Como — e porquê — seguir pelo caminho do Asset Allocation
Diversos estudos mostram que a forma mais eficiente de se obter bons rendimentos visando a preservação de capital é através do Asset Allocation
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2022 às 11h53.
O ano era 2017. Em 23 de fevereiro, a taxa Selic caiu de 13,75% para 13% e, desde então, chegou a patamares históricos de apenas 2%. Antes disso, esteve em 15,25% em 2006, e na casa de 8% em 2012, citando exemplos recentes.
Em cenários de 16, 10 e 5 anos, temos visto a SELIC sofrer fortes alterações, incluindo as altas taxas geralmente necessárias para conter à inflação. E, recentemente, questões como a COVID, o conflito na Europa, a escassez de matérias primas, entre outros acontecimentos podem ser apontados como fatores importantes dessa alta inflacionária, e de juros.
Em cenários como esses, uma migração em massa dos investidores (principalmente Pessoa Física) de ativos de risco para os ativos de renda fixa torna-se bastante comum. Mas será que é realmente o movimento correto. Será que há um meio termo?
Em linhas gerais, uma migração intensa apenas pelo aumento das taxas de renda fixa e queda dos ativos de risco não se mostra a melhor opção quando analisamos uma carteira criada de forma a ter melhor performance com base no Asset Allocation (AA) e com foco longo prazo. Paulo Bessa, em seu artigo “O poder do longo prazo”, analisou:
“Um processo de investimento focado em estratégias de longo prazo resulta, efetivamente, em um portfólio resiliente e assertivo, pois conseguimos reduzir as incertezas de um cenário volátil de curto prazo. O curto prazo é aleatório, ficamos sujeitos a riscos não inerentes aos fundamentos que realmente importam para alcançar os objetivos de retornos consistentes e duradouros”.
Além dessa análise profissional, diversos estudos mostram que a forma mais eficiente de se obter bons rendimentos visando a preservação de capital e até um possível ganho exponencial de longo prazo são através da utilização do Asset Allocation.
O AA é uma ferramenta utilizada para composição de carteira, que deve ser customizada para cada investidor, já que leva em consideração o risco que ele está disposto a correr, estipula um período para a maturação dos investimentos e necessidade de liquidez. Além disso, o AA consiste na divisão dos recursos entre diferentes classes de ativos de forma a se alcançar o melhor risco x retorno possível.
O % alocado em cada classe de ativos deverá seguir os pontos mencionados acima e, quando bem executada, a estratégia respeita os percentuais fazendo realocações táticas de acordo com cenário econômico, sem espaço para a emoção ou movimentos de saída exagerada dos ativos de risco em um momento de baixa.
De modo geral, a modificação será feita apenas quando determinada classe de ativos estiver com um % maior ou menor do que o estipulado no mandato de investimento, ou taticamente quando as condições de mercado exigirem, mas com cautela e sem exageros.
Ao ter uma carteira de investimentos pautada no AA o investidor conta com uma maior diversificação, o que o leva a minimizar os riscos. Afinal, uma carteira diversificada tende a ser menos vulnerável às oscilações de mercado, diferente de portfólios que tenham concentração em determinadas classes de ativos.
Também é possível melhorar o retorno dos investimentos ao longo dos anos, visto que em determinadas janelas de tempo as classes de ativos revezam entre si os postos de melhores e piores retornos. No ano de 2019, por exemplo, as ações tiveram o segundo melhor desempenho, enquanto em 2020 ficaram com em 5º e, em 2021, apresentaram o pior resultado em uma lista de 8 classes de investimento. Neste período, de modo geral, uma carteira concentrada neste tipo de ativo sofreu bastante, apresentando rendimentos negativos ao longo dos 3 anos. Entretanto, uma carteira diversificada segundo o AA provavelmente manteve um bom equilíbrio, minimizando os riscos e melhorando o retorno.
Sobre o autor:
Pedro Vasconcelos é Sócio-Diretor Operacional e de Investimentos da Bevas Wealth Management, um Multi Family Office especializado no aconselhamento patrimonial de famílias UHNW. É Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual do Ceará, Pós-graduado em Gestão e Planejamento de Tributos, especialista em Wealth Management, e especialista em investimentos Anbima (CEA).
