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O que é a Teoria do Sistema Dual e como ela afeta os investidores?

Saiba mais sobre a teoria que busca explicar como as pessoas avaliam as informações às quais são apresentadas e como elas reagem diante dos dados

(Carol Yepes/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2022 às 15h58.

Por Guilherme Pini, do BTG Pactual Advisors

De acordo com a neurociência, a maneira como as pessoas tomam decisões não é única ou homogênea. Dependendo dos estímulos e padrões comportamentais, há mais de uma forma de fazer escolhas. É nesse contexto que surge a Teoria do Sistema Dual.

O que é a Teoria do Sistema Dual?

Ela foi desenvolvida por Daniel Kahneman e se tornou mais popular com a publicação do livro Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar, em 2011.

A teoria busca explicar como as pessoas avaliam as informações às quais são apresentadas e como elas reagem diante dos dados. De acordo com o conceito, existem duas formas principais de se comportar que ocorrem com todas as pessoas.

Nesse sentido, o conceito se divide, principalmente, entre o sistema 1 e o sistema 2.

Sistema 1

O sistema 1 é marcado pela impulsividade na tomada de decisão. Com isso, ele apresenta características como:

Nesse caso, existe uma grande influência dos vieses comportamentais, que venho explicando para vocês nos textos desta coluna. Então, quem toma decisão com base no sistema 1 costuma se apoiar, principalmente, no conhecimento já consolidado e nas experiências prévias.

Isso faz com que não haja uma reflexão profunda sobre as opções disponíveis ou sobre qual pode ser a melhor alternativa do mercado. Assim, as escolhas são mais rápidas, mas também apresentam mais riscos.

Um exemplo fora do contexto financeiro envolve a compra por impulso em uma promoção. Nesse sentido, a pessoa pode não precisar daquele item ou o preço pode não ser o melhor disponível no mercado.

No entanto, o acionamento do sistema 1 faz com que haja a decisão pela compra — o que, provavelmente, não ocorreria se houvesse uma reflexão mais profunda.

Sistema 2

Já o sistema 2 prevê uma tomada de decisão mais elaborada e embasada, com um aspecto cognitivo mais forte. Nesse sentido, algumas características do processo decisório incluem:

Portanto, o sistema 2 prevê uma resolução que considera mais elementos e que pensa em outros aspectos além do repertório individual. Com isso, a tendência é que as escolhas sejam mais racionais.

No exemplo das compras, uma tomada de decisão com base no sistema 2 envolveria um processo de pesquisa e consideração. A decisão pela aquisição, portanto, seria baseada na necessidade e na capacidade financeira, bem como na comparação com outras soluções do mercado.

Como esse sistema afeta a tomada de decisão dos investidores?

Quem investe nem sempre tomará decisões informadas e racionais — ainda que o objetivo seja fazer o próprio dinheiro render.

O problema é que o domínio do sistema 1 no processo de escolhas pode prejudicar as estratégias, aumentar os riscos e elevar as chances de perdas do investidor.

Um exemplo envolve a realização de um investimento. Ao confiar demais no próprio conhecimento e nas informações disponíveis em sua mente ( heurística de disponibilidade ), o investidor pode decidir pelo aporte sem maiores considerações.

Com isso, ele pode sofrer com um custo de oportunidade muito elevado ou mesmo ter perdas causadas pelo fato de o investimento não ser adequado.

O processo também pode acontecer na saída do investimento. Ao se basear apenas no sistema 1, o investidor pode se precipitar e vender ou resgatar um investimento antes do esperado. Com isso, ele pode realizar prejuízos que poderiam ser revertidos ou desperdiçar oportunidades de obter ganhos maiores.

Com a influência do sistema 2, por outro lado, a tomada de decisão tende a ser mais embasada e considerar mais fatores. Assim, a realização de uma análise completa pode favorecer as escolhas e a eventual performance da carteira.

Como ajudar os investidores?

Como advisor do mercado financeiro, é fundamental ser capaz de ajudar os investidores a tomarem decisões mais ajustadas e com melhor potencial de resultados. É importante estimular os clientes a adotarem uma visão mais estratégica que considere elementos concretos para a tomada de decisão.

Embora não haja como garantir o retorno de todos os investimentos, é possível estimular a influência do sistema 2 para as decisões.

