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O desafio de investir sem cair em tentações

Ser investidor também exige “cautela em relação àquela dica do guru da internet”

Desde sua fundação, em 2020, a FH Advisors já atendeu mais de 500 clientes de diversos perfis, idades e patrimônio (We Are/Getty Images)
Desde sua fundação, em 2020, a FH Advisors já atendeu mais de 500 clientes de diversos perfis, idades e patrimônio (We Are/Getty Images)

Por Samuel Santos Heringer Lisboa 

A todo tempo, somos bombardeados com informações sobre a “oportunidade da vez” quando se fala em investimentos. Nos sites de notícias, as matérias mais lidas quase sempre costumam mencionar uma entrevista ou uma novidade sobre teses de investimentos que prometem expressiva valorização. Nesse sentido, também não são raros os questionamentos por parte de clientes e amigos que buscam alguma assimetria de mercado para alocar capital e ganhar muito dinheiro. 

Segundo o Raio X do Investidor Brasileiro, divulgado pela Anbima em parceria com o Datafolha, o número de pessoas que apostam online no conhecido como “jogo do tigrinho” é 7 vezes maior que o de investidores em títulos públicos. Ainda segundo a pesquisa, a principal motivação para o uso de apostas é a chance de ganhar muito dinheiro de forma rápida. Também são comuns os casos de pirâmide financeira ou de criptomoedas que prometem retornos claramente impossíveis para quem tem noções básicas de matemática. O final dessa história, todos conhecem. 

Desde sua fundação, em 2020, a FH Advisors já atendeu mais de 500 clientes de diversos perfis, idades e patrimônio. Com a experiência, percebemos que a falta de um objetivo claro e de uma meta de rentabilidade factível e bem definida são as principais causas de fracasso no planejamento financeiro de um investidor. 

As distrações causadas pelo grande volume de informações disponíveis nos sites de notícias e mídias sociais acabam confundindo o investidor e dificultando o alcance de suas metas e objetivos. 

Entendemos como normal o comportamento do investidor que busca o maior retorno possível. Entretanto, faz parte do nosso trabalho avaliar de forma criteriosa o risco, o perfil e o objetivo de cada cliente na recomendação de um ativo. 

Para evitar cair em distrações ao longo da trajetória, acreditamos que o investidor precisa, desde o primeiro momento, definir o que chamamos de benchmark para a carteira, ou seja, a meta de rentabilidade para seu portfólio. Para um investidor jovem, por exemplo, de perfil moderado e que busca nos investimentos uma segurança para a aposentadoria, faz sentido - na nossa visão - ter um portfólio mensurado com base no ganho real (retorno acima da inflação) no longo prazo.  

No atual cenário, com títulos de dívida soberana e outros produtos de renda fixa entregando taxas acima de IPCA + 6% ao ano, pouco deveria importar para este perfil de cliente se o bitcoin está caro, barato ou se alguma empresa listada na bolsa vai subir. Este investidor sabe que, ao manter o foco em seu planejamento financeiro, o retorno projetado para seu portfólio o levará a atingir seus objetivos. 

Nos últimos 10 anos, por exemplo, um portfólio com rentabilidade de IPCA + 6% ao ano rendeu incríveis 213,80%, contra 142,43% do CDI, 143,91% do Ibovespa, e 131,30% do dólar. 

Por essas razões, orientamos cautela em relação àquela “dica quente” do guru da internet ou do amigo do bar. Muito mais importante que acertar qual ativo terá uma supervalorização, é montar um portfólio equilibrado, que trará segurança e retornos sustentáveis e consistentes, fazendo com que os objetivos financeiros sejam atendidos sem surpresas negativas.  

Mini-bio do autor e do escritório 

Samuel Santos Heringer Lisboa é sócio-fundador da FH Advisors.  

A FH Advisors é uma consultoria de investimentos independente, fundada com o intuito de ajudar as pessoas a investirem melhor seu dinheiro e planejarem sua vida financeira de forma mais eficiente. Todo o trabalho é feito de forma independente das instituições financeiras, eliminando os conflitos de interesse tão presentes nos atendimentos de clientes por gerentes de bancos e assessores de corretoras. Fundada em 2020, a empresa possui mais de R$500 milhões em recursos sob consultoria e mais de 500 clientes.