Resgatar o centro de São Paulo é urgente e necessário
Passados os anos de glória do centro de São Paulo, os problemas urbanos e sociais da região motivaram a saída de muitas empresas
Redação Exame
Publicado em 19 de março de 2024 às 08h00.
Última atualização em 19 de março de 2024 às 11h31.
Por Roberto Mateus Ordine, presidente da Associação Comercial de São Paulo
A Europa é um grande exemplo de uma nação que esteve sempre em transformação desde a antiguidade e soube reconstruir suas estruturas, economia e história tanto no pós-guerra, quanto nos dias mais atuais. Saber se reinventar para recuperar o potencial econômico e social de uma cidade requer um bom planejamento, ações táticas, estratégias, tempo e um olhar dedicado às necessidades.
Cenário de grandes impérios, a Europa é o continente com mais países desenvolvidos e isso se deve às grandes transformações vividas graças ao capitalismo. Seguindo seu exemplo, comparo a maior cidade da América do Sul e da América Latina, São Paulo, atualmente com 12,2 milhões de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) superior a R$ 820 bilhões, com potencial de sobra para recuperar seu centro histórico, que, no final do século 19, foi conclamado centro comercial e financeiro do país.
Passados os anos de glória e crescimento do centro, os problemas urbanos e sociais da região também se fizeram presentes, o que motivou a saída de muitas empresas, entre elas, bancos e grandes redes varejistas. Estamos falando de um elemento importante para o desenvolvimento econômico do país. Por isso, essa pauta é urgente e necessária, devido à sua grandeza e representatividade no PIB. O centro reúne características fundamentais para ajudar o país a trilhar o caminho do crescimento sustentável com benefícios para toda a sociedade.
Fomentar políticas de incentivos fiscais e tributários para comerciantes da região também são necessárias. Assim como, infraestrutura, segurança, transporte e trabalho são fundamentais para resgatar a integridade dessa região cujo potencial é grandioso e promissor. Atualmente, 600 mil pessoas circulam diariamente pela região central de São Paulo. Desse público, 18 mil são servidores públicos. A proposta de revitalização é fazer com que a população frequentadora da região cresça 20% em dois anos. Ou seja, 720 mil pessoas circulando pelo Centro Histórico da capital.
De acordo com dados do IBGE de 2010, a região central de São Paulo abriga cerca de 430 mil moradores, esses, residentes em bairros como Bela Vista, Cambuci, Sé, Liberdade e Santa Cecília. O incentivo às políticas de moradias locais também contribuirá para o crescimento da região. Um exemplo prático é o retrofit, projeto criado pela Prefeitura de São Paulo, que vai subsidiar R$ 1 bilhão para empresas do setor imobiliário que investirem em reformas e modernização de edifícios da região. Essas companhias poderão ter até 25% das despesas de suas obras pagas pela prefeitura. A expectativa é atrair moradores tanto para os novos empreendimentos residenciais, quanto para os que estão sendo restaurados.
É fato que ainda existe muito preconceito relacionado ao Centro Histórico da capital paulista, cuja imagem é retratada de forma negativa quase que diariamente nos noticiários. Entretanto, muito tem sido feito pela região. Atualmente, são 14 entradas de segurança localizadas em pontos estratégicos com câmeras de reconhecimento facial. São 400 Guardas Civis Metropolitanos (GCMs) e 600 Policiais Miliares (PMs) que atuam diariamente no centro. Além disso, cerca de 1.300 equipamentos de segurança já foram instalados na região e 80% desses equipamentos são no Centro Histórico. A Prefeitura de São Paulo também incentiva os comerciantes locais com a redução de impostos, ISS de 5% para 2%, para comércios das regiões da Sé e República.
Recuperar o centro de São Paulo e transformá-lo em uma área que abriga trabalho, moradia, turismo e lazer em um só lugar com infraestrutura completa vai beneficiar a todos e pode gerar um crescimento econômico bastante expressivo na região. Mas não basta apenas incentivar e fazer girar essa economia. Trazer vida ao centro, tirá-lo de uma espiral negativa para um universo acessível e sustentável para todos os públicos é um trabalho árduo, porém, necessário.
Já o triângulo histórico formado pelas ruas Direita, 15 de novembro e São Bento, é um dos locais de maior interesse de empreendedores e investidores, afinal, sua localização é muito privilegiada e já foi palco do crescimento exponencial do centro de São Paulo na década de 70. Então porque não recuperar um espaço que já foi motivo de orgulho da cidade com edifícios históricos que são patrimônio da cidade, além de pontos turísticos que retratam a história de São Paulo?
Estamos engajados nessa causa de transformar o centro de São Paulo em um local seguro, repleto de serviços e lazer para toda a população. Acreditamos que a recuperação do centro possa trazer aquele cenário nostálgico do passado em que as pessoas costumavam dizer “vou à cidade fazer compras, resolver pendências...” e até mesmo se divertir.
