o Single’s Day, também celebrado em novembro (11/11). No Singles Day do ano passado, foram US$ 38 bilhões em vendas em único dia. Você não leu errado. É mais de três vezes o valor arrecadado pelo e-commerce brasileiro durante todo o ano de 2019.

O entretenimento na Black Friday não precisa estar restrito às lives. Ele pode estar nas múltiplas redes sociais em seus diversos formatos - textos, memes, vídeos curtos de rápido consumo -, em podcasts e nos games, que já estão mais avançados no shopstreaming. As marcas só precisam saber onde está a atenção dos seus consumidores em potencial.

Tem para todo mundo

Black Friday, ao contrário do que se imagina, não é interessante apenas para quem vende produtos como geladeira e carro. É uma data para todas as marcas. Até para quem vende item de valor baixo como chiclete e desodorante. Mais que dar 10% em cima do valor tradicional, é uma oportunidade para se fazer presente na vida do consumidor. Se uma grande fabricante de chocolate patrocina uma live ou uma pequena série de humor, a marca entrará para o coração de quem assistir, criando uma relação de longo prazo - muito mais interessante que o saldo da venda daquele dia.

Uma rede de fast-food, por sua vez, que sabe que as pessoas estão saindo menos de casa para comer fora na longa quarentena, pode oferecer um voucher a ser usado ao longo de um ano. Fabricantes de produtos de grande valor agregado e sem muito sex appeal para o mercado - como vendedores de persiana ou box de banheiro - têm a grande chance de usar a data para aparecer de uma forma diferente. Pode ser numa esquete de humor no Instagram de um humorista com muitos seguidores, por exemplo. Garanto que as vendas do dia vão dobrar em relação ao padrão.

Por fim, Black Friday é a oportunidade para as categorias que querem virar o cliente por um longo prazo, como telefonia, banco, seguro e outras que não costumamos mudar com frequência. Se a empresa de telefonia celular oferece um ótimo negócio, capaz de roubar o cliente da concorrente, ela provavelmente terá aquela pessoa por um bom tempo. É questão de fazer a oferta certa no dia certo.

Todos os exemplos que eu dei acima têm menos a ver com a venda do dia e mais com mudança de comportamento: estar presente na vida das pessoas na Black Friday de uma forma marcante aumenta as chances de estar na vida desses consumidores para sempre. O objetivo é impactar no longo prazo e fidelizar a clientela.

Criatividade, flexibilidade e entretenimento são as palavras-chave para a Black Friday deste ano que, se bem aproveitada, tem de tudo para se tornar o nosso Single’s Day e bater todos os recordes de venda em um único dia.

 

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