Novo voto de confiança na Oi reestrutura companhia
Adesão em peso dos acionistas brasileiros aumentou o capital da empresa possibilitando novos investimentos, principalmente em sua rede de fibra óptica
Publicado em 31 de janeiro de 2019 às, 05h00.
Última atualização em 31 de janeiro de 2019 às, 05h00.
A maior surpresa do processo de aumento de capital da companhia de telecomunicações Oi, concluído em 21 de janeiro, foi a adesão em peso dos acionistas brasileiros. Cerca de 80% dos investidores locais em ações da empresa optaram por subscrever os novos papéis, que saíram por 1,24 real cada. Com a emissão de 272.200 novas ações, a Oi obteve 4 bilhões de reais para usar em investimentos principalmente em sua rede de fibra óptica. “O apoio dos investidores brasileiros demonstra confiança nos planos traçados para o futuro da empresa”, diz Carlos Brandão, diretor financeiro da Oi.
O aumento de capital era parte do processo de reestruturação da companhia, que opera em regime de recuperação judicial desde junho de 2016 e conseguiu fechar um acordo com seus credores no final de 2017. Quando a operação para levantar recursos foi lançada, em novembro passado, os investidores estrangeiros se comprometeram a subscrever a parte que lhes cabia no aumento de capital, mas a participação dos brasileiros era dúvida. Quem não topou teve a fatia na tele diluída. Os recursos serão aplicados em projetos para ampliar ou modernizar a rede da Oi segundo um critério de potencial de retorno de cada uma das 300.000 microrregiões de atuação mapeadas pela empresa com a consultoria Oliver Wyman. “Temos de aproveitar ao máximo esse dinheiro para acelerar a geração de receita e corresponder à confiança de nossos acionistas”, diz Brandão.
Os resultados dessa estratégia devem começar a aparecer no segmento de telefonia e internet móvel já neste ano, e em 2020 no segmento residencial. A Oi também está concentrada no projeto de venda de ativos, assessorada pelo Boston Consulting Group e pelo Bank of America Merrill Lynch. Estão na prateleira desde imóveis até as subsidiárias em países africanos, como Cabo Verde, passando por torres de telecomunicações.