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Como utilizar a inflação a seu favor na hora de investir

Sempre que a taxa de juros ou inflação subirem em períodos de alta inflacionária, procure se proteger colocando uma parte do dinheiro em títulos pós-fixados

(Marcello Casal jr/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2022 às 19h53.

Por Gustavo Pupin*

Antes de entrarmos mais a fundo no tema inflação, é importante frisar que o regime de metas de inflação é o instrumento de Política Monetária oficial do Brasil desde 1999 e foi instaurado após um período hiperinflacionário de mais de uma década que começou antes da implementação do plano Real. Até mesmo os mais jovens já devem ter ouvido falar que, nesse período, a variação de preço dos produtos era uma loucura. De manhã, um determinado produto tinha um preço e à tarde, outro.

A meta de inflação, bem como o seu intervalo de tolerância, são estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O Banco Central (BC), por meio de seus instrumentos, é o responsável pela sua condução.

Considerando que uma inflação estável é condição básica para o crescimento econômico de um país, o regime de metas de inflação tem basicamente dois objetivos principais: ancorar as expectativas dos agentes econômicos em relação ao nível de preços e dar transparência sobre a condução da política econômica, reduzindo a incerteza. Incerteza econômica exige um prêmio de risco maior nas operações financeiras, o que consequentemente gera maior custo, instabilidade e volatilidade no mercado como um todo.

O índice oficial de inflação no Brasil é o famoso IPCA. Calculado pelo IBGE, ele mede a variação de preços do varejo, ou seja, o preço praticado para o consumidor final. Sendo utilizado pelo Banco Central como índice oficial da inflação ou deflação no Brasil, o IPCA é um termômetro para avaliar as perdas no poder de compra da população.

Quando o IPCA sinaliza que essa meta poderá ser ultrapassada, o BC passa a tomar medidas para controlar o movimento inflacionário. A taxa Selic, a mais conhecida entre essas medidas, é pautada no      aumento da taxa de juros da economia e tem sido muito utilizada nas últimas reuniões do Copom.

Tratando-se de seu capital, uma dica para protegê-lo em momentos de alta da inflação, é manter ao menos uma parte do seu portfólio de investimentos em ativos protetivos de altas inflacionárias, ou seja, que rentabilizam conforme a variação deste índice.

Quando falamos em ativos que rentabilizam conforme a variação da inflação (IPCA), o mais utilizado       é o Tesouro IPCA, praticado pelo Governo Federal por meio do seu programa de venda de títulos públicos, o Tesouro Direto. Esse e outros títulos públicos oferecem rendimento igual à variação da inflação mais uma taxa prefixada de juros com a opção de pagamento de juros semestral.

Além dos títulos públicos, operação em que o investidor “empresta” dinheiro ao governo e é remunerado por isso, existem diversos outros ativos que possuem rentabilidade atrelada ao IPCA.

Lembre-se de que todo investimento com um rendimento interessante precisa acompanhar a inflação para que, minimamente, seu poder de compra seja mantido. Por isso, ao notar a elevação de juros ou da inflação, procure uma forma de se proteger colocando uma parte do dinheiro em títulos pós-fixados.

* Gustavo Pupin é economista, sócio-diretor de Compliance & Risco da Patagônia Capital, especialista em Finanças pela Peen University e M&A pelo Insper e New York Institute of Finances.

Por Gustavo Pupin*

Antes de entrarmos mais a fundo no tema inflação, é importante frisar que o regime de metas de inflação é o instrumento de Política Monetária oficial do Brasil desde 1999 e foi instaurado após um período hiperinflacionário de mais de uma década que começou antes da implementação do plano Real. Até mesmo os mais jovens já devem ter ouvido falar que, nesse período, a variação de preço dos produtos era uma loucura. De manhã, um determinado produto tinha um preço e à tarde, outro.

A meta de inflação, bem como o seu intervalo de tolerância, são estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O Banco Central (BC), por meio de seus instrumentos, é o responsável pela sua condução.

Considerando que uma inflação estável é condição básica para o crescimento econômico de um país, o regime de metas de inflação tem basicamente dois objetivos principais: ancorar as expectativas dos agentes econômicos em relação ao nível de preços e dar transparência sobre a condução da política econômica, reduzindo a incerteza. Incerteza econômica exige um prêmio de risco maior nas operações financeiras, o que consequentemente gera maior custo, instabilidade e volatilidade no mercado como um todo.

O índice oficial de inflação no Brasil é o famoso IPCA. Calculado pelo IBGE, ele mede a variação de preços do varejo, ou seja, o preço praticado para o consumidor final. Sendo utilizado pelo Banco Central como índice oficial da inflação ou deflação no Brasil, o IPCA é um termômetro para avaliar as perdas no poder de compra da população.

Quando o IPCA sinaliza que essa meta poderá ser ultrapassada, o BC passa a tomar medidas para controlar o movimento inflacionário. A taxa Selic, a mais conhecida entre essas medidas, é pautada no      aumento da taxa de juros da economia e tem sido muito utilizada nas últimas reuniões do Copom.

Tratando-se de seu capital, uma dica para protegê-lo em momentos de alta da inflação, é manter ao menos uma parte do seu portfólio de investimentos em ativos protetivos de altas inflacionárias, ou seja, que rentabilizam conforme a variação deste índice.

Quando falamos em ativos que rentabilizam conforme a variação da inflação (IPCA), o mais utilizado       é o Tesouro IPCA, praticado pelo Governo Federal por meio do seu programa de venda de títulos públicos, o Tesouro Direto. Esse e outros títulos públicos oferecem rendimento igual à variação da inflação mais uma taxa prefixada de juros com a opção de pagamento de juros semestral.

Além dos títulos públicos, operação em que o investidor “empresta” dinheiro ao governo e é remunerado por isso, existem diversos outros ativos que possuem rentabilidade atrelada ao IPCA.

Lembre-se de que todo investimento com um rendimento interessante precisa acompanhar a inflação para que, minimamente, seu poder de compra seja mantido. Por isso, ao notar a elevação de juros ou da inflação, procure uma forma de se proteger colocando uma parte do dinheiro em títulos pós-fixados.

* Gustavo Pupin é economista, sócio-diretor de Compliance & Risco da Patagônia Capital, especialista em Finanças pela Peen University e M&A pelo Insper e New York Institute of Finances.

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