O poder do longo prazo
"Duvide de qualquer solução mirabolante de riqueza imediata e ganhos garantidos, principalmente, quando falamos de dinheiro"
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2021 às 18h57.
Por Paulo Bessa
Sempre sou questionado sobre operações com promessas milagrosas de ganhos enormes, e ainda por cima, garantido. Apesar da minha resposta sempre direta de que isso não existe, vejo no semblante dos investidores o ar de decepção com a resposta, como se aquela oferta fosse a esperança de uma solução para os altos rendimentos esperados no curto prazo.
Duvide de qualquer solução mirabolante de riqueza imediata e ganhos garantidos, principalmente, quando falamos de dinheiro. O caminho para o resultado almejado é árduo e exige disciplina, conhecimento, gerencia e tempo. Acredito nesses pilares básicos para o sucesso de uma carteira de investimento.
Tenho a percepção que o perfil dos investidores brasileiros está mudando. A redução na taxa básica de juros fez com que a renda fixa, antes pilar de segurança e rentabilidade, perdesse o valor real (sobre a inflação) e ativos de risco ganhassem peso no portfólio do brasileiro. Como todo processo de mudança (agora com ativo de risco na carteira) o investidor fica sensível a promessas de ganhos fáceis, rápidos e “sem risco”.
A transformação que o mercado nacional está passando também requer um alinhamento de expectativa entre retorno esperado e horizonte de investimento. Daí vem o tão importante “longo prazo”. O longo prazo ainda é a maior probabilidade de se obter sucesso no mercado, vide grandes exemplos que comprovam essa teoria: Warren Buffet, Benjamin Graham e Luiz Barsi, um dos maiores investidores do Brasil.
Temos o poder dos juros compostos, um privilégio, os juros incidem sobre um valor maior todo dia. Você já parou para fazer essa conta? É quase uma exclusividade da renda fixa brasileira. Isso não quer dizer que podemos escolher alguns ativos colocar na cesta e esperar. A escolha dos ativos é parte importante de um processo de investimento.
Um processo de investimento focado em estratégias de longo prazo resulta, efetivamente, em um portfólio resiliente e assertivo, pois conseguimos reduzir as incertezas de um cenário volátil de curto prazo. O curto prazo é aleatório, ficamos sujeitos a riscos não inerentes aos fundamentos que realmente importam para alcançar os objetivos de retornos consistentes e duradouros.
Quando estamos escolhendo ativos de risco para uma carteira fazemos valer a governança, plano de investimento da empresa, setor, barreira de entrada ao negócio, dados estatísticos e como tudo isso interage com as expectativas econômicas sempre focado no longo prazo. O plano de investimento de uma empresa acontece geralmente por um período longo, e é daí que poderemos ter a melhor aderência aos seus resultados. Além de tudo, a otimização tributária obtida quando renunciamos ao curto prazo deixa o retorno de uma carteira ainda mais atraente.
Por fim, focar no longo prazo não quer dizer que devemos simplesmente ignorar a carteira e analisá-la após dez anos. Vamos lembrar dos pilares que comentei, dentre eles: gerencia e disciplina, parte importante do contexto. Projetar um cenário, adequar sua carteira, gerenciar, monitorar e rebalancear sempre que necessário faz parte do processo desenvolvido ao longo do tempo buscando a correlação ideal.
*Paulo Bessaé Economista, MBA Finanças e Gestão de Negócios, e possui 17 anos de experiência no mercado financeiro. Trabalhou como Private Banker no Banco Bradesco Brasil e Offshore, Conselheiro IBGC, especialista em Wealth Management. Hoje, é Sócio Diretor na Bevas Wealth Management, Multi Family Office independente focado em clientes UHNW.
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Por Paulo Bessa
Sempre sou questionado sobre operações com promessas milagrosas de ganhos enormes, e ainda por cima, garantido. Apesar da minha resposta sempre direta de que isso não existe, vejo no semblante dos investidores o ar de decepção com a resposta, como se aquela oferta fosse a esperança de uma solução para os altos rendimentos esperados no curto prazo.
Duvide de qualquer solução mirabolante de riqueza imediata e ganhos garantidos, principalmente, quando falamos de dinheiro. O caminho para o resultado almejado é árduo e exige disciplina, conhecimento, gerencia e tempo. Acredito nesses pilares básicos para o sucesso de uma carteira de investimento.
Tenho a percepção que o perfil dos investidores brasileiros está mudando. A redução na taxa básica de juros fez com que a renda fixa, antes pilar de segurança e rentabilidade, perdesse o valor real (sobre a inflação) e ativos de risco ganhassem peso no portfólio do brasileiro. Como todo processo de mudança (agora com ativo de risco na carteira) o investidor fica sensível a promessas de ganhos fáceis, rápidos e “sem risco”.
A transformação que o mercado nacional está passando também requer um alinhamento de expectativa entre retorno esperado e horizonte de investimento. Daí vem o tão importante “longo prazo”. O longo prazo ainda é a maior probabilidade de se obter sucesso no mercado, vide grandes exemplos que comprovam essa teoria: Warren Buffet, Benjamin Graham e Luiz Barsi, um dos maiores investidores do Brasil.
Temos o poder dos juros compostos, um privilégio, os juros incidem sobre um valor maior todo dia. Você já parou para fazer essa conta? É quase uma exclusividade da renda fixa brasileira. Isso não quer dizer que podemos escolher alguns ativos colocar na cesta e esperar. A escolha dos ativos é parte importante de um processo de investimento.
Um processo de investimento focado em estratégias de longo prazo resulta, efetivamente, em um portfólio resiliente e assertivo, pois conseguimos reduzir as incertezas de um cenário volátil de curto prazo. O curto prazo é aleatório, ficamos sujeitos a riscos não inerentes aos fundamentos que realmente importam para alcançar os objetivos de retornos consistentes e duradouros.
Quando estamos escolhendo ativos de risco para uma carteira fazemos valer a governança, plano de investimento da empresa, setor, barreira de entrada ao negócio, dados estatísticos e como tudo isso interage com as expectativas econômicas sempre focado no longo prazo. O plano de investimento de uma empresa acontece geralmente por um período longo, e é daí que poderemos ter a melhor aderência aos seus resultados. Além de tudo, a otimização tributária obtida quando renunciamos ao curto prazo deixa o retorno de uma carteira ainda mais atraente.
Por fim, focar no longo prazo não quer dizer que devemos simplesmente ignorar a carteira e analisá-la após dez anos. Vamos lembrar dos pilares que comentei, dentre eles: gerencia e disciplina, parte importante do contexto. Projetar um cenário, adequar sua carteira, gerenciar, monitorar e rebalancear sempre que necessário faz parte do processo desenvolvido ao longo do tempo buscando a correlação ideal.
*Paulo Bessaé Economista, MBA Finanças e Gestão de Negócios, e possui 17 anos de experiência no mercado financeiro. Trabalhou como Private Banker no Banco Bradesco Brasil e Offshore, Conselheiro IBGC, especialista em Wealth Management. Hoje, é Sócio Diretor na Bevas Wealth Management, Multi Family Office independente focado em clientes UHNW.
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