Exame.com
Continua após a publicidade

Gafisa tem em Tanure principal fiador de reestruturação

Uma injeção de capital em montante a ser definido foi aprovada em duas reuniões; Nelson Tanure pretende elevar sua fatia na empresa, aumentando a confiança

A Gafisa, que já foi uma das maiores construtoras do país, tem o apoio dos investidores para um plano de reestruturação (Alexandre Battibugli/Exame)
A Gafisa, que já foi uma das maiores construtoras do país, tem o apoio dos investidores para um plano de reestruturação (Alexandre Battibugli/Exame)
P
Primeiro Lugar

Publicado em 25 de abril de 2019 às, 05h00.

Última atualização em 24 de julho de 2019 às, 17h30.

Caiu como uma bomba na construtora Tenda a afirmação do presidente da Gafisa, Roberto Luz Portella, de que a separação da subsidiária voltada para a baixa renda deve ser revista. A Gafisa comprou a Tenda em 2008 e, sem conseguir integrar direito o negócio à sua operação, separou a subsidiária em 2017.

De lá para cá, a Tenda valorizou 132% na bolsa. Agora vai ser aberta uma investigação para verificar se a divisão de bens e passivos entre as duas empresas na cisão foi justa. Mas, desde o anúncio de 15 de abril, a Gafisa tem mantido sigilo sobre o andamento do processo, em um suspense que vem deixando os executivos da Tenda apreensivos, de acordo com fontes próximas à diretoria.

Enquanto se propõe a reavaliar decisões passadas, a nova gestão da Gafisa também corre para colocar em prática seu plano de reestruturação. Uma injeção de capital em montante a ser definido foi aprovada em duas reuniões neste mês, nas quais cerca de 40% dos acionistas estavam representados. Um dos motivos para a confiança é a presença do empresário Nelson Tanure, que tem assento no conselho de administração e pretende elevar sua fatia na Gafisa, hoje em menos de 1%. Com um histórico de investir em empresas envolvidas em litígios, Tanure colhe os louros do sucesso da recuperação da PetroRio, hoje presidida por seu filho.

O valor de mercado da petroleira, em que ele entrou em 2015 e da qual foi apontado conselheiro em abril, cresceu oito vezes nos dois últimos anos, para 2,4 bilhões de reais.