Futuro do Independência pode ser decidido hoje
Uma assembléia entre acionistas, credores e investidores deve definir hoje o destino do frigorífico Independência, que está em processo de recuperação judicial desde 2009. Com dívidas que podem chegar a 4 bilhões de reais, a maior parte delas nas mãos de bancos, o frigorífico tem a proposta de um grupo de investidores para tentar salvar suas operações. Organizada pelo ex-executivo do Lehman Brothers Alfredo Chang, a proposta prevê a injeção […] Leia mais
Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às, 09h30.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 13h16.
Uma assembléia entre acionistas, credores e investidores deve definir hoje o destino do frigorífico Independência, que está em processo de recuperação judicial desde 2009. Com dívidas que podem chegar a 4 bilhões de reais, a maior parte delas nas mãos de bancos, o frigorífico tem a proposta de um grupo de investidores para tentar salvar suas operações.
Organizada pelo ex-executivo do Lehman Brothers Alfredo Chang, a proposta prevê a injeção de 350 milhões de reais para reativar o frigorífico, o pagamento das dívidas com um forte deságio e em longas prestações e a separação do frigorífico em duas empresas, em uma operação parecida com a que foi feita quando a Varig foi vendida: uma nova, que herdaria apenas a parte boa das operações, e outra podre, que ficaria nas mãos da família Russo, a maior acionista. A parte podre assumiria os passivos e duas fábricas em Rondônia.
No caso das dívidas, os bancos que emprestaram antes da decretação do processo de recuperação teriam de aceitar um deságio de 90% em seus créditos, que seriam transformados em ações da nova companhia a ser criada. Para as instituições que emprestaram 165 milhões de dólares depois do início do processo de recuperação judicial, entre elas o BNDES, o pagamento seria integral, com juros de 5% ao semestre. O maior problema estaria com os criadores de gado, que forneceram para o Independência e não receberam. Alguns deles entraram em dificuldades financeiras e resistem em aceitar o acordo, que prevê o pagamento da dívida em um prazo de três anos, com dois anos de carência e juros baixíssimos, o que levaria o valor real a menos da metade da dívida atual.
Caso não chegue a um acordo, o Independência poderá ter sua falência decretada.