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O que Gesner Oliveira não entendeu sobre o iFood

Não faltam informações na própria imprensa que desmentem a alegação de que o iFood prejudicou restaurantes na crise

iFood (iFood/Divulgação)
iFood (iFood/Divulgação)
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Opinião

Publicado em 17 de dezembro de 2020 às, 08h28.

O artigo “Práticas anticompetitivas de apps de entrega aprofundam a crise”, publicado pelo economista Gesner Oliveira, chama atenção pelo ataque gratuito, superficial e – sobretudo – equivocado ao iFood e às empresas de tecnologia que estão se desenvolvendo no Brasil.

Não por coincidência, o artigo surge em meio a uma discussão que ocorre no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (o CADE). Em respeito à autarquia, o iFood não debaterá pela imprensa aspectos técnicos que estão sendo avaliados naquele âmbito. Essa tem sido nossa atitude desde que informações truncadas sobre esse procedimento começaram a vazar na imprensa.

O iFood manterá sua postura, mas Oliveira faz acusações graves e levianas que precisam ser respondidas, sob pena de causarem prejuízos irreparáveis à empresa e aos leitores de EXAME – pois desinformam. Assim, não podemos nos furtar de corrigir os seus erros mais básicos.

O iFood é uma empresa brasileira que compete num mercado repleto de players internacionais com musculatura financeira que se traduz em investimentos multibilionários – e que tratam o Brasil como prioridade em suas estratégias globais de crescimento. Essa é uma premissa importantíssima. Trata-se de um mercado dinâmico e competitivo. Quem presta bom serviço cresce de forma acelerada. Quem não presta bom serviço fica para trás.

Segundo o economista, o iFood adotaria políticas que poderiam agravar a crise para os restaurantes, ao invés de aliviá-la. Ele atribui o sucesso da plataforma a "artifícios anticoncorrenciais" que teriam por finalidade eliminar concorrentes, e não à competência da empresa ao fornecer serviços melhores aos seus consumidores.

Não faltam informações na própria imprensa que desmentem a alegação de que o iFood prejudicou restaurantes na crise. A acusação causa indignação e merece uma resposta detalhada e baseada em fatos e dados concretos.

Durante a pandemia da Covid-19, o delivery por meio de plataformas digitais passou a ser a única fonte de receita de muitos restaurantes, dos quais 85% pertencem a pequenos e médios empresários, que em sua maioria têm baixo acesso a crédito e se viram sozinhos nesta crise sem precedentes. Apoiar esses restaurantes tem sido uma absoluta prioridade do iFood durante a pandemia.

Estruturamos três medidas principais: assumimos o compromisso de devolver para os nossos parceiros parte da comissão cobrada pela plataforma, zeramos a comissão de todos os pedidos feitos na modalidade "para retirar", e encurtamos o prazo de repasse dos valores dos pedidos de 30 (média da indústria de pagamentos no Brasil) para 7 dias, sem qualquer custo adicional para os restaurantes, o que injetou mais de 5 bilhões em capital de giro no setor. Os valores investidos pelo iFood no apoio aos restaurantes durante a pandemia aproximam-se de R$ 200 milhões.

O restaurante quer um parceiro eficiente, que invista em qualidade, tenha as tecnologias mais modernas e o ajude a crescer. É esse parceiro que o iFood tem sido, e num momento como o atual essas qualidades geram muito valor para o ecossistema. Prova disso é que nossa plataforma atrai dezenas de milhares de restaurantes de forma espontânea todos os meses. Além disso, os índices de sobrevivência de restaurantes que estão na base do iFood são de 2 a 6 vezes maiores do que a média de mercado.

Os compromissos de exclusividade assumidos por alguns parceiros são parte de contratos de investimento do iFood que têm por objetivo ajudar o crescimento de restaurantes que desejam iniciar as suas operações de delivery ou ampliá-las. Milhares de restaurantes iniciaram as suas operações de entrega com a ajuda do iFood, especialmente durante a pandemia, e outros cresceram expressivamente com o nosso apoio. Esta é uma prática comum do setor, adotada por todas as plataformas, e os percentuais de exclusividade do iFood sobre a base total são muito menores do que os números dos principais concorrentes.

As 3.000 pessoas que trabalham no iFood são focadas em comida, dedicando-se a entender exaustivamente o setor, sem dispersar seus esforços. Essa especialização resulta em reconhecimento. De acordo com a SoluCX, empresa especializada em pesquisa de satisfação, o iFood é o melhor e mais popular app de delivery no Brasil. Segundo o instituto RepTrak, o iFood possui a maior reputação entre as maiores plataformas de delivery perante os restaurantes, os entregadores e a sociedade. Segundo pesquisa realizada em São Paulo pelo Instituto Datafolha, o iFood foi um dos vencedores da categoria “marcas que se posicionaram de forma mais positiva durante o período de isolamento social provocado pela Covid-19”. O iFood foi o grande vencedor do Prêmio Reclame Aqui - escolhido por júri popular – destacado como a empresa brasileira com melhor atendimento ao consumidor. Também vencemos a primeira edição do "Prêmio Notáveis CNN", escolhidos como a melhor empresa de Tecnologia do Brasil. De que servem esses reconhecimentos? Mensagem de nossos parceiros de que estamos na direção certa.

A nova economia suscita debates no mundo todo, e no Brasil não é diferente. Trata-se de uma economia em construção, e o iFood tem contribuído com essas discussões de forma aberta e transparente – em benefício de consumidores, entregadores, restaurantes e da sociedade como um todo. Analisar a revolução da nova economia com a cabeça da velha economia privilegia apenas o histórico de um país para poucos. O Brasil tem a chance de entrar na vanguarda da tecnologia e inteligência artificial, permitindo que milhares de pequenos empreendedores possam sonhar grande. E o iFood se orgulha de fazer parte dessa história.

*Diego Barreto é vice-presidente Financeiro e de Estratégia do iFood