Visa e Amex compram de tudo. Até briga
Se tem uma coisa que Visa e American Express se orgulham é de estarem presentes em todos os estabelecimentos. Menos nos tribunais. A briga entre os dois tornou-se famosa nos EUA nos anos 1980 e 1990. Começou em 1984 quando Amex perdeu para a rival os direitos sobre os Jogos Olímpicos, fato que nunca foi bem aceito pela companhia. Nas edições seguintes do evento, as marcas sempre davam um jeito de […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2016 às 16h44.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h32.
Se tem uma coisa que Visa e American Express se orgulham é de estarem presentes em todos os estabelecimentos. Menos nos tribunais.
A briga entre os dois tornou-se famosa nos EUA nos anos 1980 e 1990. Começou em 1984 quando Amex perdeu para a rival os direitos sobre os Jogos Olímpicos, fato que nunca foi bem aceito pela companhia.
Nas edições seguintes do evento, as marcas sempre davam um jeito de se cutucarem. Em 1992, por exemplo, nos Jogos de Barcelona, Visa colocou no ar um agressivo comercial dizendo “ The Olympics don’t take American Express”. A peça mostrava balcões de vendas de tickets sendo fechados na frente de usuários dos cartões Amex.
Mas o contra-ataque veio de uma maneira elegante e genial: Amex veiculou uma campanha com o mote “To visit Spain, you don’t need a visa”.
Apesar da evidente alusão ao patrocinador, inacreditavelmente a peça não feria as regras. Os americanos, de fato, não precisavam de visto para visitar a Espanha. Com essa argumentação de Amex, nem Visa nem COI conseguiram provar que houve violação de direitos e a propaganda permaneceu no ar.
Fez enorme sucesso. O público divertiu-se com esta que é considerada a melhor campanha de emboscada da história.
A guerra entre os dois cartões teve vários outros rounds e terminou somente em 1996, quando as empresas decidiram firmar um tratado de não agressão. E finalmente liquidaram a fatura.
Curiosidade 1: O diretor de marketing da Amex na época, Jerry Walsh, deu uma polêmica entrevista em que defendia as campanhas de emboscada: “There is a weak-minded view that competitors have a moral obligation to step back and allow an official sponsor to reap all the benefits from a special event. But they have not only a right, but an obligation to shareholders to take advantage of such events. All this talk about unethical ambushing is so much intellectual rubbish and posturing by people who are sloppy marketers.”
Curiosidade 2: Dificilmente a ideia publicitária acima passaria ilesa nos dias de hoje. Calejada com essa e outras tentativas de burlar as proibições, o COI tornou as leis de proteção aos patrocinadores muito mais duras. É possível até que este post seja retirado do ar. Leia enquanto é tempo.
Fontes:
Book Sign Wars, The Cluttered Landscape of Advertising, 1996, pg. 44 – Robert Goldman and Stephen Papson
Se tem uma coisa que Visa e American Express se orgulham é de estarem presentes em todos os estabelecimentos. Menos nos tribunais.
A briga entre os dois tornou-se famosa nos EUA nos anos 1980 e 1990. Começou em 1984 quando Amex perdeu para a rival os direitos sobre os Jogos Olímpicos, fato que nunca foi bem aceito pela companhia.
Nas edições seguintes do evento, as marcas sempre davam um jeito de se cutucarem. Em 1992, por exemplo, nos Jogos de Barcelona, Visa colocou no ar um agressivo comercial dizendo “ The Olympics don’t take American Express”. A peça mostrava balcões de vendas de tickets sendo fechados na frente de usuários dos cartões Amex.
Mas o contra-ataque veio de uma maneira elegante e genial: Amex veiculou uma campanha com o mote “To visit Spain, you don’t need a visa”.
Apesar da evidente alusão ao patrocinador, inacreditavelmente a peça não feria as regras. Os americanos, de fato, não precisavam de visto para visitar a Espanha. Com essa argumentação de Amex, nem Visa nem COI conseguiram provar que houve violação de direitos e a propaganda permaneceu no ar.
Fez enorme sucesso. O público divertiu-se com esta que é considerada a melhor campanha de emboscada da história.
A guerra entre os dois cartões teve vários outros rounds e terminou somente em 1996, quando as empresas decidiram firmar um tratado de não agressão. E finalmente liquidaram a fatura.
Curiosidade 1: O diretor de marketing da Amex na época, Jerry Walsh, deu uma polêmica entrevista em que defendia as campanhas de emboscada: “There is a weak-minded view that competitors have a moral obligation to step back and allow an official sponsor to reap all the benefits from a special event. But they have not only a right, but an obligation to shareholders to take advantage of such events. All this talk about unethical ambushing is so much intellectual rubbish and posturing by people who are sloppy marketers.”
Curiosidade 2: Dificilmente a ideia publicitária acima passaria ilesa nos dias de hoje. Calejada com essa e outras tentativas de burlar as proibições, o COI tornou as leis de proteção aos patrocinadores muito mais duras. É possível até que este post seja retirado do ar. Leia enquanto é tempo.
Fontes:
Book Sign Wars, The Cluttered Landscape of Advertising, 1996, pg. 44 – Robert Goldman and Stephen Papson