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Como as empresas podem diminuir evasão universitária?

Diversos fatores, incluindo dificuldades financeiras e sociais, contribuem significativamente, resultando em um desperdício de talentos e recursos

Educação: combate à evasão de alunos universitários é responsabilidade social das empresas. (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 11 de dezembro de 2023 às 13h02.

Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 13h03.

A evasão de alunos universitários representa um desafio persistente para a educação superior. Diversos fatores, incluindo dificuldades financeiras e sociais, contribuem significativamente para essa questão, resultando em um desperdício de talentos e recursos.

É importante relembrar que a Lei de Cotas nº 12.711/2012 está vigente há mais de dez anos e essa ampliação das oportunidades de ingresso na universidade permitiu uma maior diversidade social e racial nas universidades do país, muitas vezes provenientes de grupos minorizados que dependem de apoios externos e políticas de assistência para permanecerem na universidade.

Recentemente, em 2023, foi sancionada a Lei 14.723, que reformula e amplia o sistema de cotas no ensino federal. Agora, houve a diminuição do limite de renda familiar para a participação nos programas de cotas, além da inclusão de estudantes quilombolas.

A lei deixa claro que os candidatos concorrerão às vagas reservadas pelo programa de cotas (equivalente a 50% do total) somente no caso de não atingirem as notas necessárias para ingressar nas vagas de ampla concorrência.

Para além do ingresso no ensino superior, esses alunos precisam de condições para sua permanência nas universidades. Transporte, materiais e eventos universitários trazem despesas que precisam ser manejadas. E mesmo a necessidade de conciliar trabalho remunerado ou cuidados familiares com as aulas, são elementos que fazem parte de um equilíbrio delicado na vida desses estudantes.

Diante desse cenário, surge a oportunidade de um envolvimento mais ativo por parte das empresas, integrando o componente social “S” do ESG para criar programas que apoiem esses alunos e, ao mesmo tempo, atendam às demandas por uma força de trabalho qualificada e diversificada. Afinal, as empresas podem ajudar a enfrentar desafios sociais, como a evasão universitária.

A falta de recursos financeiros é uma barreira significativa para muitos alunos que ingressam na universidade por meio de cotas e demais políticas de assistência, levando muitos estudantes a desistirem de seus estudos.

Isso resulta em um ciclo de privação de oportunidades tanto para os alunos quanto para as empresas que poderiam se beneficiar do potencial desses talentos, ao mesmo tempo em que beneficiam os alunos, a universidade e a produção acadêmica como um todo.

Diante dessa realidade, as empresas têm a chance de desempenhar um papel fundamental na criação de programas voltados para o suporte desses alunos. Além de proporcionar apoio financeiro adicional, esses programas podem incluir oportunidades de emprego dentro das empresas parceiras. Empresas que apoiam esses programas demonstram um compromisso com a equidade e a igualdade de oportunidades.

Cabe relembrar que muitas empresas já adotam estratégias que são voltadas para o público universitário, como feiras de estágio e programas de trainee. Essas estratégias visam, dentre outros objetivos, identificar e atrair atraem talentos motivados por propósitos e valores semelhantes aos da empresa.

Promover estratégias que visam a permanência dos alunos na universidade é mais uma forma de garantir uma fonte diversificada de talentos para o futuro, e contribui para a retenção de funcionários engajados com a missão da empresa.

Isso cria uma força de trabalho mais inclusiva e alinhada com os princípios do ESG, enquanto proporciona oportunidades de crescimento profissional para indivíduos que, de outra forma, poderiam não ter acesso a essas oportunidades.

Esses estudantes não apenas merecem uma oportunidade justa de ingressar no ensino superior, mas também de permanecer nele. Como indivíduos, temos o poder de influenciar mudanças positivas em nossa comunidade e, por extensão, na sociedade como um todo. As empresas, como pilares da comunidade e agentes de mudança, têm um papel crucial a desempenhar nesse cenário.

Em um mundo cada vez mais conectado, é imperativo reconhecermos que os problemas sociais não podem ser resolvidos apenas por esforços isolados. A evasão de alunos universitários, especialmente aqueles que lutam contra obstáculos financeiros e sociais, é um desses problemas que exigem uma abordagem colaborativa e multifacetada.

Em suma, o apoio proativo das empresas à educação superior desses alunos não é apenas uma ação socialmente responsável, mas também uma estratégia inteligente de negócios. Essa abordagem contribui para um ambiente empresarial mais diversificado e inovador, enquanto oferece oportunidades tangíveis de progresso para indivíduos talentosos que, de outra forma, poderiam continuar à margem. A colaboração entre universidades e empresas nesse sentido pode representar um passo significativo em direção a uma sociedade mais inclusiva e sustentável.

