O Cade pode congelar compra da Cimpor
As aquisições de participações da cimenteira portuguesa Cimpor pelas brasileiras Camargo Corrêa e Votorantim, realizadas em fevereiro, podem ser congeladas pelo Cade. O presidente do órgão, Arthur Badin, confidenciou a pessoas próximas que está “perdendo o sono” por causa do julgamento dos negócios. As restrições de Badin estariam relacionadas a um processo de investigação de formação de cartel no setor que tramita no Cade há quatro anos. Nesse processo, a […] Leia mais
Publicado em 3 de maio de 2010 às, 16h16.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 11h56.
As aquisições de participações da cimenteira portuguesa Cimpor pelas brasileiras Camargo Corrêa e Votorantim, realizadas em fevereiro, podem ser congeladas pelo Cade. O presidente do órgão, Arthur Badin, confidenciou a pessoas próximas que está “perdendo o sono” por causa do julgamento dos negócios. As restrições de Badin estariam relacionadas a um processo de investigação de formação de cartel no setor que tramita no Cade há quatro anos. Nesse processo, a francesa Lafarge, dona de 7% do mercado brasileiro de cimento, fez um acordo com o Cade e pagou 40 milhões de reais para se ver livre das acusações de participar do cartel. A Lafarge vendeu, no início deste ano, sua participação de 17% na Cimpor para a Votorantim. Votorantim e Camargo Corrêa continuam sob investigação no mesmo processo. Na recente aquisição da Cimpor há suspeitas de que as duas companhias tenham compartilhado informações para barrar a entrada da siderúrgica CSN, que também tinha interesse na cimenteira portuguesa. O presidente do conselho da Camargo Corrêa, Vitor Hallack, diz que a empresa respeita as normas do Cade e que a participação da companhia no mercado nacional não chega a 20%. A Camargo e a Votorantim afirmam que vão manter as operações da Cimpor no Brasil separadas até o julgamento final do Cade.
Nota publicada na edição 967 de EXAME