Exame.com
Continua após a publicidade

O que o 5G reserva para o setor automotivo

A nova tecnologia de conexão deve abrir uma avenida de oportunidades e novos negócios para que as empresas possam explorar

Linha de micro-ônibus comandada sem motorista e com suporte da rede 5G da Ericsson, em Toledo, na Espanha (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)
Linha de micro-ônibus comandada sem motorista e com suporte da rede 5G da Ericsson, em Toledo, na Espanha (SOPA Images / Colaborador/Getty Images)
O
Opinião

Publicado em 2 de fevereiro de 2022 às, 15h51.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2022 às, 15h57.

Por Danilo Igliori e Flávio Passos

Após várias idas e vindas, a implementação do 5G – a internet de quinta geração – no Brasil, começou a sair do papel em 2021, com a realização, em novembro último, do leilão para a concessão de operação nas faixas de frequência. Foi um passo importante para que as empresas possam explorar a tecnologia de forma comercial no país.

Para este ano, a expectativa é vermos os primeiros avanços dessa novidade, que tem potencial de elevar o desenvolvimento tecnológico nacional a um novo patamar. Especialmente para os setores automotivo e de mobilidade, a nova tecnologia de conexão abre uma verdadeira avenida de oportunidades e novos negócios.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso.

Na prática, a internet de quinta geração pode mudar nossa vida ao volante de inúmeras maneiras. Além de permitir que diferentes veículos, como automóveis, caminhões e ônibus, estejam conectados entre si, por meio de uma rede de alta velocidade e intenso tráfego de dados, por exemplo, o 5G também permitirá a interação de meios de transporte com outros equipamentos, como semáforos e placas de sinalização.

Trocas de informações ultra rápidas entre esses dispositivos poderão proporcionar um trânsito mais seguro, além de diminuir substancialmente os congestionamentos, principalmente nas grandes cidades. Além disso, o 5G promete alavancar os avanços na automação dos veículos, as melhorias na produção industrial e na segurança das fábricas, a oferta de novos serviços de manutenção e monitoramento por telemetria, entre outros.

Já entre os grandes desafios que a nova rede móvel terá de enfrentar está a carência de infraestrutura de cobertura disponível no país. Também há a necessidade de milhares de dispositivos conectados em meio a uma conjuntura de escassez global de chips, que perdura desde o início do ano passado e deve se estender até o ano que vem.

Nesse sentido, estão sendo construídas parcerias entre as empresas dos setores automotivo, telecomunicações e tecnologia para encontrar alternativas a este cenário. Esses ecossistemas industriais proporcionam a troca de experiências e cooperação entre diferentes setores, principalmente, em relação ao compartilhamento de dados.

De toda forma, com a adoção do 5G no Brasil, o impacto na economia deverá ser percebido de forma gradativa no dia a dia a partir desse ano. A população, ao ter acesso à nova internet, estará habilitada a se beneficiar das ondas de inovação que deverão surgir. E a transformação no setor automotivo brasileiro que o 5G viabilizará poderá turbinar a realização de um antigo sonho: um trânsito mais seguro e automóveis melhores e mais inteligentes.

*Danilo Igliori, VP economista chefe da OLX Brasil, e Flávio Passos, vice-presidente de Autos e Comercial da OLX