Por Roberto Mateus Ordine, presidente da Associação Comercial de São Paulo
A Europa é um grande exemplo de uma nação que esteve sempre em transformação desde a antiguidade e soube reconstruir suas estruturas, economia e história tanto no pós-guerra, quanto nos dias mais atuais. Saber se reinventar para recuperar o potencial econômico e social de uma cidade requer um bom planejamento, ações táticas, estratégias, tempo e um olhar dedicado às necessidades.
Cenário de grandes impérios, a Europa é o continente com mais países desenvolvidos e isso se deve às grandes transformações vividas graças ao capitalismo. Seguindo seu exemplo, comparo a maior cidade da América do Sul e da América Latina, São Paulo, atualmente com 12,2 milhões de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) superior a R$ 820 bilhões, com potencial de sobra para recuperar seu centro histórico, que, no final do século 19, foi conclamado centro comercial e financeiro do país.
Passados os anos de glória e crescimento do centro, os problemas urbanos e sociais da região também se fizeram presentes, o que motivou a saída de muitas empresas, entre elas, bancos e grandes redes varejistas. Estamos falando de um elemento importante para o desenvolvimento econômico do país. Por isso, essa pauta é urgente e necessária, devido à sua grandeza e representatividade no PIB. O centro reúne características fundamentais para ajudar o país a trilhar o caminho do crescimento sustentável com benefícios para toda a sociedade.
Fomentar políticas de incentivos fiscais e tributários para comerciantes da região também são necessárias. Assim como, infraestrutura, segurança, transporte e trabalho são fundamentais para resgatar a integridade dessa região cujo potencial é grandioso e promissor. Atualmente, 600 mil pessoas circulam diariamente pela região central de São Paulo. Desse público, 18 mil são servidores públicos. A proposta de revitalização é fazer com que a população frequentadora da região cresça 20% em dois anos. Ou seja, 720 mil pessoas circulando pelo Centro Histórico da capital.
De acordo com dados do IBGE de 2010, a região central de São Paulo abriga cerca de 430 mil moradores, esses, residentes em bairros como Bela Vista, Cambuci, Sé, Liberdade e Santa Cecília. O incentivo às políticas de moradias locais também contribuirá para o crescimento da região. Um exemplo prático é o retrofit, projeto criado pela Prefeitura de São Paulo, que vai subsidiar R$ 1 bilhão para empresas do setor imobiliário que investirem em reformas e modernização de edifícios da região. Essas companhias poderão ter até 25% das despesas de suas obras pagas pela prefeitura. A expectativa é atrair moradores tanto para os novos empreendimentos residenciais, quanto para os que estão sendo restaurados.
É fato que ainda existe muito preconceito relacionado ao Centro Histórico da capital paulista, cuja imagem é retratada de forma negativa quase que diariamente nos noticiários. Entretanto, muito tem sido feito pela região. Atualmente, são 14 entradas de segurança localizadas em pontos estratégicos com câmeras de reconhecimento facial. São 400 Guardas Civis Metropolitanos (GCMs) e 600 Policiais Miliares (PMs) que atuam diariamente no centro. Além disso, cerca de 1.300 equipamentos de segurança já foram instalados na região e 80% desses equipamentos são no Centro Histórico. A Prefeitura de São Paulo também incentiva os comerciantes locais com a redução de impostos, ISS de 5% para 2%, para comércios das regiões da Sé e República.
Recuperar o centro de São Paulo e transformá-lo em uma área que abriga trabalho, moradia, turismo e lazer em um só lugar com infraestrutura completa vai beneficiar a todos e pode gerar um crescimento econômico bastante expressivo na região. Mas não basta apenas incentivar e fazer girar essa economia. Trazer vida ao centro, tirá-lo de uma espiral negativa para um universo acessível e sustentável para todos os públicos é um trabalho árduo, porém, necessário.
Já o triângulo histórico formado pelas ruas Direita, 15 de novembro e São Bento, é um dos locais de maior interesse de empreendedores e investidores, afinal, sua localização é muito privilegiada e já foi palco do crescimento exponencial do centro de São Paulo na década de 70. Então porque não recuperar um espaço que já foi motivo de orgulho da cidade com edifícios históricos que são patrimônio da cidade, além de pontos turísticos que retratam a história de São Paulo?
Estamos engajados nessa causa de transformar o centro de São Paulo em um local seguro, repleto de serviços e lazer para toda a população. Acreditamos que a recuperação do centro possa trazer aquele cenário nostálgico do passado em que as pessoas costumavam dizer “vou à cidade fazer compras, resolver pendências...” e até mesmo se divertir.