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O médico investidor: encontrando tempo para montar uma carteira e a custo-efetividade dessa prática

Conhecer os principais aspectos dos investimentos é crucial para tomar decisões financeiras acertadas

O médico investidor: encontrando tempo para montar uma carteira e a custo-efetividade dessa prática  (Namthip Muanthongthae/Getty Images)
O médico investidor: encontrando tempo para montar uma carteira e a custo-efetividade dessa prática (Namthip Muanthongthae/Getty Images)

Por Dr. Paulo Borges e Hélio Barros 

Em um mundo onde o tempo é escasso e a informação é abundante, entender as características dos investimentos pode ser um desafio para quem não tem tempo para estudar profundamente sobre investimentos e economia. No entanto, conhecer os principais aspectos dos investimentos é crucial para tomar decisões financeiras acertadas e garantir um futuro financeiro saudável. 

Para se ter sucesso em uma estratégia de acumulação de patrimônio e atingir independência financeira, o entendimento preciso de diversos fatores é crucial. Entre eles: a razão entre risco e retorno, horizonte de tempo, diversificação, escolha e alocação de ativos, acompanhamento dos mesmos ativos, rebalanceamento e aportes. 

Uma das características mais importantes dos investimentos é o risco. O risco é a possibilidade de perder dinheiro ao investir. Existem diferentes tipos de risco, como o risco de mercado, o risco de crédito e o risco de liquidez. É importante entender os diferentes tipos de risco e avaliar sua tolerância ao risco antes de fazer qualquer investimento. 

Outra característica importante dos investimentos é o retorno. O retorno é o lucro que você obtém com seu investimento. O retorno pode ser positivo ou negativo. O horizonte de investimento é outro fator importante a ser considerado.  

O horizonte de investimento é o período de tempo que você pretende manter seu investimento. Se você tem um horizonte de investimento de longo prazo, você pode assumir mais riscos, pois tem mais tempo para recuperar suas perdas. Se você tem um horizonte de investimento de curto prazo, você deve assumir menos riscos. 

A diversificação é uma estratégia de investimento que pode ajudar a reduzir o risco. A diversificação consiste em investir em diferentes tipos de ativos, como ações, títulos, fundos mútuos e imóveis. Ao diversificar seu portfólio, você reduz o risco de perder dinheiro se um determinado ativo perder valor. 

A alocação de ativos é outra estratégia de investimento importante. A alocação de ativos consiste em dividir seu portfólio em diferentes classes de ativos, como ações, títulos e imóveis. A alocação de ativos deve ser baseada em seu perfil de risco e em seu horizonte de investimento. 

Considerando o exposto, para investir bem, devemos seguir alguns passos: 

  • Defina seus objetivos financeiros. O que você quer alcançar com seus investimentos? Você está poupando para a aposentadoria, para a educação dos seus filhos ou para uma casa nova? Seus objetivos financeiros irão ajudá-lo a determinar o tipo de investimentos que são adequados para você;
  • Avalie sua tolerância ao risco. Quanto risco você está disposto a assumir para atingir seus objetivos financeiros? Se você não tem muita tolerância ao risco, você deve investir em ativos menos voláteis, como títulos. Se você tem mais tolerância ao risco, você pode investir em ativos mais voláteis, como ações;
  • Faça sua pesquisa. Antes de investir em qualquer ativo, é importante fazer sua pesquisa e entender os riscos e recompensas envolvidos. Você pode ler relatórios de analistas, assistir a vídeos educativos e consultar um consultor financeiro para obter mais informações sobre um determinado ativo;
  • Diversifique seu portfólio. Não coloque todos os ovos na mesma cesta. Ao diversificar seu portfólio, você reduz o risco de perder dinheiro se um determinado ativo perder valor;
  • Reequilibre seu portfólio regularmente. Seu portfólio deve ser reequilibrado regularmente para garantir que ele esteja alinhado com seus objetivos financeiros e sua tolerância ao risco.

Mas, e o tempo gasto para fazer tudo isso? Quanto isso custa? Muitos custos de investimento incluem as taxas de corretagem, as taxas de administração e as taxas de desempenho. Isso todos levam em conta. Mas o quanto se deixa de ganhar no tempo em que se está estudando para investir? Para um profissional que ganha por hora trabalhada, como grande parte dos médicos, cada minuto usado para pensar em investimento é um minuto a menos em que não está ganhando dinheiro. Essa parcela deve também entrar na conta por impactar negativamente a carteira do investidor. Se a pessoa ganha menos investindo do que poderia estar ganhando trabalhando no mesmo intervalo de tempo, a estratégia de investimento não está sendo custo-efetiva. 

Portanto, se o leitor está com tempo de sobra para seguir com todos os passos acima, excelente! Mas, se o leitor é médico e, como boa parte dos médicos brasileiros, têm pouco tempo sobrando, ou seu tempo trabalhando vale mais do que estudar para investir e seguir todos os passos acima, considere se tal trabalho será de fato custo-efetivo, ou considere contratar um consultor financeiro. 

*Dr. Paulo Borges é médico ortopedista com doutorado, referência em cirurgia de coluna vertebral e membro do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês. Gestor de investimentos regulado pela CVM e sócio da Eleva Invest Multi Family Office. 

Hélio Cardoso de Barros é anestesiologista formado pela USP, gestor de investimentos com certificação CGA , especialista em educação financeira para médicos e sócio da Eleva Invest Multi Family Office .