Acionistas da IMC aprovam mecanismo que implode oferta da Sapore
Depois de uma frustrada tentativa de fusão com a dona do Frango Assado no início deste ano, a Sapore lançou, em novembro, uma oferta pública de aquisição
Publicado em 13 de dezembro de 2018 às, 19h08.
Última atualização em 13 de dezembro de 2018 às, 19h12.
Foi aprovada com 99% dos votos dos presentes à assembleia de acionistas da International Meal Company (IMC) – dona das redes de restaurantes Viena e Frango Assado – a inclusão, no estatuto, de uma cláusula de “poison pill”.
O mecanismo, chamado de pílula de veneno, em inglês, obriga investidores que adquirirem mais de 30% das ações da companhia a estender a oferta para todos os acionistas. Neste caso, o objetivo era proteger a IMC da investida do ex-garçom uruguaio Daniel Mendez, dono da administradora de restaurantes corporativos Sapore.
Depois de uma frustrada tentativa de fusão com a dona do Frango Assado no início deste ano, a Sapore lançou, em novembro, uma oferta pública de aquisição (OPA) para comprar uma participação de cerca de 40% na IMC.
O conselho de administração da IMC havia recomendado aos seus acionistas que rejeitassem a OPA por conta de problemas encontrados em uma auditoria feita na Sapore quando a ideia da fusão ainda estava na mesa. Foi ideia dos acionistas colocar a cláusula da pílula de veneno no estatuto. Em respostas, a Sapore avisou que cancelaria a OPA se a ferramenta fosse aprovada.
Nas últimas semanas, Mendez subiu o tom das críticas à administração da IMC, a qual em sua visão estava atravancando o negócio. A votação de hoje mostrou que os acionistas aprovam a gestão do presidente executivo da dona do Frango Assado, Newton Maia Alves, responsável por uma reestruturação que fez o faturamento da empresa crescer 21,6% no terceiro trimestre de 2018 ante o mesmo período de 2017, para 446 milhões de reais.
Procurada, a Sapore disse que vai se pronunciar após ser comunicada oficialmente pela IMC sobre o resultado da assembleia de hoje. Sem conseguir concretizar o projeto de se juntar à IMC, Mendez deve levar adiante o plano de abrir o capital da Sapore em uma oferta inicial de ações (IPO, da sigla em inglês) na bolsa brasileira.