Os quatro pilares para a boa gestão de portfólio
Prever qual será o próximo movimento do mercado ou encontrar produtos de investimentos milagrosos não é a resposta
Panorama Econômico
Publicado em 27 de novembro de 2023 às 06h32.
Por Thiago Lauria
Para obter boas respostas, é necessário saber fazer boas perguntas. E quando o tema é investimentos, ainda existe um longo caminho para o amadurecimento das perguntas afim de obter respostas que levem o investidor a alcançar resultados satisfatórios. Por exemplo, as duas perguntas mais comuns de se ouvir no dia a dia são:
Qual produto está dando melhor rentabilidade agora?
Qual produto está dando 1% de rentabilidade ao mês?
Tais perguntas parecem trazer para os investimentos a mesma simplicidade de ir a feira para escolher o produto que está mais fresco no dia ou a fruta da época. Obviamente que o intuito da pergunta é entender como se pode maximizar a rentabilidade dos investimentos. Mas, na prática, sabemos que a gestão de investimentos não se resume a uma mera escolha de produto do momento. É o ato de complexo de rentabilizar o patrimônio amealhado ao longo do tempo, em meio a um ambiente com diversos riscos, para que este seja tão longevo quanto o seu detentor.
Nesse contexto, uma das perguntas mais importantes a se fazer é:
Quais são os elementos essenciais para uma boa gestão de portfólio?
Prever qual será o próximo movimento do mercado ou encontrar produtos de investimentos milagrosos não é a resposta. Assim como o alto conhecimento técnico somente não é suficiente para gerir bem os investimentos. É preciso trabalhar bem os quatro pilares a seguir:
- Planejamento: esse é um tema que já foi trazido por mim em outro artigo nesta coluna e que é ainda bastante negligenciado. Os investimentos devem obrigatoriamente servir aos objetivos daquela pessoa/família. E para isso, é necessário entender múltiplos fatores que possam influenciar a gestão do portfólio. Dentre alguns deles estão: estrutura familiar, objetivos, eventos de liquidez, exposição a riscos pessoais/empresariais. O planejamento é nada mais do que a montagem do mapa em forma de linha do tempo em que deverá constar os caminhos que aquela pessoa/família pretende seguir e quais são os riscos no caminho que podem eventualmente atrapalhar a jornada.
- Filosofia: mais especificamente, filosofia de investimento. É preciso entender que não existe somente uma forma correta de gerir investimentos. Então, é preciso clarificar aquele formato que mais se adequa ao seu perfil. Essa será a base sólida da gestão do investimento, evitando que o investidor seja um mero caçador de oportunidades aleatórias conforme as narrativas do mercado se alteram. Entender esse fator, também será crucial para que se possa selecionar a empresa correta para gerir o seu patrimônio e o Wealth Manager que será a ponte entre os seus anseios individuais e a arquitetura técnica do seu portfólio.
- Processo: essa etapa é fundamental para dar ritmo e disciplina a gestão de investimentos. Gerir investimentos deve se afastar da ideia de prever ou de simplesmente o dom de escolher produtos miraculosos. É preciso ter parâmetros claros de análise e tomadas de decisão. Pense, um resultado de gestão de investimentos que não pode ser explicado através de processos, é simplesmente um acaso e que dificilmente será repetido e que facilmente pode acontecer no campo negativo também. Quanto mais processos puderem ser definidos e decisões serem mapeadas e coordenadas, melhor.
- Comportamento: existem diversos estudos que buscam medir o quando o Behavioral Coach ou gestão do comportamento do investidor pode agregar no resultado de um portfólio. O mais conhecido deles é um estudo feito pela Vanguard em que se acredita que há um potencial de adição de retorno de até 1,5% a.a nos investimentos para aqueles investidores que possuem um Wealth Manager para ajudá-lo a gerenciar suas emoções tanto em momentos de euforia quanto de pânico. Afinal, não adianta ter o melhor portfolio do ponto de vista técnico e deixar que seus vieses comportamentais atrapalhem a maturação das estratégias.
Gerir investimentos é uma atividade que demanda responsabilidade, comportamentos contraintuitivos e disciplina. De fato, não é um processo divertido e sexy como muitos imaginam ao ver filmes que retratam o mercado financeiro. Por isso, ter os pilares acima bem fundamentados o levará a alcançar os resultados almejados de maneira consistente ao longo do tempo.
Bons Investimentos!
*Thiago Lauria, CFP®, CGA, é Sócio Fundador e Diretor de Investimentos da BWM Family Office. Um Multi Family Office que atua de forma independente e isenta de conflitos de interesses, integrando gestão de investimentos e planejamento patrimonial, ajudando clientes a cuidarem das suas maiores riquezas: vida, família e patrimônio.
