Vista de Belém, que irá sediar a COP30 em novembro (CARLOS FABAL/AFP via Getty Images/Getty Images)
Fundadora e CEO da RM Cia 360
Publicado em 21 de outubro de 2025 às 13h38.
Última atualização em 21 de outubro de 2025 às 14h21.
A COP 30, que será sediada em Belém do Pará, se aproxima e será crucial a participação das empresas brasileiras no fomento às negociações climáticas globais. Percebam que o foco na Amazônia leva a conferência a destacar a importância da ação climática integrada entre governos, sociedade civil e setor privado.
Como as empresas privadas estão contribuindo para a implementação das metas climáticas estabelecidas? Como podemos destacar iniciativas e transformá-las em investimentos e compromissos concretos?
São aproximadamente 40 milhões de empresas, mais de 60 países e 23 prioridades climáticas apresentados no evento Pré-COP30. As propostas foram elaboradas pela iniciativa Sustainable Business COP (SB COP) e incluem ações para acelerar o alcance das metas climáticas e fortalecer o papel do setor privado e, — tem como objetivo ampliar investimentos privados, acelerar a descarbonização de cadeias produtivas e aumentar soluções naturais, como aponta a Fundação Dom Cabral (FDC).
Energia renovável e transição energética são o foco. Dentre as prioridades, a economia de baixo carbono se destaca não apenas por políticas públicas de incentivo à sustentabilidade, mas também pelas possibilidades de criar negócios que se somam às práticas atuais de gestão: ambiental, social e governança (ASG). A inovação é fator decisivo para empresas que querem prosperar e fazer parte do futuro.
De acordo com o relatório Brasil pelo Meio Ambiente (BPMA), apresentado pela Amcham Brasil, as empresas privadas no país investiram cerca de R$ 48,2 bilhões em iniciativas ambientais em 2025, o que contribuiu para reduzir mais de 305 milhões de toneladas de CO₂ equivalente. Esse valor representa um crescimento de aproximadamente 15% em relação ao ano anterior, evidenciando o avanço do setor empresarial em projetos de descarbonização alinhados às metas da COP.
Esses avanços são importantes e necessários para o que já foi estabelecido nas COPs e no Acordo de Paris, pois reforçam o papel do setor privado como agente essencial na transição para uma economia de baixo carbono. Ao investir em inovação e sustentabilidade, as empresas não apenas cumprem compromissos climáticos, mas também fortalecem sua competitividade e contribuem para um futuro mais equilibrado e resiliente.
Como aponta o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), apresentado em 2024, agir rapidamente é a solução. Ainda é possível alcançar a meta de 1,5°C estabelecida pelo Acordo de Paris, mas, para isso, será preciso reduzir 42% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2030 e 57% até 2035 — metas que compõem as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) globalmente.
Estive em setembro Nova Iorque para participar da Climate Week NYC — evento global sobre ações diante das crises climáticas, promovido pelo Climate Group, que acontece anualmente e antecede as COPs —, e discutimos insistentemente, de maneira assertiva, a importância da tecnologia e da escalabilidade das soluções sustentáveis. O debate passou pela agricultura familiar e regenerativa no Cerrado, além da preservação dos oceanos.
Essas discussões reforçam que alcançar as NDCs depende de inovação, cooperação e de uma mudança estrutural no modo como produzimos e consumimos. São essas iniciativas que demonstram que ainda há tempo — desde que o compromisso com o futuro comece agora. Entender que estamos a um passo de colapsar o planeta é urgente e precisa ser uma consciência coletiva.
As empresas precisam participar ativamente e acompanhar as metas, tornando-se agentes de transformação e esperança em um cenário que exige ação imediata. Empresas que assumem compromissos reais de sustentabilidade não apenas reduzem emissões ou mitigam impactos — elas lideram uma nova economia que é crescente e transformadora.
Com a aproximação da COP 30, fica evidente que o futuro das políticas climáticas será definido pela capacidade de transformar compromissos em resultados. Cada investimento em tecnologia, ou prática regenerativa adotada hoje é um passo para garantir a sobrevivência das próximas gerações. O tempo de agir não é amanhã — é agora. A ação coletiva entre governos, empresas e sociedade civil definirá o legado que deixaremos para o planeta, e essa responsabilidade é nossa!