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O que o podemos aprender com a Copa do Mundo?

O maior evento futebolístico do mundo começou ontem e por isso, traçamos paralelos entre esses dois universos

Bola oficial da Copa do Mundo Catar 2022 (Leandro Fonseca/Exame)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2022 às 15h19.

Por Bernardo Goldsztajn

Em clima de Copa do Mundo, nada melhor do que uma metáfora entre certos dilemas os quais devemos nos posicionar mediante o atual cenário econômico nacional e internacional.

Internacional

No cenário internacional, os Estados Unidos ainda mantem uma perspectiva no ciclo inflacionário e recessivo com uma taxa de baixíssimo desemprego perto de 3%, guiada ainda por uma economia bem forte. Já a Europa, na mesma batida que o USA no tange o viés para aumento de juros, com o objetivo de conter pressão inflacionária, causando um ambiente recessivo e sem projeção para o término do conflito Russo e Ucraniano, gera ainda uma grande instabilidade na região.

O continente asiático segue com a China na perspectiva de redução em crescimento do seu PIB, governança questionável a qual gera muita discrepância nos números e Japão estagnado a mais de duas décadas.

Cenário doméstico

Após finalização das Eleições e com a definição do próximo presidente, o mercado aguarda de forma ansiosa os nomes para a nova equipe econômica para dar dicas em qual direção deve se posicionar. Mesmo com as evidências de um governo de esquerda, com tendencias para a questão social e maior populismo.

O que a Copa tem a ver com tudo isso?

Ao observar os posicionamentos dos goleiros mediante as cobranças de pênaltis, constatei que se o goleiro não se movimentasse, nem para a direita e nem para a esquerda (não me refiro a posicionamento político), o goleiro teria 33,33% de chances de evitar o gol. Porém, por algum motivo, ou por instinto, ou por mandato do técnico de goleiros, o índice de movimentação é muito maior do que 33.33%.

O cenário econômico atual vejo a mesma atitude em relação aos investidores do mercado (profissionais ou não). Muitos querendo já se posicionar para algum lado de forma técnica ou achismo, enquanto, às vezes, o melhor a fazer é ficar parado e esperar um momento adequado para montar uma posição mais direcional.

Em algumas situações de mercado, a melhor coisa a fazer é nada! Mas, porque então temos a necessidade ou nos movemos sempre e estar querendo trocar de posição por algo que se pressupõe melhor do estamos no momento? Somente o futuro nos dirá se a decisão foi acertada ou não.

Temos a tendencia de lembrar do pênalti que pegamos e não do pênalti que perdemos e nem lembramos o porquê do posicionamento para justificar tal perda. A memória seletiva faz lembrar somente o que queremos; geralmente, as alocações acertadas, e esquecemos o que queremos também, geralmente as posições com perdas. Nem sempre nos acertos ou nos erros, o fator tempo não foi finalizado ainda para sabermos de fato qual foi o resultado efetivo final. O jogo só acaba quando termina.

Entendo que o comportamental humano nos move a essas determinadas iniciativas, as quais nem sempre são racionais e nem sempre são acertadas ou erradas. Importante seria mensurarmos o resultado efetivo para saber o quanto estamos acertando via atitudes pessoais, ou via profissionais do mercado que, em muitas vezes, são os técnicos que determinam qual tendência se deve posicionar assim como um goleiro.

Caso você, leitor, esteja com um profissional, mensure historicamente que os acertos sejam maiores do que os erros, pois nem sempre é possível acertar ao antecipar 100%  qual posição deve ser tomada.

O importante é que caso haja uma disputa de pênaltis em que nossos goleiros acertem independente da obrigatoriedade de saltar em alguma posição. Às vezes, o batedor de pênalti pode dar uma dica e é justamente isso que o momento pede para saber se devemos pender para um lado, outro ou não. Dessa forma, nossas probabilidades de acerto aumentarão e podermos vencer nossos objetivos.

A Copa dos investimentos é nossa, o hexa nosso. Vai Brasil!

*Bernardo Goldsztajn é Head de Wealth Management na Constância Investimentos. Com mais de 20 anos atuando no mercado financeiro, consultor de valores mobiliários pela CVM e formação com MBA pelo IBMEC. A área de Gestão de Patrimônio da Constância Investimentos é independente, com gestão de ativos domésticos e gestão internacional.