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A evasão de alunos universitários representa um desafio persistente para a educação superior. Diversos fatores, incluindo dificuldades financeiras e sociais, contribuem significativamente para essa questão, resultando em um desperdício de talentos e recursos.

É importante relembrar que a Lei de Cotas nº 12.711/2012 está vigente há mais de dez anos e essa ampliação das oportunidades de ingresso na universidade permitiu uma maior diversidade social e racial nas universidades do país, muitas vezes provenientes de grupos minorizados que dependem de apoios externos e políticas de assistência para permanecerem na universidade.

Recentemente, em 2023, foi sancionada a Lei 14.723, que reformula e amplia o sistema de cotas no ensino federal. Agora, houve a diminuição do limite de renda familiar para a participação nos programas de cotas, além da inclusão de estudantes quilombolas.

A lei deixa claro que os candidatos concorrerão às vagas reservadas pelo programa de cotas (equivalente a 50% do total) somente no caso de não atingirem as notas necessárias para ingressar nas vagas de ampla concorrência.

Para além do ingresso no ensino superior, esses alunos precisam de condições para sua permanência nas universidades. Transporte, materiais e eventos universitários trazem despesas que precisam ser manejadas. E mesmo a necessidade de conciliar trabalho remunerado ou cuidados familiares com as aulas, são elementos que fazem parte de um equilíbrio delicado na vida desses estudantes.

Diante desse cenário, surge a oportunidade de um envolvimento mais ativo por parte das empresas, integrando o componente social “S” do ESG para criar programas que apoiem esses alunos e, ao mesmo tempo, atendam às demandas por uma força de trabalho qualificada e diversificada. Afinal, as empresas podem ajudar a enfrentar desafios sociais, como a evasão universitária.

A falta de recursos financeiros é uma barreira significativa para muitos alunos que ingressam na universidade por meio de cotas e demais políticas de assistência, levando muitos estudantes a desistirem de seus estudos.

Isso resulta em um ciclo de privação de oportunidades tanto para os alunos quanto para as empresas que poderiam se beneficiar do potencial desses talentos, ao mesmo tempo em que beneficiam os alunos, a universidade e a produção acadêmica como um todo.

Diante dessa realidade, as empresas têm a chance de desempenhar um papel fundamental na criação de programas voltados para o suporte desses alunos. Além de proporcionar apoio financeiro adicional, esses programas podem incluir oportunidades de emprego dentro das empresas parceiras. Empresas que apoiam esses programas demonstram um compromisso com a equidade e a igualdade de oportunidades.

Cabe relembrar que muitas empresas já adotam estratégias que são voltadas para o público universitário, como feiras de estágio e programas de trainee. Essas estratégias visam, dentre outros objetivos, identificar e atrair atraem talentos motivados por propósitos e valores semelhantes aos da empresa.

Promover estratégias que visam a permanência dos alunos na universidade é mais uma forma de garantir uma fonte diversificada de talentos para o futuro, e contribui para a retenção de funcionários engajados com a missão da empresa.

Isso cria uma força de trabalho mais inclusiva e alinhada com os princípios do ESG, enquanto proporciona oportunidades de crescimento profissional para indivíduos que, de outra forma, poderiam não ter acesso a essas oportunidades.

Esses estudantes não apenas merecem uma oportunidade justa de ingressar no ensino superior, mas também de permanecer nele. Como indivíduos, temos o poder de influenciar mudanças positivas em nossa comunidade e, por extensão, na sociedade como um todo. As empresas, como pilares da comunidade e agentes de mudança, têm um papel crucial a desempenhar nesse cenário.

Em um mundo cada vez mais conectado, é imperativo reconhecermos que os problemas sociais não podem ser resolvidos apenas por esforços isolados. A evasão de alunos universitários, especialmente aqueles que lutam contra obstáculos financeiros e sociais, é um desses problemas que exigem uma abordagem colaborativa e multifacetada.

Em suma, o apoio proativo das empresas à educação superior desses alunos não é apenas uma ação socialmente responsável, mas também uma estratégia inteligente de negócios. Essa abordagem contribui para um ambiente empresarial mais diversificado e inovador, enquanto oferece oportunidades tangíveis de progresso para indivíduos talentosos que, de outra forma, poderiam continuar à margem. A colaboração entre universidades e empresas nesse sentido pode representar um passo significativo em direção a uma sociedade mais inclusiva e sustentável.

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