Petrobras e Microsoft vão implantar inteligência artificial em navio-sonda
Sistema inédito integrará câmeras de alta resolução em embarcações da estatal para prevenção de incidentes
Juliana Estigarríbia
Publicado em 22 de novembro de 2019 às 05h47.
Última atualização em 22 de novembro de 2019 às 15h07.
A Petrobras e a Microsoft estão trabalhando em um projeto piloto para implantar inteligência artificial em operações em alto-mar, com foco na segurança.
Inédito no Brasil, o sistema integra câmeras de alta resolução que identificam desvios e incidentes — como a obstrução de rotas de fuga — e conceitos de machine learning. A Petrobras espera implantar o mecanismo em todas as embarcações no médio e no longo prazo.
O sistema é treinado, por meio de algoritmos, a identificar automaticamente riscos de segurança operacional nas imagens gravadas pelas câmeras. “O objetivo é permitir que a máquina compreenda as situações que possam resultar em acidentes para podermos trabalhar em soluções para mitigar esses riscos”, afirma Hardy Pereira Pinto, consultor técnico da Petrobras.
Segundo ele, a demanda surgiu da área de construção de poços em navios-sonda. “Hoje, temos um bom padrão de segurança comparado ao resto da indústria. Mas temos como valor a busca constante pela melhora desse índice e a inteligência artificial poderá ajudar muito”, acrescenta.
Luiz Sérgio Pires, diretor dos laboratórios de tecnologia avançada da Microsoft Brasil, explica que a primeira fase de implantação do projeto piloto foi finalizada no mês de setembro no navio-sonda NS-38. A estimativa é que 20 a 24 câmeras sejam instaladas na embarcação, que tem área aproximada a um campo de futebol.
O projeto piloto é financiado igualmente pela Petrobras e pela Microsoft e a implantação em todas as outras embarcações offshore - meta para os próximos dois anos - será um investimento da petroleira.
“A Petrobras é pioneira nesse projeto conosco. Trata-se de uma área de muito interesse para nós, ainda mais em uma parceria inédita no Brasil”, diz Pires.
Atualmente, a solução está gerando alertas automáticos de risco ao identificar acesso às zonas restritas e uso inadequado de equipamentos de segurança, o que beneficia cerca de 180 trabalhadores embarcados e um total de 300 pessoas - quando incluídos aqueles que circulam no local.
Machine learning
O consultor da Petrobras lembra que existe uma tendência crescente de automatização tanto nas plataformas de petróleo quanto na indústria em geral, o que reduz a exposição do trabalhador a riscos. “Mas não existe a possibilidade de esvaziamento de uma plataforma. Esse sistema vem para ajudar o trabalhador.”
Pires, da Microsoft, acrescenta que a máquina executa determinados serviços de maneira muito eficiente, principalmente aqueles repetitivos e que são demandados 24 horas por dia. “Nós não enxergamos a substituição do ser humano pela inteligência artificial, mas sim uma ajuda mútua.”
Ele destaca que o sistema que está sendo implantando nos navios-sonda irá precisar sempre da análise de um funcionário, que vai contextualizar a situação capturada para julgar qual o melhor procedimento para aquele determinado caso.
A Petrobras e a Microsoft estão trabalhando em um projeto piloto para implantar inteligência artificial em operações em alto-mar, com foco na segurança.
Inédito no Brasil, o sistema integra câmeras de alta resolução que identificam desvios e incidentes — como a obstrução de rotas de fuga — e conceitos de machine learning. A Petrobras espera implantar o mecanismo em todas as embarcações no médio e no longo prazo.
O sistema é treinado, por meio de algoritmos, a identificar automaticamente riscos de segurança operacional nas imagens gravadas pelas câmeras. “O objetivo é permitir que a máquina compreenda as situações que possam resultar em acidentes para podermos trabalhar em soluções para mitigar esses riscos”, afirma Hardy Pereira Pinto, consultor técnico da Petrobras.
Segundo ele, a demanda surgiu da área de construção de poços em navios-sonda. “Hoje, temos um bom padrão de segurança comparado ao resto da indústria. Mas temos como valor a busca constante pela melhora desse índice e a inteligência artificial poderá ajudar muito”, acrescenta.
Luiz Sérgio Pires, diretor dos laboratórios de tecnologia avançada da Microsoft Brasil, explica que a primeira fase de implantação do projeto piloto foi finalizada no mês de setembro no navio-sonda NS-38. A estimativa é que 20 a 24 câmeras sejam instaladas na embarcação, que tem área aproximada a um campo de futebol.
O projeto piloto é financiado igualmente pela Petrobras e pela Microsoft e a implantação em todas as outras embarcações offshore - meta para os próximos dois anos - será um investimento da petroleira.
“A Petrobras é pioneira nesse projeto conosco. Trata-se de uma área de muito interesse para nós, ainda mais em uma parceria inédita no Brasil”, diz Pires.
Atualmente, a solução está gerando alertas automáticos de risco ao identificar acesso às zonas restritas e uso inadequado de equipamentos de segurança, o que beneficia cerca de 180 trabalhadores embarcados e um total de 300 pessoas - quando incluídos aqueles que circulam no local.
Machine learning
O consultor da Petrobras lembra que existe uma tendência crescente de automatização tanto nas plataformas de petróleo quanto na indústria em geral, o que reduz a exposição do trabalhador a riscos. “Mas não existe a possibilidade de esvaziamento de uma plataforma. Esse sistema vem para ajudar o trabalhador.”
Pires, da Microsoft, acrescenta que a máquina executa determinados serviços de maneira muito eficiente, principalmente aqueles repetitivos e que são demandados 24 horas por dia. “Nós não enxergamos a substituição do ser humano pela inteligência artificial, mas sim uma ajuda mútua.”
Ele destaca que o sistema que está sendo implantando nos navios-sonda irá precisar sempre da análise de um funcionário, que vai contextualizar a situação capturada para julgar qual o melhor procedimento para aquele determinado caso.