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Isolamento multiplica antenados no setor financeiro

A necessidade de isolamento social acelerou a curva de adoção de serviços mais modernos

PICPAY: o app ganhou 3 milhões de novos usurários depois da quarentena.  / (Rogério Cassimiro/Divulgação) (Rogério Cassimiro/Divulgação)
PICPAY: o app ganhou 3 milhões de novos usurários depois da quarentena. / (Rogério Cassimiro/Divulgação) (Rogério Cassimiro/Divulgação)
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Opinião

Publicado em 8 de maio de 2020 às, 14h32.

Na história da humanidade, a inovação sempre seguiu um ciclo de adoção, mas foi em 1962 que o professor de psicologia Everett M. Rogers conseguiu desenvolver uma teoria chamada “difusão de inovação” ou “curva de adoção”. Ele queria explicar por que algumas pessoas adquirem novos produtos ou adotam novos comportamentos antes de outros.

Durante a avaliação da teoria, ele concluiu que as pessoas são classificadas em cinco perfis, de acordo com o tempo que demoram para fazer a aquisição de um novo produto ou de uma nova solução. São eles: inovadores, adotantes iniciais, maioria inicial, maioria tardia e, finalmente, retardatários.

A teoria dá conta de explicar o fenômeno da adoção da inovação em diversos mercados e setores – e no financeiro não foi diferente. Entre a época das transações financeiras realizadas presencialmente em um guichê e o momento atual, em que podemos fazer tudo pelo smartphone, experimentamos o ATM e o Internet Banking, sempre tendo a curva de adoção de uma nova tecnologia presente no contexto.

Outro fenômeno observado durante essa evolução tecnológica no mercado é que, à medida que evoluiu o canal, mais o consumidor se empoderou, a ponto de hoje estar na mão dele a decisão de trocar de marca no sistema. Basta deletar um aplicativo e fazer o download de outro.

Voltando ao ciclo de adoção no sistema financeiro, já vínhamos assistindo à adoção pelo consumidor brasileiro, em larga escala, do uso do smartphone como meio para fazer todas as suas transações financeiras.

Ocorre que a necessidade de isolamento social acelerou essa curva de adoção. No último mês, os maiores bancos brasileiros intensificaram campanhas de divulgação de seus apps, acelerando a educação digital.

Resultados podem ser vistos. Um dos cincos maiores bancos brasileiros, por exemplo, divulgou que 1,5 milhão de clientes que nunca tinham usado serviços financeiros por seu aplicativo tiveram essa experiência pela primeira vez.

Não foi diferente nas fintechs, nas empresas que nasceram com DNA digital ou que têm o propósito de levar soluções financeiras por meio do smartphone. Apenas no PicPay, maior carteira digital do país, com 19 milhões de usuários, foram abertas mais de 3 milhões de contas digitais de pagamento no mês de abril.

Esse fenômeno de aceleração da curva de adoção traz ganhos para a sociedade. Neste momento em que a prioridade é cuidar da saúde, o pagamento à distância é, de fato, uma forma de diminuir os riscos de contágio do coronavírus. Além desse benefício, as carteiras digitais estão conseguindo levar soluções para o comércio local, que está passando pela reinvenção do seu modelo de negócio.

Como forma de ajudar os pequenos comerciantes locais a sobreviverem em época de isolamento, o PicPay, aceito em mais de 2,5 milhões de estabelecimentos comerciais, lançou o “link de pagamento”, para cobranças à distância. Assim, a curva de adoção de novas tecnologias é acelerada também nos pequenos negócios.

Gueitiro Genso é CEO do PicPay.