Não tenha medo de ganhar dinheiro
Educação financeira e o desenvolvimento de uma relação saudável com o dinheiro
Panorama Econômico
Publicado em 28 de outubro de 2024 às 20h59.
Aspectos culturais, educacionais e até religiosos desde nossa tenra infância, além do nosso DNA, ajudam a nos moldar como as pessoas que somos hoje, adicionando as cicatrizes e rugas que adquirimos no decorrer da vida.
A relação com o dinheiro deve ser estimulada desde a primeira infância. Não falarei a idade correta, prefiro que você, leitor, tenha que pensar e depois constatar, e vai se surpreender que é antes do que você imagina, que essa conexão deve ser estabelecida. Inicialmente, devemos incentivar de forma lúdica e, mais para frente, utilizar o dinheiro como recompensa em troca de ajuda nas atividades domésticas, com o objetivo de os jovens entenderem que, além dos afazeres, comportamento e princípios de meritocracia relacionados a tarefas, para mais adiante, as relações comerciais, interpessoais, negociações e metas não sejam algo denso, mas apenas corriqueiro dentro de situações já vividas. Assim, é possível construir uma pessoa com uma base melhor para a vida adulta. Vejo pessoas ainda com bloqueios ou medo de manipular o dinheiro, como se fosse um tabu ou sentimento de culpa, apesar de vislumbrar maior interesse na grade educacional curricular com o tema de finanças no ensino fundamental e médio.
Gostaria de adicionar também o tema de aprender a se doar, desde o trabalho voluntário até a filantropia, princípios dos quais não devemos apenas falar da boca para fora, mas também ser exemplos, afinal, os filhos se espelham nos pais.
Tudo pode lhe parecer óbvio, mas, pasmem, como ainda me deparo com adultos de várias idades sem a percepção clara e o bom senso sobre o valor do dinheiro, equilíbrio de despesas e receitas, e falta de planejamento de curto, médio e longo prazo, de metas traçadas e objetivos claros. Será que a vida mundana, com a grande tentação de produtos e serviços e prazeres imediatos, está ganhando da persistência necessária para atingir objetivos de maior prazo?
Ganhar dinheiro e poupar deve ser um desejo saudável e responsável, projetar objetivos para alcançar um horizonte próspero, apesar de, quando iniciamos, geralmente termos menos capital. Porém, em contrapartida, temos o maior ativo, ao qual poucos dão importância: o valor do tempo!
Entre poupar e atingir os seus objetivos, pode haver um grande hiato. Desejo que esse hiato seja o menor possível para você e, após vencer essa batalha, recomendo que não perca sua essência e humildade perante outros; ostentação ou soberba jamais! Lembre-se sempre das pessoas que o cercaram durante a vida. Você não precisa ser escravo do dinheiro; deve dominá-lo para que ele seja sempre seu aliado.
Aqui quem escreve pertence a um povo com 5.785 anos de track record de história, não apenas de ativos financeiros, mas também com princípios de educação, ética, doação e filantropia.
Bernardo Goldsztajn é CEO da Brasil Global Partners. Com mais de 25 anos atuando no mercado financeiro, é consultor de valores mobiliários pela CVM e possui formação com MBA pelo IBMEC. É especializado em gestão de patrimônio doméstico e internacional, sucessão, tributação e alocação de recursos financeiros.
Aspectos culturais, educacionais e até religiosos desde nossa tenra infância, além do nosso DNA, ajudam a nos moldar como as pessoas que somos hoje, adicionando as cicatrizes e rugas que adquirimos no decorrer da vida.
A relação com o dinheiro deve ser estimulada desde a primeira infância. Não falarei a idade correta, prefiro que você, leitor, tenha que pensar e depois constatar, e vai se surpreender que é antes do que você imagina, que essa conexão deve ser estabelecida. Inicialmente, devemos incentivar de forma lúdica e, mais para frente, utilizar o dinheiro como recompensa em troca de ajuda nas atividades domésticas, com o objetivo de os jovens entenderem que, além dos afazeres, comportamento e princípios de meritocracia relacionados a tarefas, para mais adiante, as relações comerciais, interpessoais, negociações e metas não sejam algo denso, mas apenas corriqueiro dentro de situações já vividas. Assim, é possível construir uma pessoa com uma base melhor para a vida adulta. Vejo pessoas ainda com bloqueios ou medo de manipular o dinheiro, como se fosse um tabu ou sentimento de culpa, apesar de vislumbrar maior interesse na grade educacional curricular com o tema de finanças no ensino fundamental e médio.
Gostaria de adicionar também o tema de aprender a se doar, desde o trabalho voluntário até a filantropia, princípios dos quais não devemos apenas falar da boca para fora, mas também ser exemplos, afinal, os filhos se espelham nos pais.
Tudo pode lhe parecer óbvio, mas, pasmem, como ainda me deparo com adultos de várias idades sem a percepção clara e o bom senso sobre o valor do dinheiro, equilíbrio de despesas e receitas, e falta de planejamento de curto, médio e longo prazo, de metas traçadas e objetivos claros. Será que a vida mundana, com a grande tentação de produtos e serviços e prazeres imediatos, está ganhando da persistência necessária para atingir objetivos de maior prazo?
Ganhar dinheiro e poupar deve ser um desejo saudável e responsável, projetar objetivos para alcançar um horizonte próspero, apesar de, quando iniciamos, geralmente termos menos capital. Porém, em contrapartida, temos o maior ativo, ao qual poucos dão importância: o valor do tempo!
Entre poupar e atingir os seus objetivos, pode haver um grande hiato. Desejo que esse hiato seja o menor possível para você e, após vencer essa batalha, recomendo que não perca sua essência e humildade perante outros; ostentação ou soberba jamais! Lembre-se sempre das pessoas que o cercaram durante a vida. Você não precisa ser escravo do dinheiro; deve dominá-lo para que ele seja sempre seu aliado.
Aqui quem escreve pertence a um povo com 5.785 anos de track record de história, não apenas de ativos financeiros, mas também com princípios de educação, ética, doação e filantropia.
Bernardo Goldsztajn é CEO da Brasil Global Partners. Com mais de 25 anos atuando no mercado financeiro, é consultor de valores mobiliários pela CVM e possui formação com MBA pelo IBMEC. É especializado em gestão de patrimônio doméstico e internacional, sucessão, tributação e alocação de recursos financeiros.