O ano era 2017. Em 23 de fevereiro, a taxa Selic caiu de 13,75% para 13% e, desde então, chegou a patamares históricos de apenas 2%. Antes disso, esteve em 15,25% em 2006, e na casa de 8% em 2012, citando exemplos recentes.
Em cenários de 16, 10 e 5 anos, temos visto a SELIC sofrer fortes alterações, incluindo as altas taxas geralmente necessárias para conter à inflação. E, recentemente, questões como a COVID, o conflito na Europa, a escassez de matérias primas, entre outros acontecimentos podem ser apontados como fatores importantes dessa alta inflacionária, e de juros.
Em cenários como esses, uma migração em massa dos investidores (principalmente Pessoa Física) de ativos de risco para os ativos de renda fixa torna-se bastante comum. Mas será que é realmente o movimento correto. Será que há um meio termo?
Em linhas gerais, uma migração intensa apenas pelo aumento das taxas de renda fixa e queda dos ativos de risco não se mostra a melhor opção quando analisamos uma carteira criada de forma a ter melhor performance com base no Asset Allocation (AA) e com foco longo prazo. Paulo Bessa, em seu artigo “O poder do longo prazo”, analisou:
“Um processo de investimento focado em estratégias de longo prazo resulta, efetivamente, em um portfólio resiliente e assertivo, pois conseguimos reduzir as incertezas de um cenário volátil de curto prazo. O curto prazo é aleatório, ficamos sujeitos a riscos não inerentes aos fundamentos que realmente importam para alcançar os objetivos de retornos consistentes e duradouros”.
Além dessa análise profissional, diversos estudos mostram que a forma mais eficiente de se obter bons rendimentos visando a preservação de capital e até um possível ganho exponencial de longo prazo são através da utilização do Asset Allocation.
O AA é uma ferramenta utilizada para composição de carteira, que deve ser customizada para cada investidor, já que leva em consideração o risco que ele está disposto a correr, estipula um período para a maturação dos investimentos e necessidade de liquidez. Além disso, o AA consiste na divisão dos recursos entre diferentes classes de ativos de forma a se alcançar o melhor risco x retorno possível.
O % alocado em cada classe de ativos deverá seguir os pontos mencionados acima e, quando bem executada, a estratégia respeita os percentuais fazendo realocações táticas de acordo com cenário econômico, sem espaço para a emoção ou movimentos de saída exagerada dos ativos de risco em um momento de baixa.
De modo geral, a modificação será feita apenas quando determinada classe de ativos estiver com um % maior ou menor do que o estipulado no mandato de investimento, ou taticamente quando as condições de mercado exigirem, mas com cautela e sem exageros.
Ao ter uma carteira de investimentos pautada no AA o investidor conta com uma maior diversificação, o que o leva a minimizar os riscos. Afinal, uma carteira diversificada tende a ser menos vulnerável às oscilações de mercado, diferente de portfólios que tenham concentração em determinadas classes de ativos.
Também é possível melhorar o retorno dos investimentos ao longo dos anos, visto que em determinadas janelas de tempo as classes de ativos revezam entre si os postos de melhores e piores retornos. No ano de 2019, por exemplo, as ações tiveram o segundo melhor desempenho, enquanto em 2020 ficaram com em 5º e, em 2021, apresentaram o pior resultado em uma lista de 8 classes de investimento. Neste período, de modo geral, uma carteira concentrada neste tipo de ativo sofreu bastante, apresentando rendimentos negativos ao longo dos 3 anos. Entretanto, uma carteira diversificada segundo o AA provavelmente manteve um bom equilíbrio, minimizando os riscos e melhorando o retorno.
Sobre o autor:
Pedro Vasconcelos é Sócio-Diretor Operacional e de Investimentos da Bevas Wealth Management, um Multi Family Office especializado no aconselhamento patrimonial de famílias UHNW. É Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual do Ceará, Pós-graduado em Gestão e Planejamento de Tributos, especialista em Wealth Management, e especialista em investimentos Anbima (CEA).