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Como manter o padrão de vida após a aposentadoria?

Muitas pessoas têm o receio de precisar fazer trabalhos extras para complementar a renda e não perder qualidade de vida mesmo após tantos anos de trabalho

 (SARINYAPINNGAM/Getty Images)
(SARINYAPINNGAM/Getty Images)
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Panorama Econômico

Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às, 14h49.

Por Mateus Soares — Confiança Planejamento Financeiro

Muitas pessoas têm o receio de não conseguirem manter o estilo de vida na aposentadoria, ou ainda, de precisar fazer trabalhos extras para complementar a renda e não perder qualidade de vida mesmo após tantos anos de trabalho.

Por isso, é importante pensar no futuro para que você possa, de fato, ter a aposentadoria almejada. Afinal, com planejamento, é possível conquistar esse objetivo e ter o conforto desejado sem precisar continuar trabalhando até uma idade muito avançada.

Como saber quanto preciso ter de renda na aposentadoria?

O primeiro ponto a considerar quando o assunto é manter o padrão de vida na aposentadoria são os seus gastos atuais. Ou seja, o valor que você precisa receber para custear todas as suas despesas durante o mês.

Assim, você entenderá quanto precisará complementar na sua renda futura para manter o padrão de vida atual. Por exemplo, imagine que você tem um gasto mensal de R$ 20 mil e você contribui com o teto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), com a expectativa de receber R$ 5 mil por mês da Previdência Social durante sua aposentadoria.

Nesse caso, será necessário acrescentar R$ 15 mil por mês para manter o seu padrão de vida atual na aposentadoria. Portanto, é essencial pensar no patrimônio que você construirá durante a fase produtiva.

Também é preciso definir se você deseja obter uma renda vitalícia e transmitir seu patrimônio para seus herdeiros ou se quer uma renda pelo prazo proporcional à sua expectativa de vida. Tudo isso influenciará no montante que você deve acumular.

Após realizar os cálculos e determinar quanto você precisa acumular para conseguir os R$15mil por mês para complementar o INSS, será necessário determinar onde investir os recursos que você economiza.

Quais investimentos podem ser interessantes para o longo prazo?

Quando o assunto é aposentadoria, os investimentos devem focar no longo prazo. Além disso, para ter resultados mais consistentes, o ideal é começar quanto antes. Assim, você terá mais tempo para acumular patrimônio e conquistar os objetivos traçados.

Nesse sentido, a escolha das melhores alternativas de investimento precisa considerar o seu perfil de investidor e os seus objetivos. Algumas pessoas têm maior abertura ao risco e podem se expor mais em busca de melhores rentabilidades.

Outras preferem maior segurança ao longo do tempo. Ainda, é importante conhecer as alternativas disponíveis no mercado. Confira as principais!

Fundos de investimento

Os fundos de investimento são modalidades de investimento coletivas e funcionam como condomínios. Assim, os investidores adquirem cotas para participar dos resultados obtidos. Já o patrimônio é administrado por um gestor profissional.

É ele quem toma as decisões sobre como e onde investir. Nesse caso, o gestor segue a estratégia do fundo, que pode ter diferentes perfis de risco e estratégias.

Por exemplo, existem veículos focados em renda fixa, que podem ser mais adequados para pessoas conservadoras, que desejam maior segurança nos aportes. Porém, também há fundos com estratégias mais arrojadas, que podem se alinhar a quem tem maior tolerância aos riscos — e foco no longo prazo.

Tesouro IPCA+

O Tesouro IPCA+ é um dos títulos públicos oferecidos pelo Governo Federal na plataforma do Tesouro Direto. Uma das principais vantagens dessa alternativa é que ela oferece rentabilidade sempre acima da inflação.

Isso porque ele é atrelado ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), mais um percentual fixo. Também existem diferentes títulos disponíveis, com prazos e taxas distintas. Ainda, o investidor pode escolher opções com pagamento de cupons de juros semestrais ou com rentabilidade apenas no resgate.

Ações que pagam dividendos

Ações são as menores parcelas do capital social de uma empresa. Ao adquirir os papéis e se tornar acionista de uma companhia, os resultados positivos do negócio podem trazer lucro com a distribuição de dividendos, por exemplo.

Assim, é possível montar uma carteira com esses ativos visando o recebimento de proventos no longo prazo. Eles representam benefícios distribuídos pelas companhias, conforme as regras definidas e o número de ações do investidor. Portanto, podem ajudar no acúmulo de capital e proporcionar renda passiva.

Fundos imobiliários

Os fundos imobiliários (FIIs) são alternativas para quem se interessa em investir no setor imobiliário. Eles são fundos de investimento, ou seja, também contam com um gestor responsável por gerir os recursos financeiros.

Um ponto importante é que é possível encontrar FIIs com diversos objetivos, como aqueles que investem em empreendimentos imobiliários com o objetivo de obter renda com a locação. Assim, eles podem gerar renda passiva para os cotistas a partir do que recebem com aluguéis.

Porém, eles também podem ter outras estratégias, como investimento em aplicações de renda fixa atreladas ao setor imobiliário ou em cotas de outros fundos. Entre as vantagens, está a possibilidade de receber dividendos, que podem colaborar com a construção de uma renda recorrente.

Previdência Privada

A Previdência Privada é um dos investimentos mais buscados quando o assunto é aposentadoria. Ela pode ser usada como forma de complementar a renda ao se aposentar. Afinal, funciona com base em um período de acumulação de capital e outro de usufruto.

Existem diversas alternativas disponíveis no mercado. Antes de escolher a mais adequada, não deixe de analisar aspectos como o perfil de risco, regras de aporte, entre outros. Dessa forma, é possível otimizar seus resultados e fazer uma escolha alinhada às suas necessidades.

Quais problemas posso enfrentar no percurso?

Após aprender como se planejar, é importante estar ciente das dificuldades que podem surgir. Isso permitirá adotar estratégias de prevenção. Por exemplo, um dos principais problemas enfrentados são os erros de cálculos sobre os aportes mensais.

Isso pode fazer com que eles não sejam suficientes para obter a renda que você precisa no futuro. Outro erro é investir em ativos ou produtos financeiros inadequados ou ineficientes. Normalmente, esse problema é resultado de problemas na análise de perfil de risco e dos objetivos.

Outro ponto que deve ser considerado é que a independência financeira se trata de um objetivo para o longo prazo. Por isso, não é aconselhável buscar alternativas de curto prazo para essa meta. Com atenção e cuidado, se torna mais fácil evitar esses erros ao investir e construir uma carteira mais sólida.

Qual é a melhor forma de começar?

Quando uma pessoa precisa iniciar uma atividade física é normal ela procurar um profissional da educação física, quando alguém precisa de uma dieta para reduzir o nível de colesterol no corpo ela tende a procurar um nutricionista, quando alguém quer aprender a tocar um instrumento musical o primeiro profissional que as pessoas pensam em contratar é um professor de música, assim, a melhor forma de começar é ir atrás de um profissional especializado em investimentos para te orientar no seu planejamento.

Além disso, sua dedicação nos estudos de finanças pessoais e investimentos é de extrema importância para que o seu planejamento tenha maiores chances de dar certo.