Linha do tempo das finanças: tendência de queda preocupa população com mais de 50 anos
Colunista
Publicado em 12 de junho de 2025 às 20h18.
Você já reparou como é fácil empurrar certas decisões importantes?
Lembro de um episódio de Seinfeld em que o personagem Jerry brinca sobre o “eu do amanhã” sofrer as consequências das ações do “eu de hoje”, ilustrando a desconexão entre as decisões imediatas e as repercussões futuras.
Em finanças comportamentais, entendemos que planejar o futuro é, na prática, adiar a satisfação imediata – algo que vai contra a nossa natureza.
Somos biologicamente programados para buscar prazer no agora. Poupar, investir ou pensar em sucessão exige abrir mão de uma recompensa presente em nome de um benefício que só virá depois.
Esse impulso imediato vive dentro de todos nós – e é ele que torna o planejamento patrimonial tão desafiador.
“Depois eu vejo isso”: o risco de adiar o essencial
Ao falar de legado com clientes, a gente costuma encontrar duas forças opostas: a vontade de proteger o patrimônio e o impulso de adiar conversas difíceis.
É natural, afinal, ninguém gosta de pensar na própria ausência. Mas o risco de adiar é real – e a hora certa de planejar é sempre agora.
Outro ponto é o papel dos herdeiros. Quem vai assumir? Quem está preparado? Quem acha que está?
A sucessão não é só uma questão técnica, mas também emocional: mexe com identidade, controle e expectativa.
Presença, contexto e clareza
Nosso papel como advisors vai além da estratégia: ajudamos a organizar o presente para dar estrutura ao futuro.
Com diálogo, instrumentos adequados e escuta ativa, conseguimos tirar o cliente do modo “depois eu vejo isso” e trazê-lo para o agora.
Porque o eu do futuro, mais cedo ou mais tarde, chega. E vai agradecer a versão atual que teve coragem de agir.