Por Thiago Lauria
Para obter boas respostas, é necessário saber fazer boas perguntas. E quando o tema é investimentos, ainda existe um longo caminho para o amadurecimento das perguntas afim de obter respostas que levem o investidor a alcançar resultados satisfatórios. Por exemplo, as duas perguntas mais comuns de se ouvir no dia a dia são:
Qual produto está dando melhor rentabilidade agora?
Qual produto está dando 1% de rentabilidade ao mês?
Tais perguntas parecem trazer para os investimentos a mesma simplicidade de ir a feira para escolher o produto que está mais fresco no dia ou a fruta da época. Obviamente que o intuito da pergunta é entender como se pode maximizar a rentabilidade dos investimentos. Mas, na prática, sabemos que a gestão de investimentos não se resume a uma mera escolha de produto do momento. É o ato de complexo de rentabilizar o patrimônio amealhado ao longo do tempo, em meio a um ambiente com diversos riscos, para que este seja tão longevo quanto o seu detentor.
Nesse contexto, uma das perguntas mais importantes a se fazer é:
Quais são os elementos essenciais para uma boa gestão de portfólio?
Prever qual será o próximo movimento do mercado ou encontrar produtos de investimentos milagrosos não é a resposta. Assim como o alto conhecimento técnico somente não é suficiente para gerir bem os investimentos. É preciso trabalhar bem os quatro pilares a seguir:
- Planejamento: esse é um tema que já foi trazido por mim em outro artigo nesta coluna e que é ainda bastante negligenciado. Os investimentos devem obrigatoriamente servir aos objetivos daquela pessoa/família. E para isso, é necessário entender múltiplos fatores que possam influenciar a gestão do portfólio. Dentre alguns deles estão: estrutura familiar, objetivos, eventos de liquidez, exposição a riscos pessoais/empresariais. O planejamento é nada mais do que a montagem do mapa em forma de linha do tempo em que deverá constar os caminhos que aquela pessoa/família pretende seguir e quais são os riscos no caminho que podem eventualmente atrapalhar a jornada.
- Filosofia: mais especificamente, filosofia de investimento. É preciso entender que não existe somente uma forma correta de gerir investimentos. Então, é preciso clarificar aquele formato que mais se adequa ao seu perfil. Essa será a base sólida da gestão do investimento, evitando que o investidor seja um mero caçador de oportunidades aleatórias conforme as narrativas do mercado se alteram. Entender esse fator, também será crucial para que se possa selecionar a empresa correta para gerir o seu patrimônio e o Wealth Manager que será a ponte entre os seus anseios individuais e a arquitetura técnica do seu portfólio.
- Processo: essa etapa é fundamental para dar ritmo e disciplina a gestão de investimentos. Gerir investimentos deve se afastar da ideia de prever ou de simplesmente o dom de escolher produtos miraculosos. É preciso ter parâmetros claros de análise e tomadas de decisão. Pense, um resultado de gestão de investimentos que não pode ser explicado através de processos, é simplesmente um acaso e que dificilmente será repetido e que facilmente pode acontecer no campo negativo também. Quanto mais processos puderem ser definidos e decisões serem mapeadas e coordenadas, melhor.
- Comportamento: existem diversos estudos que buscam medir o quando o Behavioral Coach ou gestão do comportamento do investidor pode agregar no resultado de um portfólio. O mais conhecido deles é um estudo feito pela Vanguard em que se acredita que há um potencial de adição de retorno de até 1,5% a.a nos investimentos para aqueles investidores que possuem um Wealth Manager para ajudá-lo a gerenciar suas emoções tanto em momentos de euforia quanto de pânico. Afinal, não adianta ter o melhor portfolio do ponto de vista técnico e deixar que seus vieses comportamentais atrapalhem a maturação das estratégias.
Gerir investimentos é uma atividade que demanda responsabilidade, comportamentos contraintuitivos e disciplina. De fato, não é um processo divertido e sexy como muitos imaginam ao ver filmes que retratam o mercado financeiro. Por isso, ter os pilares acima bem fundamentados o levará a alcançar os resultados almejados de maneira consistente ao longo do tempo.
Bons Investimentos!
*Thiago Lauria, CFP®, CGA, é Sócio Fundador e Diretor de Investimentos da BWM Family Office. Um Multi Family Office que atua de forma independente e isenta de conflitos de interesses, integrando gestão de investimentos e planejamento patrimonial, ajudando clientes a cuidarem das suas maiores riquezas: vida, família e patrimônio.