Reabertura de parques é questão de saúde pública
Diversas pesquisas já comprovaram os efeitos que a conexão com a natureza exerce sobre o corpo e a mente humana
Bibiana Guaraldi
Publicado em 25 de novembro de 2020 às 12h51.
Muito tem se falado ultimamente sobre a flexibilização da quarentena e a reabertura dos parques à visitação. Exemplo disso é a cidade de São Paulo que no último dia 26 anunciou seu plano para que os parques municipais voltem ao funcionamento normal, incluindo fins de semana e feriados. Uma medida fundamental, dada a grande influência desses espaços na qualidade de vida da população, e que deve ser feita com os devidos cuidados.
Fato é que a importância dos parques vai muito além da proteção da biodiversidade, já que eles desempenham outras funções indispensáveis para a sociedade e para o planeta, como a preservação dos mananciais e a regulação do clima, para citar algumas. No caso dos centros urbanos, por exemplo, ajudam ainda a reduzir a temperatura, melhoram a qualidade do ar e minimizam a ocorrência de enchentes, pois criam caminhos para a infiltração das águas de chuva no solo.
E diante da crise sanitária que estamos vivendo cabe destacar ainda a relevância desses espaços também como instrumento de saúde pública e bem-estar da população. Um aspecto que nem sempre foi tratado com a atenção que merece, mas que ganhou relevância após o início da pandemia de coronavírus.
Afinal, diversas pesquisas já comprovaram os efeitos que a conexão com a natureza exerce sobre o corpo e a mente humana. Por exemplo, aumenta a imunidade, facilita na recuperação de doenças, ajuda a prevenir problemas cardiovasculares, além de reduzir o estresse. Não por acaso, países como Canadá, Estados Unidos e Reino Unido já indicam em certas situações o contato com a natureza como prescrição médica em seus sistemas de saúde.
Mesmo rápidas interações com as áreas verdes melhoram também o humor e a memória, e ajudam a aliviar os sintomas de transtornos emocionais, indicando o seu enorme potencial para contribuir com a reversão dos impactos gerados pelo isolamento social e os problemas decorrentes dessa situação, como o aumento de sedentarismo, obesidade, depressão e ansiedade.
E para que esses benefícios sejam colhidos, é preciso garantir que a reabertura dos parques siga protocolos rígidos, evitando que tanto os funcionários dessas áreas quanto a população tenham comportamentos que coloquem em risco a saúde e segurança de todos.
Para ajudar nesse processo, o Instituto Semeia lançou o Guia para visitação em áreas protegidas no contexto da Covid-19 - Orientações para os gestores de parques urbanos e unidades de conservação , produzido com o apoio de um especialista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Nele, são apresentadas diretrizes que consideram desde orientações de conduta do público para a visitação nessas áreas, que vão além da utilização de máscaras e do distanciamento social, até recomendações mais específicas para as atividades e operações dos parques, incluindo dicas de comunicação para garantir a compreensão e a adoção das medidas de segurança por seus administradores e usuários.
A realidade é que, de agora em diante, cada vez mais os parques assumirão um papel central na vida das pessoas. E quanto mais próximos e disponíveis essas áreas estiverem da população - considerando todos os cuidados exigidos pelo momento - mais as pessoas poderão aproveitar seus benefícios e transformá-las em canais de descompressão emocional e fortalecimento social em tempos tão difíceis como este que estamos vivendo.
*Fernando Pieroni é diretor-presidente do Instituto Semeia
Muito tem se falado ultimamente sobre a flexibilização da quarentena e a reabertura dos parques à visitação. Exemplo disso é a cidade de São Paulo que no último dia 26 anunciou seu plano para que os parques municipais voltem ao funcionamento normal, incluindo fins de semana e feriados. Uma medida fundamental, dada a grande influência desses espaços na qualidade de vida da população, e que deve ser feita com os devidos cuidados.
Fato é que a importância dos parques vai muito além da proteção da biodiversidade, já que eles desempenham outras funções indispensáveis para a sociedade e para o planeta, como a preservação dos mananciais e a regulação do clima, para citar algumas. No caso dos centros urbanos, por exemplo, ajudam ainda a reduzir a temperatura, melhoram a qualidade do ar e minimizam a ocorrência de enchentes, pois criam caminhos para a infiltração das águas de chuva no solo.
E diante da crise sanitária que estamos vivendo cabe destacar ainda a relevância desses espaços também como instrumento de saúde pública e bem-estar da população. Um aspecto que nem sempre foi tratado com a atenção que merece, mas que ganhou relevância após o início da pandemia de coronavírus.
Afinal, diversas pesquisas já comprovaram os efeitos que a conexão com a natureza exerce sobre o corpo e a mente humana. Por exemplo, aumenta a imunidade, facilita na recuperação de doenças, ajuda a prevenir problemas cardiovasculares, além de reduzir o estresse. Não por acaso, países como Canadá, Estados Unidos e Reino Unido já indicam em certas situações o contato com a natureza como prescrição médica em seus sistemas de saúde.
Mesmo rápidas interações com as áreas verdes melhoram também o humor e a memória, e ajudam a aliviar os sintomas de transtornos emocionais, indicando o seu enorme potencial para contribuir com a reversão dos impactos gerados pelo isolamento social e os problemas decorrentes dessa situação, como o aumento de sedentarismo, obesidade, depressão e ansiedade.
E para que esses benefícios sejam colhidos, é preciso garantir que a reabertura dos parques siga protocolos rígidos, evitando que tanto os funcionários dessas áreas quanto a população tenham comportamentos que coloquem em risco a saúde e segurança de todos.
Para ajudar nesse processo, o Instituto Semeia lançou o Guia para visitação em áreas protegidas no contexto da Covid-19 - Orientações para os gestores de parques urbanos e unidades de conservação , produzido com o apoio de um especialista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Nele, são apresentadas diretrizes que consideram desde orientações de conduta do público para a visitação nessas áreas, que vão além da utilização de máscaras e do distanciamento social, até recomendações mais específicas para as atividades e operações dos parques, incluindo dicas de comunicação para garantir a compreensão e a adoção das medidas de segurança por seus administradores e usuários.
A realidade é que, de agora em diante, cada vez mais os parques assumirão um papel central na vida das pessoas. E quanto mais próximos e disponíveis essas áreas estiverem da população - considerando todos os cuidados exigidos pelo momento - mais as pessoas poderão aproveitar seus benefícios e transformá-las em canais de descompressão emocional e fortalecimento social em tempos tão difíceis como este que estamos vivendo.
*Fernando Pieroni é diretor-presidente do Instituto Semeia