Quer saber mais sobre estudos de neurociência, neuroeconomia e finanças comportamentais? Acompanhe os insights exclusivos do BTG Advisors !

Por Guilherme Pini, do BTG Pactual Advisors

De acordo com a neurociência, a maneira como as pessoas tomam decisões não é única ou homogênea. Dependendo dos estímulos e padrões comportamentais, há mais de uma forma de fazer escolhas. É nesse contexto que surge a Teoria do Sistema Dual.

O que é a Teoria do Sistema Dual?

Ela foi desenvolvida por Daniel Kahneman e se tornou mais popular com a publicação do livro Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar, em 2011.

A teoria busca explicar como as pessoas avaliam as informações às quais são apresentadas e como elas reagem diante dos dados. De acordo com o conceito, existem duas formas principais de se comportar que ocorrem com todas as pessoas.

Nesse sentido, o conceito se divide, principalmente, entre o sistema 1 e o sistema 2.

Sistema 1

O sistema 1 é marcado pela impulsividade na tomada de decisão. Com isso, ele apresenta características como:

Nesse caso, existe uma grande influência dos vieses comportamentais, que venho explicando para vocês nos textos desta coluna. Então, quem toma decisão com base no sistema 1 costuma se apoiar, principalmente, no conhecimento já consolidado e nas experiências prévias.

Isso faz com que não haja uma reflexão profunda sobre as opções disponíveis ou sobre qual pode ser a melhor alternativa do mercado. Assim, as escolhas são mais rápidas, mas também apresentam mais riscos.

Um exemplo fora do contexto financeiro envolve a compra por impulso em uma promoção. Nesse sentido, a pessoa pode não precisar daquele item ou o preço pode não ser o melhor disponível no mercado.

No entanto, o acionamento do sistema 1 faz com que haja a decisão pela compra — o que, provavelmente, não ocorreria se houvesse uma reflexão mais profunda.

Sistema 2

Já o sistema 2 prevê uma tomada de decisão mais elaborada e embasada, com um aspecto cognitivo mais forte. Nesse sentido, algumas características do processo decisório incluem:

Portanto, o sistema 2 prevê uma resolução que considera mais elementos e que pensa em outros aspectos além do repertório individual. Com isso, a tendência é que as escolhas sejam mais racionais.

No exemplo das compras, uma tomada de decisão com base no sistema 2 envolveria um processo de pesquisa e consideração. A decisão pela aquisição, portanto, seria baseada na necessidade e na capacidade financeira, bem como na comparação com outras soluções do mercado.

Como esse sistema afeta a tomada de decisão dos investidores?

Quem investe nem sempre tomará decisões informadas e racionais — ainda que o objetivo seja fazer o próprio dinheiro render.

O problema é que o domínio do sistema 1 no processo de escolhas pode prejudicar as estratégias, aumentar os riscos e elevar as chances de perdas do investidor.

Um exemplo envolve a realização de um investimento. Ao confiar demais no próprio conhecimento e nas informações disponíveis em sua mente ( heurística de disponibilidade ), o investidor pode decidir pelo aporte sem maiores considerações.

Com isso, ele pode sofrer com um custo de oportunidade muito elevado ou mesmo ter perdas causadas pelo fato de o investimento não ser adequado.

O processo também pode acontecer na saída do investimento. Ao se basear apenas no sistema 1, o investidor pode se precipitar e vender ou resgatar um investimento antes do esperado. Com isso, ele pode realizar prejuízos que poderiam ser revertidos ou desperdiçar oportunidades de obter ganhos maiores.

Com a influência do sistema 2, por outro lado, a tomada de decisão tende a ser mais embasada e considerar mais fatores. Assim, a realização de uma análise completa pode favorecer as escolhas e a eventual performance da carteira.

Como ajudar os investidores?

Como advisor do mercado financeiro, é fundamental ser capaz de ajudar os investidores a tomarem decisões mais ajustadas e com melhor potencial de resultados. É importante estimular os clientes a adotarem uma visão mais estratégica que considere elementos concretos para a tomada de decisão.

Embora não haja como garantir o retorno de todos os investimentos, é possível estimular a influência do sistema 2 para as decisões.

Quer saber mais sobre estudos de neurociência, neuroeconomia e finanças comportamentais? Acompanhe os insights exclusivos do BTG Advisors !

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