Disputa pelo mercado de armas esquenta o país
A austríaca Glock venceu no fim de 2018 um edital e vai fornecer 27.360 pistolas .40 às forças de segurança do Rio de Janeiro
Publicado em 17 de janeiro de 2019 às, 05h00.
Última atualização em 17 de janeiro de 2019 às, 13h51.
Com a possível abertura do mercado de armas brasileiro, como prometido pelo presidente Jair Bolsonaro, a disputa entre as grandes fabricantes globais já esquentou no país. A austríaca Glock venceu no fim de 2018 um edital do Gabinete de Intervenção Federal e vai fornecer 27.424 pistolas .40 às forças de segurança do Rio de Janeiro, num contrato de 40 milhões de reais.
A Glock ofereceu seu armamento por 395 dólares a unidade, 29 dólares a menos que a segunda melhor proposta, da americana Sig Sauer. Depois da divulgação do resultado, tanto a Sig Sauer quanto a terceira participante, a também americana CTU, entraram com recursos questionando o preço baixo oferecido pela Glock. Em sua defesa, a Glock afirma que vendeu as armas no Rio a um preço competitivo dada a importância do edital, uma prática usada mundo afora nesse mercado. O contrato do Rio de Janeiro ganha importância por causa de um dispositivo da lei de licitações que incentiva a padronização dos produtos adquiridos pelo Poder P úblico. Isso abre a possibilidade de a Glock se tornar a pistola-padrão no estado.
O Gabinete de Intervenção Federal aceitou os argumentos da fabricante austríaca e encerrou o caso, ratificando o resultado. Mas a história não acabou. A Glock entrou com uma representação criminal contra a Sig Sauer em que questiona as acusações e o caso pode evoluir para um processo por difamação. A Sig Sauer, por sua vez, entrou com um processo contra o Gabinete de Intervenção Federal para parar o processo de compra. A Glock já vendeu cerca de 70.000 armas para órgãos públicos brasileiros, entre eles a Polícia Federal. Procuradas, as empresas não comentaram.