Como a 2ª Guerra deu origem às Paralimpíadas
O evento que mais exalta as pessoas com deficiência surgiu do conflito que mais gerou…deficientes. Acompanhe a surpreendente história. Após 1945, a Europa deparou-se com a dura realidade dos feridos de guerra. Milhares de amputados, doentes, lesionados, paraplégicos e tetraplégicos. Em teoria, heróis de guerra. Na prática, homens deprimidos, revoltados, sentindo-se inválidos. No Hospital Stoke Mandeville, na Grã Bretanha, o médico Ludwig Guttmann fez uma importante constatação. Quando os pacientes se movimentavam, […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2016 às 17h34.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h29.
O evento que mais exalta as pessoas com deficiência surgiu do conflito que mais gerou…deficientes. Acompanhe a surpreendente história.
Após 1945, a Europa deparou-se com a dura realidade dos feridos de guerra. Milhares de amputados, doentes, lesionados, paraplégicos e tetraplégicos. Em teoria, heróis de guerra. Na prática, homens deprimidos, revoltados, sentindo-se inválidos.
No Hospital Stoke Mandeville, na Grã Bretanha, o médico Ludwig Guttmann fez uma importante constatação. Quando os pacientes se movimentavam, seja para jogar baralho ou atirar dardos, sentiam-se melhores. Baseado nisso, o neurocirurgião fez um experimento: nas improvisou nas dependências do hospital jogos com bola e arco e flecha.
O resultado positivo o encorajou a pensar grande. Assim, em 1948, no mesmo dia da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, o médico anunciou a 1ª Competição para Pessoas com Deficiência da História.
Apesar de contar com apenas 16 atletas, o evento teve ampla cobertura da imprensa. Desta forma, 4 anos depois, já contava com 130 participantes.
Finalmente, em 1960, em Roma, a competição passou a chamar-se Jogos Paralímpicos. A edição de 2016, no Rio, recebeu mais de 4 mil atletas de 163 países.
O que o dr. Ludwig intuía, comprovou-se: o esporte é a melhor maneira de reabilitar pessoas com deficiência. Ao superar as suas limitações, o indivíduo sente-se confiante para retomar a vida, trabalhar e constituir família. Ou seja: voltar a integrar a sociedade.
Outra surpresa: se na 2º Guerra os alemães tentaram exterminar os deficientes físicos e mentais, foi também um alemão que os destacou perante o mundo: dr. Ludwig deixou a Alemanha em 1939, fugindo do governo nazista.
Curiosidade 1: Durante mais de 15 anos, tive a satisfação de cuidar da comunicação da Associação Desportiva para Deficientes, uma das principais entidades de recuperação de pessoas com deficiência do País. Em 20 anos de atuação, a ADD já atendeu mais de 12 mil pessoas.
Curiosidade 2: Diferente dos jogos tradicionais, nos Jogos Paralímpicos o Brasil é considerado potência mundial. Há várias edições, integra o Top 10. Em Londres 2012, por exemplo, enquanto os atletas olímpicos ficaram na 22º colocação, os paralímpicos conquistaram a 7º posição.
Fontes:
https://www.rio2016.com/paralimpiadas/esportes
https://www.paralympic.org/the-ipc/history-of-the-movement
http://www.pbs.org/wgbh/medal-quest/past-games/
https://jogosparalimpicos2016.wordpress.com/historia/
O evento que mais exalta as pessoas com deficiência surgiu do conflito que mais gerou…deficientes. Acompanhe a surpreendente história.
Após 1945, a Europa deparou-se com a dura realidade dos feridos de guerra. Milhares de amputados, doentes, lesionados, paraplégicos e tetraplégicos. Em teoria, heróis de guerra. Na prática, homens deprimidos, revoltados, sentindo-se inválidos.
No Hospital Stoke Mandeville, na Grã Bretanha, o médico Ludwig Guttmann fez uma importante constatação. Quando os pacientes se movimentavam, seja para jogar baralho ou atirar dardos, sentiam-se melhores. Baseado nisso, o neurocirurgião fez um experimento: nas improvisou nas dependências do hospital jogos com bola e arco e flecha.
O resultado positivo o encorajou a pensar grande. Assim, em 1948, no mesmo dia da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, o médico anunciou a 1ª Competição para Pessoas com Deficiência da História.
Apesar de contar com apenas 16 atletas, o evento teve ampla cobertura da imprensa. Desta forma, 4 anos depois, já contava com 130 participantes.
Finalmente, em 1960, em Roma, a competição passou a chamar-se Jogos Paralímpicos. A edição de 2016, no Rio, recebeu mais de 4 mil atletas de 163 países.
O que o dr. Ludwig intuía, comprovou-se: o esporte é a melhor maneira de reabilitar pessoas com deficiência. Ao superar as suas limitações, o indivíduo sente-se confiante para retomar a vida, trabalhar e constituir família. Ou seja: voltar a integrar a sociedade.
Outra surpresa: se na 2º Guerra os alemães tentaram exterminar os deficientes físicos e mentais, foi também um alemão que os destacou perante o mundo: dr. Ludwig deixou a Alemanha em 1939, fugindo do governo nazista.
Curiosidade 1: Durante mais de 15 anos, tive a satisfação de cuidar da comunicação da Associação Desportiva para Deficientes, uma das principais entidades de recuperação de pessoas com deficiência do País. Em 20 anos de atuação, a ADD já atendeu mais de 12 mil pessoas.
Curiosidade 2: Diferente dos jogos tradicionais, nos Jogos Paralímpicos o Brasil é considerado potência mundial. Há várias edições, integra o Top 10. Em Londres 2012, por exemplo, enquanto os atletas olímpicos ficaram na 22º colocação, os paralímpicos conquistaram a 7º posição.
Fontes:
https://www.rio2016.com/paralimpiadas/esportes
https://www.paralympic.org/the-ipc/history-of-the-movement