No sufoco, Netshoes estuda vender unidades internacionais
Desde que abriu capital na bolsa de Nova York, há um ano, a Netshoes tem dificuldades de mostrar que consegue crescer com melhoria de margem
Publicado em 30 de agosto de 2018 às, 05h59.
Última atualização em 30 de agosto de 2018 às, 16h54.
A varejista online Netshoes está atuando em várias frentes para tentar sair das cordas. Contratou a consultoria de estratégia Bain & Company para reestruturar a área comercial. Segundo EXAME apurou, a Netshoes estuda ainda vender as operações internacionais (a do México já foi vendida e a da Argentina está sendo oferecida a interessados) e a Zattini, de moda, para focar em seu carro-chefe, os produtos para esporte. Com as dificuldades financeiras da Netshoes, a Zattini tem reduzido o volume de compras dos fornecedores.
No dia 23 de agosto, a Netshoes anunciou a criação de um comitê executivo com o presidente e fundador, Márcio Kum-ruian, e dois conselheiros, Frederico Brito e Abreu e Ricardo Knoepfelmacher. As decisões agora deverão ser tomadas pelo trio. Em outra frente, a empresa contratou o banco Goldman Sachs para encontrar novas fontes de financiamento. Competidores foram procurados, mas o negócio não saiu.
Desde que abriu capital na bolsa de Nova York, há um ano, a Netshoes tem dificuldades de mostrar que consegue crescer com melhoria de margem. Isso a fez perder mais de 90% do valor de mercado, atualmente em 70 milhões de dólares. Os prognósticos pioraram no fim de agosto, quando a Amazon anunciou a entrada na área de moda no Brasil, passando a competir diretamente com a Netshoes. Procurada, a Netshoes afirmou que suas operações não estão à venda.