Colunista
Publicado em 2 de maio de 2025 às 19h56.
Liderar em ambientes de alta pressão não é novidade para quem atua no mercado financeiro. Mas e se a pressão envolvesse frio extremo, isolamento absoluto e risco real de morte?
A boa notícia: você não precisa atravessar o Ártico para aprender com quem enfrentou isso na pele.
Os livros “Endurance” e “Karluk” contam histórias de expedições reais que mostram como a gestão de pessoas pode salvar – ou condenar – um time. E as lições continuam valiosas, mesmo mais de um século depois.
Lição: liderança é manter a confiança, mesmo quando não há saída à vista.
Em 1914, o navio Endurance ficou preso no gelo por quase dois anos. Shackleton não tinha rota de fuga, mas manteve seu time unido, guiando a tripulação com firmeza, empatia e propósito.
O resultado? Todos voltaram vivos.
Na prática: em momentos difíceis, o líder precisa manter o grupo coeso e motivado – mesmo sem todas as respostas.
Lição: autoridade sem empatia pode levar o time ao colapso.
Um ano antes de Shackleton, a expedição do Karluk, liderada por Vilhjalmur Stefansson, também teve seu navio aprisionado no gelo, mas abandonou a tripulação alegando “missão científica”, enquanto os sobreviventes enfrentavam o frio sem liderança real.
O desfecho? Desorganização, abandono, decisões desastrosas – e, infelizmente, várias mortes.
Na prática: conhecimento técnico sem gestão de pessoas pode enfraquecer qualquer equipe, por mais talentosa que seja.
Tanto Shackleton quanto Stefansson enfrentaram desafios semelhantes. Um virou símbolo de liderança inspiradora. O outro, um alerta de como não liderar. A diferença entre os dois não foi o gelo. Foi a forma de lidar com as pessoas.
Se você lidera times, gere relacionamentos ou trabalha com clientes, esses dois livros oferecem mais do que aventura: promovem estratégia humana sob pressão real.