Um comitê contra Agnelli
A campanha publicitária colocada no ar recentemente ressaltando os investimentos feitos pela Vale no país e os empregos que serão criados pela companhia foi a forma encontrada pelo presidente da empresa, Roger Agnelli, para tentar se manter no cargo. Agnelli tornou-se alvo de um pesado ataque orquestrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que queria tirá-lo do comando da maior mineradora do país. No fim de agosto, Lula criou […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2009 às 09h00.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 13h19.
A campanha publicitária colocada no ar recentemente ressaltando os investimentos feitos pela Vale no país e os empregos que serão criados pela companhia foi a forma encontrada pelo presidente da empresa, Roger Agnelli, para tentar se manter no cargo. Agnelli tornou-se alvo de um pesado ataque orquestrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que queria tirá-lo do comando da maior mineradora do país. No fim de agosto, Lula criou um comitê formado por ministros e ex-ministros de seu governo com bom trânsito entre empresas e fundos de pensão com a missão de convencer o Bradesco a vender sua participação na mineradora e encontrar um comprador. O objetivo principal de Lula era sacar Agnelli da presidência da empresa. Lula se refere ao executivo como traidor. Diz que Agnelli se aproximou do governo quando quis ajuda no processo de internacionalização da Vale e posou de amigo pessoal do presidente da República, promovendo encontros entre suas famílias e até um jantar em seu apartamento. Mas na hora de retribuir, teria virado as costas.
A mágoa de Lula vem do fim do ano passado. O presidente avalia que no pior momento do atual governo, provocado pela crise internacional, Agnelli demitiu mais de 1 300 funcionários, criando uma onda de más notícias para o governo. Em uma postura pouco recomendada a um chefe de nação em relação a uma empresa privada, Lula reclamou por não ter sido ouvido e também por Agnelli não ter buscado uma saída menos danosa, como negociar licenças parcialmente remuneradas. Mais recentemente, Lula se revoltou com notícias de que a Vale importaria navios em vez de encomendá-los a estaleiros brasileiros. Depois de algumas reuniões entre altas figuras do Planalto com o comando do Bradesco, os ânimos parecem ter sido acalmados. As dificuldades em convencer o banco a sair da Vale e o esforço da companhia em mostrar que voltou a investir no país, fizeram o presidente rever seus planos. Mas ele continua dizendo aos mais próximos que gostaria de ver Agnelli longe do comando da empresa.
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A campanha publicitária colocada no ar recentemente ressaltando os investimentos feitos pela Vale no país e os empregos que serão criados pela companhia foi a forma encontrada pelo presidente da empresa, Roger Agnelli, para tentar se manter no cargo. Agnelli tornou-se alvo de um pesado ataque orquestrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que queria tirá-lo do comando da maior mineradora do país. No fim de agosto, Lula criou um comitê formado por ministros e ex-ministros de seu governo com bom trânsito entre empresas e fundos de pensão com a missão de convencer o Bradesco a vender sua participação na mineradora e encontrar um comprador. O objetivo principal de Lula era sacar Agnelli da presidência da empresa. Lula se refere ao executivo como traidor. Diz que Agnelli se aproximou do governo quando quis ajuda no processo de internacionalização da Vale e posou de amigo pessoal do presidente da República, promovendo encontros entre suas famílias e até um jantar em seu apartamento. Mas na hora de retribuir, teria virado as costas.
A mágoa de Lula vem do fim do ano passado. O presidente avalia que no pior momento do atual governo, provocado pela crise internacional, Agnelli demitiu mais de 1 300 funcionários, criando uma onda de más notícias para o governo. Em uma postura pouco recomendada a um chefe de nação em relação a uma empresa privada, Lula reclamou por não ter sido ouvido e também por Agnelli não ter buscado uma saída menos danosa, como negociar licenças parcialmente remuneradas. Mais recentemente, Lula se revoltou com notícias de que a Vale importaria navios em vez de encomendá-los a estaleiros brasileiros. Depois de algumas reuniões entre altas figuras do Planalto com o comando do Bradesco, os ânimos parecem ter sido acalmados. As dificuldades em convencer o banco a sair da Vale e o esforço da companhia em mostrar que voltou a investir no país, fizeram o presidente rever seus planos. Mas ele continua dizendo aos mais próximos que gostaria de ver Agnelli longe do comando da empresa.
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