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A conta vai bater? Os desafios da política fiscal brasileira em 2023

Sócio-diretor da Andaluz Investimentos, Victor Gaioso, enumera os pontos importantes a serem avaliados no início do novo governo

 (RafaPress/Getty Images)
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Panorama Econômico

Publicado em 16 de janeiro de 2023 às, 21h12.

O novo governo no ano que se inicia ressalta muitos pontos importantes a serem observados na avaliação econômica do Brasil. Dentre eles, destaca-se a política fiscal, fator sempre relevante no processo decisório de investidores brasileiros e internacionais na aplicação de seus recursos. A política fiscal brasileira em 2023 é um tema de grande importância para o país, pois pode influenciar significativamente a economia e a sociedade em diversos pontos. Entende-se como principal preocupação da política fiscal equilibrar as receitas e despesas do governo, de forma a assegurar o crescimento econômico e a estabilidade social.

Nesse tema, o Brasil enfrentará alguns desafios em 2023, incluindo a gestão do déficit fiscal, o investimento em setores estratégicos e o combate à desigualdade e à pobreza. São eles:

  1. Controlar o déficit fiscal, ou seja, a diferença entre as despesas e as receitas do governo. Isso pode ser difícil de alcançar devido às pressões orçamentárias, como o aumento dos gastos com saúde e previdência, e os impactos da pandemia na economia. O governo precisará encontrar maneiras de aumentar as receitas, como o aumento de impostos ou privatizações, sem prejudicar significativamente a economia.
  2. Aumentar o investimento em setores estratégicos da economia, como infraestrutura, saúde e educação. Isso pode ser difícil devido às restrições orçamentárias, bem como a complexidade e o longo prazo desses projetos. Além disso, o investimento em infraestrutura de transporte e logística será essencial para o desenvolvimento econômico e para a competitividade do país, mas pode ser difícil de ser implementado devido a limitações de financiamento e burocracia.
  3. Desigualdade econômica e social também serão fatores importantes para a política fiscal em 2023. A pandemia agravou a situação de pobreza no Brasil, e muitos casos perduram até hoje. É necessário encontrar maneiras de aumentar a renda e a geração de emprego para reduzir a pobreza e a desigualdade. Isso pode ser difícil devido a fatores como a crise econômica, o aumento da informalidade e o desemprego, bem como a falta de políticas públicas eficazes.

O controle da inflação está, há tempos, entre os principais indicadores analisados na mensuração da saúde econômica do país. Índices elevados prejudicam a economia e as condições de vida da população, além de dificultar ainda mais o equilíbrio das contas públicas. O Banco Central tem a função de controlar a inflação, mas essa tarefa pode ser difícil devido ao contexto econômico e político atual. Visto que iniciamos o ano com a taxa SELIC a 13,75%, patamar historicamente elevado e previamente alcançado apenas em 2015.

Além disso, é importante estabelecer políticas eficazes para o crescimento econômico e o desenvolvimento social. Isso inclui a necessidade de se estabelecer políticas que promovam o desenvolvimento da indústria, da agricultura e dos serviços, bem como a educação e a formação de mão-de-obra qualificada. Essas políticas também precisam ser integradas com as necessidades de desenvolvimento sustentável, a fim de evitar impactos negativos na sociedade e no meio ambiente. Ainda é preciso garantir acesso a financiamentos e outros instrumentos que auxiliem no desenvolvimento dessas áreas.

Por fim, a governança e a transparência serão desafios importantes para a política fiscal em 2023. As políticas fiscais precisam ser elaboradas e implementadas de forma transparente e participativa, e serem monitoradas para garantir que elas estejam alinhadas às necessidades da sociedade e às metas do governo. A governança também é importante para evitar problemas de corrupção e garantir que os recursos públicos sejam alocados de forma eficiente e eficaz.

Em resumo, o novo governo enfrentará desafios relevantes em 2023, incluindo a gestão do déficit fiscal, o investimento em setores estratégicos, o combate à desigualdade e à pobreza, a inflação, o crescimento econômico e o desenvolvimento social, e a governança e transparência. É fundamental que as políticas fiscais sejam elaboradas e implementadas de forma cuidadosa e transparente, para garantir o crescimento econômico e o desenvolvimento social sustentáveis.

Victor Gaioso, Certified Financial Planner®, é consultor de valores mobiliários registrado na CVM e membro fundador da Associação Brasileira de Consultores de Valores Mobiliários. Atua na área de consultoria de investimentos, avaliação de empresas e planejamento financeiro para pessoas físicas e jurídicas.