Por Bernardo Goldsztajn

Em clima de Copa do Mundo, nada melhor do que uma metáfora entre certos dilemas os quais devemos nos posicionar mediante o atual cenário econômico nacional e internacional.

Internacional

No cenário internacional, os Estados Unidos ainda mantem uma perspectiva no ciclo inflacionário e recessivo com uma taxa de baixíssimo desemprego perto de 3%, guiada ainda por uma economia bem forte. Já a Europa, na mesma batida que o USA no tange o viés para aumento de juros, com o objetivo de conter pressão inflacionária, causando um ambiente recessivo e sem projeção para o término do conflito Russo e Ucraniano, gera ainda uma grande instabilidade na região.

O continente asiático segue com a China na perspectiva de redução em crescimento do seu PIB, governança questionável a qual gera muita discrepância nos números e Japão estagnado a mais de duas décadas.

Cenário doméstico

Após finalização das Eleições e com a definição do próximo presidente, o mercado aguarda de forma ansiosa os nomes para a nova equipe econômica para dar dicas em qual direção deve se posicionar. Mesmo com as evidências de um governo de esquerda, com tendencias para a questão social e maior populismo.

O que a Copa tem a ver com tudo isso?

Ao observar os posicionamentos dos goleiros mediante as cobranças de pênaltis, constatei que se o goleiro não se movimentasse, nem para a direita e nem para a esquerda (não me refiro a posicionamento político), o goleiro teria 33,33% de chances de evitar o gol. Porém, por algum motivo, ou por instinto, ou por mandato do técnico de goleiros, o índice de movimentação é muito maior do que 33.33%.

O cenário econômico atual vejo a mesma atitude em relação aos investidores do mercado (profissionais ou não). Muitos querendo já se posicionar para algum lado de forma técnica ou achismo, enquanto, às vezes, o melhor a fazer é ficar parado e esperar um momento adequado para montar uma posição mais direcional.

Em algumas situações de mercado, a melhor coisa a fazer é nada! Mas, porque então temos a necessidade ou nos movemos sempre e estar querendo trocar de posição por algo que se pressupõe melhor do estamos no momento? Somente o futuro nos dirá se a decisão foi acertada ou não.

Temos a tendencia de lembrar do pênalti que pegamos e não do pênalti que perdemos e nem lembramos o porquê do posicionamento para justificar tal perda. A memória seletiva faz lembrar somente o que queremos; geralmente, as alocações acertadas, e esquecemos o que queremos também, geralmente as posições com perdas. Nem sempre nos acertos ou nos erros, o fator tempo não foi finalizado ainda para sabermos de fato qual foi o resultado efetivo final. O jogo só acaba quando termina.

Entendo que o comportamental humano nos move a essas determinadas iniciativas, as quais nem sempre são racionais e nem sempre são acertadas ou erradas. Importante seria mensurarmos o resultado efetivo para saber o quanto estamos acertando via atitudes pessoais, ou via profissionais do mercado que, em muitas vezes, são os técnicos que determinam qual tendência se deve posicionar assim como um goleiro.

Caso você, leitor, esteja com um profissional, mensure historicamente que os acertos sejam maiores do que os erros, pois nem sempre é possível acertar ao antecipar 100%  qual posição deve ser tomada.

O importante é que caso haja uma disputa de pênaltis em que nossos goleiros acertem independente da obrigatoriedade de saltar em alguma posição. Às vezes, o batedor de pênalti pode dar uma dica e é justamente isso que o momento pede para saber se devemos pender para um lado, outro ou não. Dessa forma, nossas probabilidades de acerto aumentarão e podermos vencer nossos objetivos.

A Copa dos investimentos é nossa, o hexa nosso. Vai Brasil!

*Bernardo Goldsztajn é Head de Wealth Management na Constância Investimentos. Com mais de 20 anos atuando no mercado financeiro, consultor de valores mobiliários pela CVM e formação com MBA pelo IBMEC. A área de Gestão de Patrimônio da Constância Investimentos é independente, com gestão de ativos domésticos e gestão internacional.

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