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Crescimento internacional é uma questão de dados

Por esse motivo, as empresas devem tomar cuidado ao investir em infraestrutura no exterior

Businessman works on laptop Showing 2024 business trends dashboard with charts, metrics,  AI, E-commerce, KPI. analytical businessperson planning business growth 2024. New Year Future business tech. (pcess609/Getty Images)

Businessman works on laptop Showing 2024 business trends dashboard with charts, metrics, AI, E-commerce, KPI. analytical businessperson planning business growth 2024. New Year Future business tech. (pcess609/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 4 de outubro de 2024 às 05h19.

Por João Ricardo Saud*

Em um mundo cada vez mais digital e informatizado, a governança de dados precisa ser tratada não mais como um diferencial competitivo, mas como um pré-requisito estratégico. As informações confidenciais da sua empresa e como elas estão armazenadas são vitais para o negócio, a chave para evitar transtornos futuros com indisponibilidade, imprecisão e vulnerabilidade dos dados. Fatores como esses podem trazer à tona um cenário de aumento de custos, redução de proatividade e dificuldade na execução das estratégias.

Na era da nuvem, muitos podem chegar a pensar que onde o dado está armazenado é irrelevante, desde que esteja acessível a qualquer momento, mas se engana quem segue esse raciocínio. Quando falamos de dados, é preciso garantir a integridade e localização de cada datacenter, uma forma de atender às regulamentações específicas de cada região e manter a segurança da informação.

Um estudo recente da Gartner, empresa de consultoria contábil, revela que, até 2025, 60% das grandes empresas terão que lidar com ao menos um caso de ciberataque envolvendo violações de dados, devido à complexidade de suas infraestruturas multinacionais. Isso ressalta a necessidade de políticas precisas de governança que não se limitem a um único país, mas que considerem o contexto global.

Por esse motivo, as empresas devem tomar cuidado ao investir em infraestrutura no exterior. E como deve ser esse procedimento? Os cuidados são os mesmos ou precisam ser redobrados?

As leis de proteção de dados, como o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR) na Europa ou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil, variam de maneira bastante significativa, de acordo com o contexto onde está inserida. Cada país possui suas legislações que tramitam com direitos e obrigações específicas sob todos os aspectos, desde a coleta até o processamento e armazenamento de dados. Além disso, dados dispersos por múltiplas jurisdições, acabam sendo um convite aberto para ataques cibernéticos.

Diante disso, para toda empresa que opera em outros países, é preciso muita atenção, pois ela está sujeita à jurisdição e à regulação desses territórios. Isso significa que, em um cenário de violação de dados, as implicações legais podem ser bastante radicais, afetando não apenas o capital, mas também a imagem da organização.

A ação das empresas que investem no exterior precisa ser tomada de maneira estratégica para a governança de dados, não apenas no que diz respeito a cumprir as normas locais, mas também de entender de maneira bem completa como a localização do armazenamento dos dados vão agir na sua gestão, segurança e acessibilidade.

E como garantir a eficácia no gerenciamento de dados diante desse cenário?

Primeiro de tudo, é importante garantir o mapeamento de dados, conhecendo detalhadamente onde cada informação está armazenada e sob quais leis ela está protegida. Também é preciso conhecer bem as políticas de acesso, definindo quem poderá ter acesso às informações, e diante de quais condições. Isso auxiliará a minimizar os riscos de vazamentos e violações.

Por fim, é preciso conhecer bem o compliance multinacional, garantindo que as práticas de governança estejam alinhadas com as diversas legislações e regulamentações dos países onde a empresa está operando.

Além disso, é preciso enfatizar que a centralização dos dados em servidores localizados em países com políticas de segurança cibernética robustas, infraestrutura cibernética sólida, com leis rigorosas e parcerias públicas e privadas, auxiliam a oferecer uma camada adicional de proteção.

As empresas multinacionais enfrentam o desafio de equilibrar a eficiência de suas operações com a segurança e conformidade global. A tendência é que, cada vez mais, a governança de dados seja vista como um diferencial de suma importância e as empresas que conseguirem garantir a segurança e a conformidade de seus dados em múltiplas jurisdições estarão à frente no que diz respeito ao contato e confiança de seus clientes e parceiros.

O futuro da governança de dados estará cada vez mais integrado às estratégias de negócios, sendo fundamental a tomada de providências frequentes para a proteção e o crescimento das empresas, seja no contexto nacional ou internacional.

* João Ricardo Saud* é VP Executivo da Asper, uma das principais empresas especializadas em cibersegurança do país.

 

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